31 de dezembro de 2009
Feliz 2010!
29 de dezembro de 2009
Frases que gostaríamos de ouvir em 2010
2.Foi um prazer atendê-lo!
3.Eu te amo!
4.Não farei da forma que você sugere, o compromisso da minha empresa é com o ambiente!
5.Grana? Você ficou louco? Eu sou um político de respeito!
6.Que idéia essa sua de dividir com os outros, hein? Viu só a cara de contentamento deles?
7.Como poso lhe agradecer por tamanha bondade?
9.Era a minha vez, mas não vejo porque não deixar a senhora passar na frente!
10.Eu já estava mesmo cansado de ficar sentado, o lugar é seu!
11.Ei! Ei! Essa carteira caiu lá atrás, acho que lhe pertence!
12.O senhor que ajuda para atravessar?
13.Sinto muito, senhor, o senhor deve entrar na fila e aguardar. O terno e a gravata não lhe dão nenhum privilégio!
14.Se eu sei quem o senhor é? Honestamente não. Alguém na fila sabe quem é esse homem de
terno e gravata? Parece que ele está tendo uma crise de identidade...
15.Estive pensando... Se eu desviar recursos da merenda escolar, provavelmente alguma criança passará fome. Não farei isso em nome do futuro deste país!
16.Que a paz reine entre todos vocês!
Alguma sugestão?
27 de dezembro de 2009
19 de dezembro de 2009
O eu, invisível indivisível
Aproveite seus momentos de lucidez, que haverão de desaguar no ano novo, para enxergar sua paisagem, ou os aspectos da sua vida que você costuma dar valor e que foram engolidos no meio do caminho. É o seu eu que pede passagem em busca das coisas que verdadeiramente lhe falam ao coração: um passeio pelo campo, um momento de meditação, um abraço amigo. Não importa o que seja, o que vale é estar alinhado com a sua verdade interior. Esforce-se para mantê-la acessa ao longo do ano e, ainda que haja percalços, faça com que a semente da boa intenção gere seus frutos. Você dissemina um pouco de você mesmo pelo planeta, no micro ou no macro ambiente, e faz o registro de sua passagem por aqui. São suas as pegadas que ficam.
E o seu eu, este invisível indivisível, seu amigo inseparável (mesmo quando você não está presente e não presta atenção na paisagem), agradece. Feliz 2010!
10 de dezembro de 2009
Sucessão de erros
É da natureza humana a dificuldade em lidar com a morte. Quando ela atinge crianças, então, o assunto ganha contornos que escapam à compreensão e questionam os desígnios divinos em busca de explicações, ainda que sem sentido, que justifiquem a ceifa. Migramos da letargia ao ceticismo, cobertos de dúvidas quanto à própria existência. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Por que tão cedo? Mergulhamos em questões embriagados pelo drama da vida, rompendo de vez a barreira que nos transporta ao irracional. É o sentimento de revolta que assume o comando porque sabe que, não fosse pelo casuísmo que toma conta deste país, tragédias como a desta semana poderiam ser evitadas.
Na última terça-feira, depois das fortes chuvas que abalaram a cidade de São Paulo, seis mortes foram registradas. Quatro irmãos, entre eles três crianças (duas de 7 e uma de 9 anos), morreram sob a terra que engoliu o barraco em que dormiam. Para quem ainda carrega um pouco de sensibilidade, a reação é de tristeza e de consternação, pensando nos pais que terão a árdua tarefa de enterrar quatro filhos. Dois ou três dias depois esqueceremos o fardo que este casal carregará para o resto da vida, se ainda tiver disposição para olhar de frente para ela. O que vejo, em meio a tragédia, é uma sucessão de erros que deixa qualquer cidadão indignado.
