tag:blogger.com,1999:blog-22882242002026105242024-03-13T20:28:46.969-03:00 Por um mundo mais justo, por uma vida menos ordináriaAndré Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.comBlogger169125tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-42334782305176495942021-06-24T17:38:00.001-03:002021-06-24T17:39:54.468-03:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Vnuz1C8SIiE/YNTpaMbTvXI/AAAAAAAAFPA/R9z2Kiv-11EcKXsgWge2snnURhzWD1RSACLcBGAsYHQ/s1000/IMG_6925hdr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="667" data-original-width="1000" src="https://1.bp.blogspot.com/-Vnuz1C8SIiE/YNTpaMbTvXI/AAAAAAAAFPA/R9z2Kiv-11EcKXsgWge2snnURhzWD1RSACLcBGAsYHQ/s320/IMG_6925hdr.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><h1 style="text-align: left;"><em>MENSAGEM D'ELE</em></h1><div><em><br /></em></div><div><em><br /></em></div><div><em>Galera da Terra,</em></div><div><em><br /></em></div><div><em></em></div><div align="justify"><em>Hoje acordei meio irado, sei lá. Fiquei pensando se realmente valeu a pena a criação de vocês aí embaixo, nesse pedacinho do universo que eu, em toda minha misericórdia, emprestei a vocês. Na melhor das intenções, claro. Aliás, nunca é demais lembrá-los, vocês são hóspedes desse espaço, condição permanente de quem se encontra apenas de passagem. E, como tal, deveriam ter mais respeito com quem lhes dá abrigo. Engraçado isso, não? Porque quando vejo vocês comendo em seus sofisticados restaurantes, por exemplo, não os vejo cuspindo no chão, atirando a comida no garçom ou limpando a boca na toalha. E a educação parece que para por aí. Porque quando se trata de respeitar vosso anfitrião, o 'pálido ponto azul' chamado Terra, a atitude é outra. Exploração em nome do lucro, essa é a máxima, não importa que o efeito seja destruidor. Árvores? Pra quê? Vocês não são tão burros como parecem, eu sei. Claro que sabem o que seus atos causam, só não se preocupam com eles porque também sabem que os reflexos só vão aparecer lá na frente, quando as gerações futuras terão que pagar o preço. Hello! O futuro já chegou, vocês fazem parte da geração que arca com os danos. Não deu pra perceber ainda? Esse seu anfitrião anda dando suas chacoalhadas. Sabe picada de pernilongo? Aquela coisa chata que começa a coçar e você se irrita, coça, resmunga, enfim... Reage! Pois não lhes parece óbvio que a Terra faça o mesmo? Vocês a maltratam, violam, esgotam seus recursos e querem que ela cruze os braços. O problema, mortais, é que a reação do planeta é proporcional ao seu tamanho, o que significa dizer que uma coçadinha na picada equivale a um tsunami. Aí, como é de se esperar, paga com a vida quem não tem nada a ver com a história. </em></div><div align="justify"><em><br /></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em>Bom, vou ficando por aqui porque acordei cedo e essa conversa me dá uma preguiça danada. Mas fica aqui meu recado: a hora que essa mãe se encher o saco e virar aquela porrada, não vai sobrar ninguém pra contar a história. Tá na hora de vocês pensarem na mãe com um pouco mais de carinho, antes que seja tarde. Depois não adianta chorar, não vale dizer que eu não avisei...</em></div><div align="justify"><em><br /></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em style="text-align: left;">PS.: eu demoro pra pegar no sono. Por isso peço encarecidamente que, ao menos pelos próximos 30 dias, parem de ficar me pedindo coisas!</em></div><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-7010963589693369362021-05-22T18:00:00.008-03:002021-05-22T18:39:54.404-03:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #ffa400; font-size: x-large; text-align: left;">A TAL DA SOLIDARIEDADE HUMANA</span></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"></span></p><div style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-bdCaUZQ9bQE/YKlxPvWc4zI/AAAAAAAAFJQ/z1UzHew7ZwwEpCc0BoJyk7vjKBO-ZEbswCLcBGAsYHQ/s649/123.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="379" data-original-width="649" height="166" src="https://1.bp.blogspot.com/-bdCaUZQ9bQE/YKlxPvWc4zI/AAAAAAAAFJQ/z1UzHew7ZwwEpCc0BoJyk7vjKBO-ZEbswCLcBGAsYHQ/w284-h166/123.JPG" width="284" /></a><span style="text-align: justify;">A imagem ao lado correu o mundo esta semana. Trata-se do garoto Marroquino que, amparado por garrafas PET para não afundar em pleno Mediterrâneo, tentou alcançar Ceuta, enclave espanhol em território africano que faz fronteira com o país árabe. Tudo em vão. Ceuta é cercada por um muro de pedras (a sequência das imagens, com o garoto saindo da água e tentando escalá-lo, quando é contido pelos soldados que patrulham</span></span><span style="font-size: large;"> a região, é desoladora) e os imigrantes ilegais que chegam à região são 'devolvidos' à origem. O sonho de uma vida mais digna ou um mundo mais justo, como clama o Blog, termina ali.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A mãe do todos os males é a insensibilidade. É ela quem cria abismos intransponíveis por conta da voracidade humana em fazer de sua passagem por este planeta um acúmulo desmensurado de riquezas e afeta, em última instância, toda a dinâmica comportamental da raça. Não é por outra razão que geramos imperadores incendiários, ditadores fascistas, governos corruptos, mafiosos, torturadores, assassinos profissionais e toda sorte de "ser humano" que enxerga, na desgraça alheia, o trampolim para seu próprio engrandecimento. Isso ocorre porque é assim mesmo, porque nunca se pensou de outra maneira ou se estabeleceu um sistema que valorizasse essa tal de solidariedade humana, em que pese ações de pequena expressão, espalhadas aqui ou ali, passa desapercebida.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Significa que, como raça, somos um verdadeiro fracasso. E tudo por conta de uma simples, porém consistente razão: não somos capazes de estender os ideais de vida criados para nós mesmos àqueles criados sob nossa semelhança. Uns podem, outros não. E ponto. São tantos os abismos que já encaramos essa dinâmica com certa naturalidade, afinal de contas não podemos ser responsáveis por todos a nossa volta...</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Não? Um ser humano, séculos à nossa frente, teve a oportunidade de visitar um berçário em uma galáxia distante. Ficou impressionado ao ser levado a um espaço do tamanho do Maracanã em que havia milhares e milhares e mais milhares de bebes dispostos, todos calmamente dormindo em seus bercinhos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">"<i>Como funciona isso?",</i> ele perguntou a seu anfitrião. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><i>"Muito simples. Quando um bebe nasce, nós o recolhemos e o trazemos a esse local. Aqui recebem todo tipo de assistência e crescem felizes e saudáveis.</i>"</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">"<i>Como assim? E como os pais fazem para saber quem são seus filhos?"</i>. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><i>"Não fazem. Aqui todos são nossos filhos".</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Para nós, os míopes. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"> </span></div></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><div style="background-color: #3d3d3d; color: #cdcdcd; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; text-align: justify;"><span style="background-color: transparent; font-size: large; text-align: left;"> </span></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><span><a name='more'></a></span><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-35041467787415224292021-05-16T17:16:00.004-03:002021-05-16T19:28:51.857-03:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-size: large;"> O POÇO</span><p></p><p></p><h4 style="text-align: left;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-0JNuW72BRLA/YKGW2t-Sb3I/AAAAAAAAFIo/RKcbT61RXOMExurbqLUxpHpv1QlK8YsrwCLcBGAsYHQ/s565/Imagem1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><i><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="565" height="201" src="https://1.bp.blogspot.com/-0JNuW72BRLA/YKGW2t-Sb3I/AAAAAAAAFIo/RKcbT61RXOMExurbqLUxpHpv1QlK8YsrwCLcBGAsYHQ/w343-h201/Imagem1.jpg" width="343" /></i></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Iván Massagué em cena de 'O Poço'<br /><br /></i></td></tr></tbody></table></h4><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i>Cuidado: spoilers!</i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Deve ter sido por volta de 1973-1974
que que tive meu primeiro contato com a Fórmula 1. Lembro-me bem porque, à
época, o Brasil era representado nas pistas pelos ídolos Emerson Fittipaldi e
José Carlos Pace. Mas lembro-me bem, também, porque me questionei, do alto dos
meus 10 anos, porque homens se dispunham a ficar entalados dentro de um carro,
dando voltas e mais voltas em um circuito até que um deles chegasse em
primeiro, enquanto no meu país pessoas pediam esmolas pelas ruas. A imagem que
me vinha à cabeça - e melbro disso como se fosse hoje - era daqueles carros sendo abastecidos, o combustível a
alimentar seus tanques, enquanto bocas espalhadas por aqui não tinham a mesma
sorte. Provavelmente pela primeira vez –
e tem sido assim nos mais de 17.000 dias desde então – passei a me perguntar
não somente o porquê destes abismos, mas como o homem estabelece suas
prioridades.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">É por esta razão que filmes como
‘O Poço’ (Espanha, 2019) tem um significado mágico para mim. Vejo, através de
olhos alheios, questionamentos parecidos e crítica mordaz ao nosso modelo, que antes
de social é sobretudo individual, quando muito ampliado a pequenos grupos como
família, amigos, cooperativas, sindicatos ou partidos. O resto é apenas o
resto, seres inferiores cujo trágico destino foi traçado por uma entidade
etérea - comumente chamada de Deus - e que permanecem fora do nosso campo de
visão para que a vida (a nossa, não a deles) seja perfeita. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A trama do filme gira em torno de uma
prisão de 333 níveis (vide foto), cada um deles funcioando como uma cela. Nela habitam dois
prisioneiros e não há qualquer área de respiro, apenas um enorme vão central
por onde transita uma plataforma com alimentos. Os prisioneiros trocam de
nível, a cada de mês, de forma aleatória: podem estar no nível 3 em um mês e no
157 no mês seguinte, podendo voltar ao 43 no outro. Não há mérito ou pena,
apenas acaso.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A plataforma sai do topo da
estrutura com os mais variados e requintados alimentos, preparados
cuidadosamente por profissionais de cozinha. Vai do primeiro nível (1) ao
último (333), permanecendo dois minutos em cada um. Este é o tempo que os
prisioneiros dispõem para comer, não podendo armazenar nenhum tipo de
alimento sob pena de toda estrutura sofrer sanções como frio ou calor intenso
que os levará à morte. </span><span style="font-size: large;">Desta forma, prisioneiros do
nível 1 tem acesso a todos os pratos, vinhos e doces. Fartam-se até o
encerramento dos dois minutos, quando a plataforma segue para o segundo nível
com o que sobrou e assim por diante. Os personagens
centrais encontram-se, no início, no nível 58 (ou algo assim), e quando a
plataforma chega até eles já houve um estrago considerável. São praticamente