Essa família não morava em uma zona de risco de deslizamento por espontânea vontade. Morava, com conhecimento de causa ou não, porque não há qualquer movimento do estado no sentido de impedir que estas áreas sejam habitadas. E por que? Porque o estado vai tirá-los de lá e levá-los para onde? Se interferir na questão terá também a responsabilidade de solucioná-la, o que não se encontra em condições de fazer (vale lembrar que boa parte das mazelas sociais e econômicas são foco da iniciativa privada, que através de ONGs e obras assistenciais desempenham o papel que caberia ao estado). O poder econômico é cruel e não cabe a mim questioná-lo, diferenças sempre haverão de criar desequilíbrios dentro de uma sociedade, uns com mais, outros com menos. É natural que seja assim e que cada um batalhe por seu espaço, lutando com dignidade para alcançar outro patamar. O estado, neste contexto, tem a responsabilidade de regular diferenças e criar condições para que as classes menos favorecidas progridam através de políticas de desenvolvimento, a maioria delas (se não todas) bancadas pelos otários como nós que pagam seus impostos em dia. Os erros começam na arrecadação e terminam em tragédia.
Conheço empresas que propositadamente não recolhem ICMs e, quando vão à juízo, já tem todo o esquema comprado para deixar menos dinheiro nas mãos de juízes, fiscais e advogados do que se tivessem que recolhê-lo aos cofres públicos. Dos males o menor, dizem, ainda que sob risco de serem flagrados, o que em mais de dez anos de esquema nunca aconteceu. Para onde vai o dinheiro? Para o bolso dos corruptos. E camelô, recolhe imposto? Claro que não, mas paga uma grana para manter polícia e fiscalização o mais longe possível de seus domínios. Para onde vai o dinheiro? Para o bolso dos corruptos. Brasília e o escândalo do mensalinho: só veio à tona porque um dos gatunos foi precavido e não quis pagar o pato sozinho. Ou vamos ser ingênuos a ponto de não acreditar que a mesma coisa rola em SP, BH, RJ, RS e pelo país afora? Mas é óbvio! Ninguém tá nem aí com o que vai acontecer com o Zé Povinho que mora em áreas de deslizamento, se é a mãe, o pai, o filho ou o espírito santo que vai dessa pra melhor. Mas sequestre o filho de um deputado pra ver o que acontece, é capaz de até a Interpol estar no seu encalço.
É preciso coragem para mudar. Enquanto as raposas tiverem a chave do galinheiro, a dignidade passará longe da farra e a cidade, infelizmente, seguirá enterrando suas crianças. Que futuro pode se esperar de uma sociedade que não sabe preservar seus próprios filhos?
6 de dezembro de 2009
Heróis Anônimos: Patricia Polli
Nascida em Jundiaí ('japiense', como ela mesma se define), Paty é uma incansável batalhadora pela preservação da Serra do Japi e sua biosfera. O Japi é uma cadeia montahosa que se divide entre os municípios de Jundiaí, Cajamar, Pirapora do Bom Jesus e Cabreúva e representa uma das últimas porções de Mata Atlântica no estado de São Paulo. "O que aprendo, do ponto de vista científico, procuro transmitir em linguagem acessível, através de um conto ou de uma poesia", diz ela, e que o faz com maestria em seu Blog Ecos do Japi, em textos líricos que traduzem a essência de sua ligação com a natureza.
22 de novembro de 2009
No país do pau brasil
11 de novembro de 2009
Intolerância
Certas práticas, como podemos constatar, mudaram. Outras não. Da mesma forma que fomos capazes de voar, fazendo jus ao sonho de Ícaro, também fomos capazes de manter os mais absurdos preconceitos, enraizados nas "profundas" concepções que nós, humanos, criamos para nossa própria diferenciação. Se a cor da pele, naturalmente, fala por si mesma, fomos além e instituímos as práticas religiosas, as preferências sexuais, tendências políticas, futebolísticas, nacionalistas e tantas outras que, sob a ótica humana (em sua grande maioria), são unilaterais. Não ser capaz de aceitar a opinião alheia ou seus valores é como dizer que aquele que não é por mim contra mim está.