restos de alimentos, pratos e copos quebrados naquele clima de fim
de festa medieval que só vai piorar dali para baixo. É de se supor que os
próximos níveis não terão comida até que a plataforma passe novamente no dia
seguinte, provavelmente sob a mesma condição.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Paralelo com o mundo moderno:
países da união europeia estariam nos níveis 1, 2 ou 3, enquanto os da África
subsaariana estariam nos mais baixos. Uns comem, outros não. Ou, de forma menos abrangente, olhemos para dentro de uma sociedade – por que não a nossa? – em que a elite se lambuza com
alimentos que à periferia não chegam. Mas afinal, não somos um coletivo? Por
que uns tem acesso aos alimentos e outros não? Por que países ricos alimentam
suas populações enquanto uma pessoa morre de fome a cada 4 segundos no mundo, de
acordo com dados da UNICEF? </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-GEc09aFAHdc/YKF7I0P_MUI/AAAAAAAAFIc/oCLxHk6AsSYNdVklD46sgZibED5a1IF2ACLcBGAsYHQ/image.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: medium;"><img alt="" data-original-height="183" data-original-width="275" height="213" src="https://lh3.googleusercontent.com/-GEc09aFAHdc/YKF7I0P_MUI/AAAAAAAAFIc/oCLxHk6AsSYNdVklD46sgZibED5a1IF2ACLcBGAsYHQ/image.png" width="320" /></span></a></div><span style="font-size: medium;"><br /><br /></span></div><span style="font-size: medium;"><br /><o:p></o:p></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Porque quando a concorrência impera, ninguém se importa. A lei do mais forte se impõe, como se a busca por sobrevivência implicasse em eliminar concorrentes como se não houvesse alimentos para todos. Não somente há, estocados em gigantescos silos ao alcance dos privilegiados, como muitas vezes são descartados por estragam ao longo do tempo. Em um ambiente competitivo você corre o máximo que pode, procurar ultrapassar quem está a sua frente e pouco se importa com os que ficaram para trás. São invisíveis.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">De volta ao poço. Goreng (Iván
Massagué), o personagem principal, pede aos prisioneiros do nível inferior ao seu que comam o
suficiente para saciar a fome, deixando alimento para os próximos níveis. Claro que é
ignorado (supondo que conseguisse subverter a lógica haveria comida para todos,
mesmo nos níveis inferiores). Na falta de colaboração, ameaça: se não fizerem o que ele pede, separando uma parte da comida para os demais, vai
cagar em tudo que estiver na plataforma antes que ela deixe seu nível.
Funciona. Se Goreng fosse o Estado, poderíamos pressupor que ameaças exercem papel preponderante no equilíbrio, e que de fato seguir as regras, com punição em caso de violação, funciona. Não se trata, portanto, de agir com espontaneiedade, como deseja um dos personagens. Na prática, somos instados a agir de forma altruísta sob coerção, já que em meio à corrida não temos olhos para o conjunto. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">É por esta razão que, na sequência,
Goreng e um outro companheiro decidem, armados com barras de ferro, descer
junto com a plataforma andar por andar para que as duplas de prisioneiros comam somente o necessário. Como não contam com a boa vontade
de todos (principalmente os que se encontram nos níveis mais altos e que querem
desfrutar os privilégios, justamente por já terem estado nos mais baixos), vão
abatendo os ‘não solidários’ pelo caminho. A punição vai, portanto, além, tirando a vida
de quem não se dispõe a colaborar com o coletivo, ao mesmo tempo em que
demonstra o papel do estado totalitário que elimina os inimigos do regime. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A bondade humana, em essência,
não existe. Ela atua quando coagida, quando a inação leva à punição. Se você não concorda, é porque - amém - age de maneira diferente, é solidário e se preocupa com seu semelhante. Mas se você fosse regra, e não exceção, a maioria dos conflitos ao redor do planeta estaria resolvida. Enquanto isso, insistimos nos mecanismos de exploração e de luta ao invés de nos irmanarmos
(na ideia do filme, distribuir alimento para todos). Poucos, como Goreng, tem
essa capacidade, mas todos sabemos como a história termina...</span><o:p></o:p></p><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-78280541748068066462021-04-24T17:23:00.011-03:002021-04-24T18:08:51.464-03:00<p></p><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: inherit; font-size: 15px;">
</span>
<h1 style="text-align: left;"><span style="font-size: x-large;">DEUS & EU</span></h1><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><o:p> </o:p>Nos encontramos nos detalhes.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">No nascer do sol, no sibilar do vento, no canto infinito das águas do rio;<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Conversamos em silêncio.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Suas ações se antecipam a meus questionamentos como que para</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">invalidá-los, assegurando a trajetória natural de tudo que existe;<o:p></o:p></span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Trocamos impressões.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Ele diz que não está lá como imaginamos. Está aqui, a</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">preencher cada espaço, cada vibração, cada nascimento. Cada gotinha de chuva;<o:p></o:p></span></p><span style="font-size: medium;">
</span><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Não há despedidas nem começo. Nem meio nem fim. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Apenas permanência.</span></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ERQPW_n4Jh4/YIR96rO-cQI/AAAAAAAAFHE/-kNHWqblQmYWWyRmV2AQ09R_5J17MHHbwCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_8264.JPG" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="218" src="https://1.bp.blogspot.com/-ERQPW_n4Jh4/YIR96rO-cQI/AAAAAAAAFHE/-kNHWqblQmYWWyRmV2AQ09R_5J17MHHbwCLcBGAsYHQ/w328-h218/IMG_8264.JPG" title="Charak Photo" width="328" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table></div></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-85505891975613395162021-04-24T17:12:00.022-03:002021-04-24T18:09:45.859-03:00<p><span style="font-size: 13.6px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: 13.6px;"></span></div><h1 style="text-align: left;"><span style="font-size: large;"><span><br /></span><span>Revisitando Concepções:</span></span></h1><p></p><p><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-vxPovF2kkhA/YIR8RlGw4zI/AAAAAAAAFG0/P5cyYmtNvQIBCdcvVgUbgKPUQ0L3wMR3ACLcBGAsYHQ/s2048/IMG_6424.JPG" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="220" src="https://1.bp.blogspot.com/-vxPovF2kkhA/YIR8RlGw4zI/AAAAAAAAFG0/P5cyYmtNvQIBCdcvVgUbgKPUQ0L3wMR3ACLcBGAsYHQ/w330-h220/IMG_6424.JPG" title="Charak Photo" width="330" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Há algo dentro de nós que se movimenta sempre na mesma direção. É puro instinto, uma engrenagem invisível que nos leva àquilo que mais valorizamos e que de alguma maneira nos pertence, assim como nos faz pertencer. Não há sentido concreto nisto, apenas a constatação de que as inúmeras divisões se espalham pelo mundo e, invariavelmente, criamos identidade com algumas delas. Um dom, uma filosofia, uma conduta. Nos tornamos aquilo que passeia por nossas mentes, remonta às nossas origens, dá sentido à existência. De uma maneira ou de outra, para fazermos aquilo que nos propomos fazer, não haveríamos de estar aqui por alguma outra razão.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.6px;"><br /></span></p><p><span style="font-size: 13.6px;"><br /></span></p><p><span style="font-size: 13.6px;">Texto original criado em 2007 e postado em 2009.</span></p><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-89250769805968497012021-04-14T20:21:00.005-03:002021-04-14T20:26:08.829-03:00<p><span style="font-size: x-large;">PANDEMIA </span></p><p><span style="font-size: 16pt; text-align: justify;"><br /></span></p><p><span style="font-size: 16pt; text-align: justify;">Texto originalmente escrito em 21/03/2020</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-gAx-spkBTwc/YHd6A-a8H3I/AAAAAAAAE_I/vPRLVhIACcAvX-eLaxsq-rQJuYKIBunGgCLcBGAsYHQ/s621/Capturar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="621" src="https://1.bp.blogspot.com/-gAx-spkBTwc/YHd6A-a8H3I/AAAAAAAAE_I/vPRLVhIACcAvX-eLaxsq-rQJuYKIBunGgCLcBGAsYHQ/s320/Capturar.JPG" width="320" /></a></span></div><span style="line-height: 107%;"><br />Muitos tem encarado a pandemia como uma oportunidade para que
o homem reflita sobre seus atos e a forma como conduz a vida no planeta; outros
entendem que se trata de um castigo divino – obviamente pelas mesmas razões –
e, indo além, há os que acreditam em teorias conspiratórias que envolvem raças
estelares ou sociedades secretas no planejamento e execução de macabra estratégia
de controle, avaliando o comportamento humano em situações de confinamento e
pânico generalizado.<o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Exceto pelo primeiro seleto grupo, os demais transferem a
responsabilidade das escolhas que até aqui nos trouxeram como sociedade
autônoma. Mas não é possível atribuir a alguma outra fonte, que não a própria
raça, a responsabilidade sobre os males causados ao planeta e a todas as
espécies que nele habitam. Incluindo nós mesmos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Nós? Como assim? Quem é que em sã consciência pensa em
desenvolver um vírus letal que haverá de ceifar centenas de milhares de vidas?
(atualização em 14/04/2021: o número de vítimas é de 3 milhões no mundo
inteiro, o Brasil se aproxima de 360 mil)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Ninguém, obviamente. O problema não está na sua ou na minha
vontade, está na estrutura social e econômica estabelecida há séculos e que
cria contrastes – senão abismos – entre populações abastadas e empobrecidas, e
que serve como meio de cultura para que pandemias como a do Covid19 se
instalem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Vejamos o caso da China e seus 1,4 bilhão de habitantes. 1%
dos ricos concentra nada menos do que 30% da renda, o que significa dizer que
14 milhões de pessoas tem ganhos mensais da ordem de R$100.000,00 enquanto 99% da
população – isso mesmo, 99% que equivale a 1,386 bilhão de pessoas – tem algo
em torno de R$ 2.500,00 mensais (‘Parasita’ é uma produção coreana, mas a
relação se encaixa muito bem aqui e recomendo ver o filme). Com maiores ou
menores distorções, este é o modelo que se replica ao redor do mundo e que
exige que populações desfavorecidas busquem alternativas de ganho para sobreviver,
ainda que isso implique em comercializar animais silvestres vivos em péssimas
condições de higiene (há relatos no país de populações inteiras que saíram da
miséria graças a criação de ratos, um dos maiores vetores de transmissão de
doenças ao homem). É aí que entram roedores, víboras e morcegos, estes tolerantes
a vírus de diversas origens e que se espalham pelo mundo quando o homem invade
seus habitats. Trata-se de falta de opção em um mundo predatório onde, como
sugeriu Darwin, os mais fortes sobrevivem e os mais fracos se viram como podem.