Vivi a experiência esta semana, quando um pai deixou de ir ao casamento do próprio filho, um menino de ouro, porque a noiva não compartilhava da mesma concepção religiosa. Já passei por diversas rupturas na minha vida entre casamentos, separações e nascimento de filhos, abrindo e encerrando ciclos que formataram minha história em cada um destes registros, e me lembro como foi importante compartilhar, com amigos e família, o momento de casar e assumir uma nova vida. Não há - ou pelo menos não deveria haver - motivação religiosa ou de qualquer outra natureza capaz de se interpor entre laços de sangue. E é aí que me questiono até que ponto chega a insensatez humana para justificar suas convicções e abrir mão de significativos pressupostos, jogando pela janela 30 anos de convivência. Não há feridas que o tempo não cure, diz o ditado. Mas as cicatrizes são para sempre.
É preciso dar ao homem mais sustentação, não apenas para que fixe suas bases, mas para que inclua valores, princípios e ideais diferentes dos seus. Quando a semente da intolerância e da discórdia for finalmente superada, aí sim talvez tenhamos condições de construir uma sociedade mais correta, que respeite escolhas e individualidades. E enquanto isso não acontece, continuaremos criando nossos próprios abismos.
Crédito da foto: Phinaphantasy
1 de novembro de 2009
Heróis Anônimos: Ricardo Calmon
Ricardo André Calmon nasceu em Manaus, na madrugada de 12 de novembro de 1946. Sua trajetória ao longo destes quase 63 anos é marcada por lições de amor, coragem e apego à vida, com passagens que vão do lirismo à tragédia. É por isso que tenho a honra de incluí-lo entre os heróis anônimos que fazem parte deste projeto.
Filho de mãe paulista, de Guaratinguetá, e pai capixaba (médico que a residência deslocou para Manaus a fim de atuar como cirurgião chefe e obstetra da Beneficência Portuguesa), Ricardo teve a infância traumática caracterizada por problemas físicos e a rejeição de seus pais. De pés curvos e fechados, que lhe permitia apoiar apenas o calcanhar e a ponta dos dedos no chão, tinha enorme dificuldade em caminhar, além de uma curvatura na coluna que o obrigava a usar colete de pano e espartilhos (não é preciso dizer que por conta disso era alvo de chacota e até de agressões por parte de seus colegas de escola). À época, diversos especialistas recomendaram intervenção cirúrgica para corrigir o problema, mas seu pai pareceu não se importar (até hoje, Ricardo calça 35/36). Ao contrário, o obrigava a ir a pé para a escola no período da manhã, enquanto seus irmãos estudavam à tarde e iam de carro com ele. Ricardo chegou a fraturar os calcanhares por 11 vezes.
Desde pequeno, hiperativo e elétrico, costumava cantarolar ao longo do dia, irritando pai e mãe que proibiam o uso de vitrola ou rádio em casa. Essa veia criativa e a inquietação natural fizeram com que sua mãe colocasse gotas de vinho do Porto na mamadeira para que fosse possível fazê-lo dormir, o que acabou por criar vínculo com as medicações, sem as quais Ricardo não conseguia dormir até por volta dos 40 anos. Quando comparecia às missas da capela hospitalar, sempre que o padre passava com o incensário, era comum sentir-se tonto, ficar roxo e desmaiar. Sua mãe, aos berros, o chamava de filho do demônio com o capeta e era comum apanhar em casa depois dessas situações, causando cicatrizes não apenas físicas, mas principalmente emocionais.
Foi ainda menino que Ricardo criou seu amigo imaginário, o indiozinho Peri, habitante da mata que passou a ser seu companheiro de aventura pelos rios e igarapés, além de tornar-se seu protetor e confidente (me lembra muito Calvin e seu amigo tigre, Haroldo). Foi a ele a quem Ricardo recorreu quando, triste por deixar sua terra natal e suas histórias, soube que a família se mudaria para o Rio de Janeiro, o pai eleito deputado federal.
Uma vez mais, Ricardo foi hostilizado pelos colegas de escola: seringueiro, bicho do mato amazônico e tantas outras provocações que invarialvelmente acabavam em briga. Seu mau desempenho em matemática fez com que fosse reprovado por 5 vezes na primeira série, o que lhe custou novamente surras e até colherada de pau na cabeça (!). veio então sua tentativa de suicídio: a mãe (hoje com 85 anos e com quem ele não fala há 22) achou por bem contar à namorada, por quem Ricardo havia se apaixonado, que ela estava se relacionando com um maluco. Ricardo desceu à praia, acendeu uma vela na areia e, ao voltar, a família reunida em torno da TV, fechou-se na cozinha para cortar os pulsos, ligar o gás do fogão e enfiar a cabeça no forno. Salvo, permaneceu em como durante 3 dias, sendo depois internado em uma clínica psiquiátrica para tratamento a base de eletrochoques. Ficou seis meses sem pronunciar uma única palavra.
Recuperado, teve seu primeiro emprego como contínuo na Cia. Estanífera do Brasil, servindo cafezinho. E daí em diante desenvolveu carreira na área de comunicações, passando por TVs e agências de publicidade, produzindo diversos programas (incluindo o primeiro programa sobre automobilismo para a TV brasileira, o 'Grand Prix') e tornando-se mestre em TV educativa (na Alemanha), além de professor de planejamento de propaganda e marketing na UFF fluminense. Na prática, superou toda e qualquer expectativa de quem via nele um ser desqualificado e sem qualquer pespectiva.
Ricardo costuma dizer que deu a volta por cima depois dos 50 anos. “Foi quando a vida descobri e soube que Quasímodo não era!”, diz ele. Casou-se com a professora Regina Victória, com quem teve os filhos Ana Paula, Mariana e Wilson. Hoje é avô da linda Luana e blogueiro de mão cheia, expondo suas ideais através do 'Viver é pura magia' , onde exalta a importância de valorizar os aspectos do bem e da vida, irmanando seus amigos e leitores na busca de um mundo melhor sem as fronteiras de raça, credo, países e continentes com as quais estamos acostumados. Foi por estas andanças pelo mundo virtual que o conheci, adorei sua forma de se expressar e principalmente o conteúdo que ele é capaz de gerar. Ricardo é um exemplo de superação e vitória, de quem já teve a vida presa por um fio e que por isso mesmo batalha em favor dela. Sua luta foi, é e sempre será para que o bem prevaleça. Vida longa ao Ricardo e seu Viver é pura magia!
29 de outubro de 2009
Produtividade x Assistencialismo
12 de outubro de 2009
Entorpecentes
Se ao ler o título deste post e fazer associação com a imagem você logo se viu mergulhando em um mundo obscuro e sem volta... Relaxe, não é sobre isso que quero falar. A falta de lucidez pode levá-lo a lugares que sua alma jamais sonhou em visitar e dos quais certamente haverá de se arrepender pelos transtornos que causa, mas a verdade é que, na maior parte do tempo, passamos por isso sem mesmo nos darmos conta.
Um dos postulados para uma vida saudável diz respeito a tratar nosso conjunto corpo/alma como um templo. Assim como quando nos encontramos em um (e o significado pode variar de indivíduo para indivíduo, atrelado à religião em si - uma igreja, uma sinagoga - ou a serenidade que o mar ou o campo representa), centramos nossas energias em forma de prece na busca de equilíbrio, paz e conforto, saímos fortalecidos e confiantes no caminho da luz que atravessa nossas crenças. Só que nem sempre é assim.
Existem dois tipos de entorpecentes que, agindo em campos opostos - corpo e mente - contaminam o processo e violam o princípio da salubridade. Se quiser experimentá-los em conjunto, basta abrir um pacote de Doritos diante da TV.
(Pausa. Discorrer sobre o assunto não significa dizer que eu mesmo não me abasteça dessas fontes nos momentos em que julgo 'necessário', justamente aqueles em que a mente pede pausa e o corpo anseia pela caloria vazia. Continuemos).
Horas e horas e mais horas diante da TV e da programação que a acompanha é um verdadeiro exercício de atrofiamento mental. As grandes corporações sabem disso, e não é à toa que expõe figuras insólitas como Faustões e Gugus para comandar o circo, desligando cérebros em nome do controle das massas. 'Panis et circensis', os romanos espremidos no Coliseu. Se os tempos mudaram, as políticas não, basta ver quem é que na prática elege presidentes e manda no país.