Que se danem as aberrações porque, ao final, há um 'equilíbrio' ‘lógico' que
garante o 'sucesso' do modelo. E quando o modelo se perpetua, os efeitos
colaterais são devastadores. Estamos, literalmente, ‘vivendo na pele’ a consequência
destas escolhas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Vai chegar o dia em que tudo isso irá acabar e a vida voltar
ao 'normal', ainda que seja o ‘novo normal’. E é aí que o seleto grupo dos que
acreditam em um modelo mais justo e equilibrado, na revisão de condutas e
responsabilidades e, finalmente, na possibilidade de um novo horizonte se
descortinar depois da trágica experiência, morre na praia. Porque eu aposto
justamente no contrário: mais volúpia e determinação em busca dos mesmos
objetivos. As perdas econômicas do período serão gigantescas e farão do homem
um animal ainda mais individualista, que não se importará em acentuar os
abismos que já conhece. E a tendência, infelizmente, é só piorar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Mas e todos que estão trabalhando para mudar os padrões de
consciência?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">Estamos trabalhando na elevação do padrão vibracional há
tempos, somos parte integrante de um movimento que respeita a natureza, prega
amor ao próximo, realiza trabalhos de conscientização, elevação espiritual e
cura. Porém, ainda não somos capazes de gerar a ruptura, até porque nenhum
modelo será substituído de forma abrupta como seria no caso do pós Covid (para
fazer parte deste trabalho visite <a href="https://www.explumiar.com/">https://www.explumiar.com/</a>)
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">As rupturas se estendem quase que imperceptivelmente na linha
do tempo. O declínio do Império Romano, por exemplo: começa por volta de 300
D.C., com a invasão dos bárbaros, e Constantinopla (Istambul), o último bastião
do bloco oriental, cai em 1.453. Quando imaginamos aqueles povos vivendo nas
franjas do império e lentamente tomando conta, estruturamos o pensamento para
algo que se cumpre em dez, vinte, cinquenta anos no máximo. Estamos falando de
um processo que durou mais de mil anos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;">As mudanças são paulatinas. Exigem dedicação e principalmente
paciência na gestação do processo, que será consagrado com a chegada de
lideranças políticas e econômicas alinhadas aos mencionados padrões (lideranças
mais ‘humanas’, por mais absurdo que isso possa soar; porque se agora o mundo
vai emergir de uma crise mais pobre e com as mesmas lideranças, não se pode
esperar outra coisa que não seja recuperar o tempo e o dinheiro perdido mantendo-se
o mesmo padrão). E isso só vai ocorrer a
medida em que seguirmos fazendo nossa parte sem desanimar, plantando a semente
do bem através de nossas ações, replicando conhecimento, caminhos de cura e
abrindo essa rede para envolver mais e mais pessoas até o ponto que sejam
tantas a exigir a mudança do modelo que não será mais possível mantê-lo de pé,
tendo então à frente pessoas aptas a fazê-lo. Curemos, pois, a nós mesmos, aos
outros e ao mundo porque esse é o caminho, essa é a responsabilidade que nos
cabe para deixar um mundo melhor para quem ainda vai cuidar dele. <i style="font-size: 16pt;"><o:p></o:p></i></span></p><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div><div id="njcdgcofcbnlbpkpdhmlmiblaglnkpnj"></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-85759434605332956222015-11-18T23:45:00.000-02:002015-11-18T23:45:07.322-02:00PARIS, MARIANA E O TERRORISMO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-esxyLG8KCNU/Vk0pWDD3rLI/AAAAAAAAEXs/8N0QYEzd6Oo/s1600/Imagem1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="106" src="http://4.bp.blogspot.com/-esxyLG8KCNU/Vk0pWDD3rLI/AAAAAAAAEXs/8N0QYEzd6Oo/s320/Imagem1.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: yellow; font-size: large;">S</span></b>e há um elemento comum às
tragédias de Paris e Mariana é o terrorismo. Sim, porque se de um lado temos o
terrorismo explícito, representado por bestas que se explodem em meio à
multidões, de outro temos o terrorismo velado, silencioso, que corrói as
entranhas pouco a pouco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Paris foi vítima de um dos mais
inomináveis atos de intolerância já registrados na história da humanidade.
Radicais islâmicos estabelecem suas próprias leis através da Sharia e tratam de
eliminar quem a ela não se adequa, mesmo que em ‘território inimigo’. Não há
espaço para o respeito ao próximo (até porque isso é a última coisa que se
espera de um chamado ‘radical’), a ação se reveste de insanidade e o resultado
é um banho de sangue. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mariana, por sua vez, também viveu
um ato de terrorismo. Um terrorismo tipicamente brasileiro, que atua como se
não tivesse grandes pretensões e que se transforma em catástrofe quando menos
se espera. Conjuga a ineficiência e corrupção do estado com a ação predatória
de empresas que colocam o capital acima de qualquer princípio, esvaziando a
ética de ambos os lados. Nesta composição, portanto, não há um, mas vários
grupos criminosos que colaboram para o desenrolar da tragédia. É quem constrói
a barragem, quem aprova o projeto, quem o legaliza e quem o fiscaliza. Rola uma
grana aqui, libera-se um laudo ali, vista grossa para não comprometer os
prazos. E compromete todo um sistema, todo um habitat que levará décadas para
ser recuperado, se é que isso é possível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A França se mobiliza de todas as
formas para evitar novos atos terroristas em seu território. Hollande já chamou
para si a responsabilidade, uma célula terrorista foi desmantelada cinco dias
após o atentado. O país superará este episódio e dele sairá mais forte. Enquanto isso, o terrorismo brasileiro seguirá
da mesma maneira, prejudicando quem menos pode, favorecendo os círculos de
poder e minando a já precária estrutura do país. Esse não tem salvação e, com o
perdão do trocadilho, vai se afundar no mar de lama.<o:p></o:p></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-78191832611797299722015-09-20T11:43:00.002-03:002015-09-20T11:43:57.059-03:00CORRUPÇÃO, ESPORTE NACIONAL<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-XyxWab8d-i0/Vf7FikAHrDI/AAAAAAAAEXQ/6aQhnfHjkY8/s1600/Capturar.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="289" src="http://1.bp.blogspot.com/-XyxWab8d-i0/Vf7FikAHrDI/AAAAAAAAEXQ/6aQhnfHjkY8/s320/Capturar.PNG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não acho, sinceramente, que
exista corrupção na política. O que eu acho é que existe política na corrupção.