Mudemos o lado. Em ritmo da ansiedade, substituímos os nutrientes que nosso organismo necessita por qualquer porcaria que abafe nossas lamentações, agústias e escapes. E o corpo trabalha em dobro, processando o alimento absolutamente desnecessário. A prática do jejum, por exemplo, é recomendada uma vez ao mês e reestabelece o fluxo energético através da eliminação de toxinas, devolvendo ao organismo o conceito de templo momentaneamente esquecido. É normal nos sentirmos mais despertos e produtivos quando comemos menos, com qualidade, e longe da TV.
Um pouquinho do BBB, um pastelzinho na feira, vá lá, de vez em quando são práticas que nos devolvem ao mundo real. O que é preciso, nem que seja necessário nos exercitarmos continuamente para isso, é estabelecer o limite do que não nos torna escravos de nossos próprios vícios.
6 de outubro de 2009
'Sometimes I feel like screaming!"
4 de outubro de 2009
Heróis Anônimos: Rodrigo Yoshida
Rodrigo Yoshida. 28 anos, casado há 5, analista de marketing do Banco Itaú. Há 10 anos tem como companheira uma cadeira de rodas, fruto de um acidente com moto que o deixou paraplégico. Não ia a mais do que 30km/h quando um carro o atingiu e ele, ao cair, prensou o capacete junto ao pneu de um carro estacionado, fatalidade que fez com que apenas a coluna se deslocasse e sofresse fratura. Naquele momento, relata ele, percebeu que alguma coisa mais grave se passava: “Quando me dei conta, vendo meu corpo virado para um lado e as pernas para outro, sem poder movimentá-las, entendi o que tinha acontecido . Mas fiquei aliviado, em parte, quando percebi que podia movimentar os braços”.
Creio que foi isso que chamou minha atenção em relação ao Rodrigo. Nos cruzamos poucas vezes, é verdade, mas em todas ele sempre se saía com um comentário engraçado ou uma piadinha. No aniversário do Bruno, quando recusou a cerveja que o garçom insistia em colocar em seu copo, respondeu “Para, desse jeito você acaba me deixando bêbado. Já não tô nem sentindo minhas pernas...”
30 de setembro de 2009
Deus existe?
Sento-me na cama. Que brincadeira é essa, afinal? Fecho os olhos a espera de alguma imagem que acompanhe o 'áudio' e o que vejo são manchas alaranjadas em torno de um sol límpido, nascente, que prepara terreno para mais um dia. Entendo a mensagem: é um 'Deus existe?' em forma de post. É chegada a hora de fazê-lo.
Deus não existe.
Ao menos esse Deus da doutrina judaico-cristã que fomos obrigados a aceitar como único e verdadeiro, o criador que castiga os ímpios e é, sobretudo, o instrumento de controle que permite a seus representantes na Terra manter o caminho do rebanho às cegas. 'Deus castiga', 'você não vai para o céu', 'isso é pecado' , dizem eles em meio a tantas outras objeções que tem por objetivo cercear a ação e atender aos anseios de uma minoria.
Estabelece a doutrina cristã que padres, por exemplo, não podem casar e ter filhos. Mas se a consagração do matrimônio é um dos pilares do cristianismo, a família, porque é que seus próprios representantes não podem fazê-lo? Que mal há em preservar a espécie humana - dádiva divina - dentro da estrutura religiosa? Ora, é sabido que desde os primórdios da idade média padres não se casavam simplesmente para evitar que as riquezas da igreja, a instituição mais poderosa e organizada da época, fossem divididas! Rabinos, por outro lado, conclamam à leitura da Torá, o livro sagrado do judaísmo, convidando membros da congregação para subir ao altar e a eles se juntar nas festas mais tradicionais. Ao mesmo tempo, é comum ouvir histórias sobre leilões que são realizados dentro das sinagogas para que os mais privilegiados subam ao altar para a leitura da Torá, contribuindo com uma 'módica' quantia em dinheiro. Religião, poder, dinheiro e Deus, na concepção do homem, sempre andaram lado a lado.
Que espécie de Deus é esse que se esconde por trás de interesses duvidosos e designa quem pode pelo poder da reprodução, assim como pelo poder do dinheiro? Esse é o Deus do homem, do Edir Macedo, do Michael Jackson e da Madonna. É o Deus baladeiro, que gosta de grana e de poder, e que nada tem a ver com a verdadeira essência divina. É, na prática, o reflexo do homem diante do espelho.
Deus, na minha visão, tem outro conceito. Deus é a energia maravilhosa que nos irmana, que nos faz pertencer ao mesmo plano, que nos faz alegre quando um de nós está alegre ou que nos torna solidários quando um de nós sofre. Deus é compaixão no sentido literal da palavra, é amor quando se abraça o todo, é o respeito constante que mantemos a nossa volta, seja para com nossos semelhantes, seja para com a mãe natureza e seus elementos. Deus é a essência, a chama divina que habita nossos corações e junta peça por peça em um quebra-cabeças infinito, sem que nenhuma delas seja a mais importante. Deus é pureza de espírito, liberdade e poesia, longe de ser 'faça isso' ou 'faça aquilo'. Deus é livre-arbítrio.
Essa é a verdade que não somos capazes de perceber porque ficamos presos aos dogmas que permeiam nossas tradições há séculos. Antes de esperar que "alguém" lá em cima faça rumo por nós, desabrochemos nossa semente divina e façamos valer nosso verdadeiro papel.
Nós somos Deus.
27 de setembro de 2009
Ecos do Japi
Patty, se me permite, tomo a liberdade de fazer uso do título do seu blog , o Ecos do Japi (sigam o link e boa viagem), para este post. Lá estive no último sábado em companhia dos amigos Haroldo e Priscilla para uma gostosa caminhada em meio à mata, acompanhado também da Rosana e dos pequenos notáveis incansáveis João Pedro e Luiza. Além, é claro, da nossa querida guia Patty 'Salerosa' em pessoa.
A Serra do Japi é uma cadeia montahosa que se divide entre os municípios de Jundiaí, Cajamar, Pirapora do Bom Jesus e Cabreúva. Foi declarada reserva da Biosfera pela Unesco e tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. "Um santuário", como diz a Patty em seu blog, que abriga natureza diversa e exuberante.
Recorro ao meu querido Abel Antunes, personagem de 'O último mensageiro', em uma de suas passagens à beira do rio com Marina, deslumbrada com a beleza do lugar em que se encontravam:
"– Que lugar maravilhoso é este?
Crédito da foto 'Borboletas':Priscilla P. Gutierrez
24 de setembro de 2009
Momentos
Crédito: Radiolab
21 de setembro de 2009
Smiling at Simple Special Spaces
17 de setembro de 2009
Heróis anônimos
Sugestões serão muito bem vindas e podem ser encaminhadas para andrecharak@uol.com.br com foto e uma pequena biografia!
Crédito da foto: Picto Brand
12 de setembro de 2009
Le dor va dor
6 de setembro de 2009
Pinceladas
28 de agosto de 2009
O bolsa família e as eternas armadilhas do poder
Crédito da imagem: Leonardo Ramalho
22 de agosto de 2009
A tal evolução humana
Errado. Ao mesmo tempo em que nossos padrões ganham ares cada vez mais sofisticados, reduzindo o nível de esforço físico e intelectual (parece que somos acomodados por natureza), ganham também o distanciamento de nossa porção divina, aquela que ainda guarda a semente da solidariedade. Nas palavras de Abel, em uma das passagens do Mensageiro: "Que futuro dispõe uma sociedade que não é capaz de preservar a integridade de seus indivíduos?" . Creio que é sobre isso que devemos refletir. Sobre como nos tornamos vanguardistas quando a questão 'satisfação de interesses pessoais' vem à tona, assim como ainda engatinhamos quando o assunto é amor, compaixão. O mundo precisa urgentemente de mudanças para viver um resgate definitivo, algo que tire a humanidade da inércia e abra seus olhos ante a destruição iminente. A tecnologia é fantástica e bem vinda, mas tenho certeza que não é a ela que cabe o papel.