Sim, porque a corrupção é endêmica, atávica, enraizada na população como um
todo e não faz distinção entre classes, apenas se vale de meios e proporções
diferentes. A verdade é que, em maior ou menor escala, toda sociedade é
corrupta. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A associação natural que se faz
ao termo corrupção é a que remete ao poder público, à troca de benefícios por vantagem
econômica. Um servidor que facilita a emissão de um documento em troca de dinheiro,
um fiscal que faz vista grossa a uma infração em troca de dinheiro, um
parlamentar que recebe dinheiro de empreiteiras em esquema de lavagem que hoje
chega a milhões de dólares. Bando de corruptos – sim, eles são – e merecem ser
punidos por seus crimes. Mas embora esta seja a associação clássica (atitudes
ilegais baseadas em ganhos financeiros), não é aí que o termo se encerra. Corrupção
é a antítese do que nossos avós costumavam chamar de ‘bons costumes’, a traição
aos princípios morais que deveriam reger o comportamento humano e sua conduta em
sociedade. Não se trata apenas de barganhas em nome do dinheiro, mas tudo que
diz respeito a obter vantagens por meios não convencionais (e nem sempre
ilícitos); não se trata apenas de corromper terceiros através de seus desejos, senão
corromper a si mesmo pelos mesmos motivos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Exemplos não faltam. O carro da
madame na vaga de deficientes, a fila dupla na porta da escola, a torcida que
pede pênalti quando nem falta foi. Outro dia esperava eu pacientemente pela
pista central da Dr. Arnaldo que dá acesso à Consolação – lembrando que a pista
da esquerda segue para a Av. Paulista ou é exclusiva aos ônibus que trafegam
pelo corredor – quando um pelotão de carros vem cortando pela esquerda.
Sarcasticamente, o carro que me fecha e ocupa meu espaço tem um adesivo em tons
azuis em que se lê ‘Eu apoio a Lava jato’. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Corrupção grande não pode,
pequena pode. O deputado não pode tomar seu dinheiro, mas você pode tomar o
espaço do outro carro. Ou adulterar o cartão de zona azul, parar o carro em
duas vagas, não respeitar a faixa de pedestres porque sua pressa é sempre mais
importante, zerar seus pontos da carteira de motorista com o despachante que
conhece alguém no Detran (o trânsito é sempre um bom referencial para
demonstrar o quanto somos civilizados). Não é de valores que estamos falando.
Aliás, é. Não de valores monetários, mas daqueles que deveriam estender seu
direito até onde começa o do próximo. Mas isso é corrupção? Na medida em que
você contraria suas normas internas, fazendo algo que inconscientemente sabe
que não deveria fazer, você está corrompendo seus próprios valores. A não ser
que você não esteja nem aí pra nada (como deve ser o caso do dono do veículo
que ilustra esse post).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como então exigir lisura e ética
de políticos se as falhas de caráter são as mesmas, apenas com instrumentos e amplitudes
diferentes? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A base está na educação. A do
Brasil é digna das sociedades mais atrasadas do mundo, tanto em conteúdo quanto
em estrutura. Não formamos mão de obra qualificada, muito menos cidadãos. Somos
o Brasil colônia com ares de modernidade, mantendo o mesmo caráter predatório e
escravagista, embora subjetivamente. Temos condições de melhorar em 200, talvez
300 anos, desde que o processo se inicie já. Se aliarmos a este aspecto um
processo de controle mais rigoroso também teremos melhores resultados. O que
temos por hora é uma sociedade fracassada onde impera a corrupção moral – a começar
pelo afiador de facas comprado pela presidência da república no valor de R$ 9
mil. Vai dizer o quê?<o:p></o:p></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-91668061505215828212015-01-13T18:49:00.001-02:002015-01-13T19:02:02.365-02:00PORQUE NÃO SOU CHARLIE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-e4SL8WdPoP0/VLV2pqqdSUI/AAAAAAAADxo/3xGYQwoZx1c/s1600/CE.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-e4SL8WdPoP0/VLV2pqqdSUI/AAAAAAAADxo/3xGYQwoZx1c/s1600/CE.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: yellow; font-size: x-large;"><b>O</b></span> título em si não vai na contramão da comoção e da indignação que toma conta do mundo neste momento, em particular do povo francês, muito menos sublima a atitude covarde e irracional de dois fanáticos que entendem que a sede por vingança se encerra com a morte dos detratores do profeta. Sou a favor da liberdade de expressão, da arte em manifestar o poder crítico ou criativo, mas para mim ela termina no momento em que invade o sensível território em que se confunde com ofensa.<br />
<br />
Vejamos: quando se cogitou a abertura da estação Higienópolis do metrô e a resistência da população local em aceitá-la, o humorista Danilo Gentilli foi um dos que saiu com a pérola de que os judeus moradores da região eram contra a ideia porque a última vez que andaram de trem tinham ido para Auschwitz. Não é preciso ser muito inteligente para constatar que a infeliz piada remete a um passado não tão distante que ainda mexe não só com aqueles que foram testemunhas de enormes atrocidades - e que parte hoje vive em Higienópolis - como das gerações que cresceram ouvindo seus relatos, e que naturalmente repudiaram a piada de mau gosto. Claro que ninguém pensou em matá-lo (se bem que alguns até devem ter tido a ideia) - não deve haver piada ou charge que justifique semelhante ato. Mas a indignação é evidente quando uma brincadeira como essa incorpora valores sagrados para um indivíduo ou grupo de indivíduos, é nesses termos que passamos a desrespeitar o próximo porque, na falta de sensibilidade, não damos importância às suas crenças ou valores. E aí se instala a discórdia.<br />
<br />
Cristo morreu na cruz. Se eu resolvo fazer uma desenhinho com ele lá, pregado, um monte de mulatas em volta sambando, peladas etc etc seguramente estarei ofendendo a fé de milhões de pessoas em todo o planeta, simplesmente porque tive uma ideia criativa e engraçadinha. É preciso ponderar até que ponto sua própria consciência lida com este tipo de informação e não há melhor saída do que entender o que pregam as correntes espirituais do oriente: coloque-se na posição do outro. Só assim você consegue captar a essência da sua mensagem e fazer valer a sua liberdade de expressão sem ofender ninguém (em tempo: trata-se da minha visão em particular. Se voltarmos no tempo - os mais velhos haverão de se lembrar - uns 40 anos, existia no Brasil a revista satírica 'MAD' da qual eu era fã incondicional e comprava toda semana. Deixei de sê-lo no dia em que a revista publicou, na última capa, um foto de Hitler com o título 'Por que não perdoá-lo?'. Choveram cartas (sim, escrevíamos cartas para as redações) criticando a montagem, assim como chegaram outras em menor número achando genial. Questão de interpretação.<br />