Crédito das fotos: david surfer
15 de agosto de 2009
Como nascem os super heróis
11 de agosto de 2009
5 regrinhas básicas
Busque conteúdo. Trave conversas que enriqueçam e estimulem, aceite a perspectiva de outros pontos de vista e isente-se de julgamentos.
Externe sua bondade em potencial. Estenda a mão, auxilie, respeite. Se você já chegou lá, lembre-se que ainda há outros que precisam de ajuda.
7 de agosto de 2009
Ode à sensibilidade
"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido"
2 de agosto de 2009
Que país é esse? II
Tudo isso pra dizer que o governo do Rio de Janeiro disponibilizou R$ 9,5 milhões para o torneio de hipismo Athina Onassis, que ocorre na cidade. Ou seja, o dinheiro do cidadão banca quase 70% de um evento em que cavalinhos de pelos lustrosos e brilhantes, cavaleiros e amazonas em trajes de gala e a nata da sociedade carioca, lado a lado com o mundo das celebridades, desfilam suas alegorias. Imagino que seja porque o nome Onassis ou a sociedad hípica carioca não sejam suficientemente influentes para levantar fundos junto ao setor privado a fim de bancar seus mimos. Não é?
Só rindo. Há uns anos eu mesmo estive em via de produzir uma revista voltada para a nata (era para o gerenciamento de grandes fortunas) e, é claro, fui atrás de anunciantes. Itaú, Santander, Bradesco, Mont Blanc e Jaguar, apenas para mencionar alguns, abriram suas portas sem cerimônia e se interessaram pelo projeto sem muito esforço. Concretizar foi uma outra história, mas até aí não me chamo Onassis e nem galopo com seus pares...
Justificando tamanho absurdo, a secretaria de turismo, esporte e lazer do RJ disse que o evento produz "credibilidade internacional e benefícios incalculáveis" para a cidade (são quantas as favelas que existem por lá atualmente?). A prefeitura, em algo que teve ter sido um acesso de insanidade, chegou a afirmar que o evento foi capaz de lotar o Copacabana Palace em baixa temporada, além de ocupar 92% e 75% do restaurante Fasano e o hotel Intercontinental respectivamente. Com todo o respeito, vai aqui o meu foda-se. Cavaleiros e cavalinhos são suficientemente hábeis para não depender de dinheiro público para seu circo, ainda que se trate de uma etapa do circuito mundial de hipismo. A Folha menciona que "segundo artigo da lei, não é permitido que um projeto com reconhecida capacidade de obter patrocínios, recorra à renúncia fiscal" (lei de incentivo ao esporte, através do qual o evento obteve a grana).
O que este país precisa é de vergonha na cara para enxergar suas verdadeiras necessidades e trabalhar por elas, não jogar fora recursos na mão de quem não precisa!
1 de agosto de 2009
Charak em 2 tempos
"Tempo... O eterno desafio de a ele se opôr como se seu esgotamento fosse imediato. Transferimos o poder que nos torna senhores e escravos de sua natureza: quanto mais o temos, mais o ignoramos. E quando ele parece nem existir, imerso em sua condição ilusória, abre-se o atalho que recria a condição da vida".
Cris, suas fotos de infância foram inspiradoras, obrigado!
29 de julho de 2009
A criação a serviço da vida
25 de julho de 2009
O efeito Evian
23 de julho de 2009
A prática da aceitação
Texto extraído do Blog Zen Habits, de Leo Babauta e com ligeiras adptações
Aceitar significa não poder mudar o estado das coisas? Não. As coisas continuarão mudando, não porque você não consegue aceitá-las como são e se esforça ao extremo para mudá-las quando não atendem sua vontade; elas mudarão porque você será capaz de desfrutar do processo de mudar, aprendendo e evoluindo ao mesmo tempo.
Aceitar e entender. Os resultados virão por si mesmos.
Lao Tzu
21 de julho de 2009
Comentários
18 de julho de 2009
Um mundo de máscaras
"Compartilhar o que temos de melhor, sem questionar o quanto isso nos afeta como indivíduos, é o caminho que abre as portas para o amor fraternal e solidário. É exatamente disto que este planeta precisa"!