<br />
Se você não pode satisfazer a gregos e troianos, ao menos satisfaça sua própria consciência.</div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-83457558058049801152014-07-27T10:52:00.000-03:002014-07-27T10:54:21.832-03:00O PREÇO DA SOBREVIVÊNCIA<div style="text-align: justify;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-m6FfGQQS5aE/U9R1CUsRqnI/AAAAAAAADf0/gDf-d7iMByw/s1600/Imagem1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-m6FfGQQS5aE/U9R1CUsRqnI/AAAAAAAADf0/gDf-d7iMByw/s1600/Imagem1.png" height="152" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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<span style="color: yellow; font-size: x-large;"><b>R</b></span>eza a lenda que um soldado inglês, nos estertores da primeira guerra mundial, teve sob a mira de seu rifle um soldado alemão ferido quando as tropas germânicas já batiam em retirada do território francês. Movido por compaixão, misericórdia ou algum outro princípio moral, resignou-se a atirar e deixou o soldado viver. O nobre ato traria consequências catastróficas 27 anos depois, quando o mundo contabilizaria mais de 59 milhões de mortos ao final da Segunda Guerra Mundial. O soldado inglês havia poupado a vida de ninguém menos que Adolf Hitler.</div>
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<br /></div>
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É essa indulgência que Israel hoje não se permite ter. Sabe que, se o fizer, o preço a ser pago em um futuro próximo será a vida de seus cidadãos. Por isso não mede esforços para desmantelar a estrutura de túneis construída pelo Hamas com o único objetivo de adentrar seu território e matar, sequestrar, difundir o terror. Israel opta por não ser 'merciful', piedoso, porque sabe que não pode se dar a esse luxo, ainda que isso implique na morte de civis inocentes. Claro, ao abster-se destes valores sabe que a luta vai além do Hamas e amplia a ofensiva sobre estas populações, cujas cenas de morte e destruição tem chocado o mundo e recrudescido o ódio antissemita. Ah, mas o Hamas não os deixa abandonar suas casas, o exército avisa com antecedência os locais dos bombardeios etc etc. O princípio não muda, de uma forma ou de outra não há espaço para a comoção. A máquina de guerra israelense trabalha sob quaisquer circunstâncias para atingir o objetivo maior que é a perspectiva de vida de seus cidadãos e ponto, custe o que custar, no matter what. Não se trata de julgamento, apoio ou condenação. Trata-se de simples constatação. </div>
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<br /></div>
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Nenhuma guerra é limpa, nenhuma guerra preserva princípios por mais justa que seja. Guerras são travadas por questões territoriais e econômicas, religiosas até. Mas esta, em última instância, é a guerra pela sobrevivência de um Estado democrático às voltas com uma organização terrorista que prega seu aniquilamento. É, portanto, legítima. Não se pode questionar proporcionalidade (cada lado luta com o que tem à disposição, é o passivo histórico carregado através de séculos) ou a falta de disposição ao diálogo - ao menos do lado hebreu, que já atendeu ao pedido de três tréguas recusadas pelo Hamas. E por quê? Porque há um componente ideológico geopolítico que faz da população palestina massa de manobra, por opção própria ou não, aos interesses escusos do Hamas, que somada à política 'no mercy' israelense gera o caos, justamente o que busca a organização terrorista para perpetuar e justificar suas hostilidades. Fosse seu objetivo garantir a segurança do povo palestino e lutar pelos ideais de um estado, teriam sido os primeiros a aceitar uma proposta de diálogo. Qualquer outra via, dado o poderio bélico de Israel, é inviável. E é aí que repousa o grande drama: o interesse do Hamas, acima do bem estar da população palestina, é a destruição de Israel. Por esta razão os recursos que chegam a Gaza, ao invés de se transformarem em medicamentos, transformam-se em foguetes; o cimento, que deveria construir escolas, constrói túneis; e a despeito das dificuldades que o povo enfrenta na região, seus líderes vivem confortável e nababescamente no Qatar. É preciso que se diga: enquanto houver gente disposta a morrer em nome da destruição não haverá esperança, enquanto as vozes da discórdia não forem silenciadas não haverá paz, e isso vale para os dois lados. Se Israel pretende conviver em paz com seus vizinhos palestinos precisa rever alguns princípios, inclusive a política dos assentamentos nos territórios ocupados.</div>
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<br /></div>
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Enquanto isso não ocorre, o confronto é inevitável. E ao contrário do que presumivelmente ocorreu ao final da primeira guerra, Israel não deixará lacunas que possam vir a comprometer seu futuro e de seus cidadãos, mesmo que isso implique em 'danos colaterais'.</div>
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<br /></div>
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Imagine se aquele soldado inglês tivesse pensado o mesmo.</div>
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André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-6120321574934477022014-07-12T12:17:00.000-03:002014-07-12T19:31:09.005-03:00O BRASIL DAS RUAS VAI A CAMPO <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-uoKqRYGKGoE/U7x9nBLlbJI/AAAAAAAADdg/flG5Bdq3kbk/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-uoKqRYGKGoE/U7x9nBLlbJI/AAAAAAAADdg/flG5Bdq3kbk/s1600/images.jpg" /></a></div>
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<span style="color: yellow; font-size: large;"><b>S</b></span>into-me confortável para falar da copa porque, desde o princípio, me mantive refratário à euforia que tomou conta do país. Não torci contra, é preciso frisar, mas tampouco me vi tomado pelo espírito de empolgação que irmanou grande parte da população. Também não voltarei à questão política, aos gastos públicos, nada disso. Vou me ater a aspectos que dizem respeito à organização.</div>
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<br /></div>
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A Alemanha sediou a copa de 2006. Naquela oportunidade, me lembro que a mídia destacava a renovação do time germânico depois de ter perdido a final para o Brasil em 2002. Aquele time, que já contava com Lahm, Schweinsteiger e Mertesacker, chegaria em terceiro lugar. Quatro anos depois, na copa da África do Sul e com o reforço de nomes como Khedira, Ozil, Boateng e Muller, ficaria a um passo da final, sendo eliminada na semi pela Espanha que se sagraria campeã (a Alemanha bateria o Uruguai e ficaria novamente em terceiro). Em 2014, a Alemanha garante vaga na final após retumbante goleada de 7 a 1 sobre o Brasil e enfrenta a Argentina. Ainda que termine como vice campeã, a campanha na copa prova que a evolução não ocorre ao acaso, mas é fruto de planejamento, organização e profissionalismo. Neste aspecto, 7 a 1 ainda é pouco.</div>
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<br /></div>
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Planejamento, organização. Palavras que em terras tupiniquins causam arrepios - não apenas nos campos de futebol - e que caminham na contramão da essência de um país que vive no improviso, no imediatismo, e que insiste em não se ajustar. A infraestrutura é precária e ultrapassada, os serviços básicos não funcionam, a lei da carteirada impera. Planejar... pra quê? Esse é o modelo do país, transposto ao campo de jogo na medida em que um seleção de nível sofre humilhante derrota. Vamos aos fatos:</div>
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<br /></div>
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- Inciou-se sim uma preparação após a vexatória eliminação na copa da África do Sul na derrota para a Holanda. O trabalho, iniciado por Mano Menezes, contou com uma boa vitória sobre o time dos Estados Unidos. Mas foi só Ricardo Teixeira cair e Marin assumir que Mano tambem caiu (não estou defendendo o técnico, que ate então não tinha apresentado nenhum resultado tão decepcionante a ponto de ser demitido, mesmo perdendo a final olímpica), em clara demonstração de que o que estava em jogo não era o profissionalismo, mas o apadrinhamento e as relações;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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- Veio então o ultrapassado Felipão, um técnico que abandonou um Palmeiras à beira do abismo da segunda divisão e pouco se importou. Não houve reformulação, a base se manteve (apenas acrescentou Fred na frente, que na prática não acrescentou coisa nenhuma) e um esboço tático começou a se desenhar ainda na copa das Confederações, pura ilusão. Não houve evolução;</div>
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<br /></div>
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- O técnico ainda testou Kaká, Ronaldinho e Robinho neste período, mas não levou ninguém que pudesse dar maior maturidade ao grupo ou comandá-lo em campo quando necessário. A liderança ficou à cargo de jovens como Tiago Silva e David Luiz, voluntariosos porém imaturos; são daqueles que acham que cantar o hino a plenos pulmões já implica em vantagem emocional, empunham suas espadas e aos berros cortam o ar enquanto o inimigo vem em silêncio e aplica um golpe mortal;</div>
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<br /></div>
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- O time estava visivelmente mal treinado; jogadores que perderam espaço em seus respectivos times (Luis Gustavo saindo do Bayer e Marcelo reserva no Real Madrid, assim como Paulinho no Totteham e Oscar no Chelsea) e outros que não conseguiam acertar dois passes (Hulk, Daniel Alves) compunham um time desfigurado, sem qualquer padrão. O mais comum era ver os chutões de David Luiz para frente, sem a ligação com o meio de campo;</div>
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<br /></div>
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- A postura do técnico, a medida que o time alemão abria vantagem, compunha a antítese do líder: sem reação, sem atitude, sem presença. Um zero. Não havia ninguém como Didi, que após o gol da Suécia na final em 58 foi buscar a bola no fundo das redes e voltou incentivando os outros jogadores (obrigado pela lembrança, Tobias). O Brasil virou o placar e ganhou por 5 a 2, conquistando seu primeiro título mundial.</div>
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<br /></div>
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A falta de planejamento foi fatal e o resultado não poderia ter sido diferente, eu já falava isso antes mesmo da copa começar. O Brasil não perdeu apenas para a Alemanha; perdeu para seus próprios erros de execução que, quando não precedidos por um plano de trabalho, podem dar em qualquer coisa, sobretudo em desgostos não previstos. A economia brasileira, a segurança pública e o atendimento médico que o digam...</div>
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<br /></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-72153176808577402572014-06-14T14:13:00.002-03:002014-06-14T16:57:53.219-03:00VTNC: é preciso contextualizar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-NL1Sfj-4xrY/U5x0Ku8sA1I/AAAAAAAADa4/5VNmzw5RGHI/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-NL1Sfj-4xrY/U5x0Ku8sA1I/AAAAAAAADa4/5VNmzw5RGHI/s1600/images.jpg" /></a></div>
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<span style="color: #6fa8dc;">São Paulo e Bahia se enfrentaram no Morumbi em uma tarde de agosto de 2000. Foi a estreia da Julia, minha filha mais nova, em estádios, à época com 3 anos. 14 anos se passaram e me lembro daquele dia porque, ao devolvê-la à casa da mãe e questionada sobre o que mais havia gostado naquele dia, deixou de lado a vibração do gol tricolor (a partida acabaria 1 a 1) ou a alegria dos sorvetes para categoricamente afirmar: a hora que a gente levantava e gritava 'Ei, Bahia, VTNC!'.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6fa8dc;"><br /></span></div>
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<span style="color: #6fa8dc;"><br /></span></div>
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<span style="color: #6fa8dc;">Foi cômico, obviamente. Me lembro do olhar de reprovação da mãe - para mim, não para ela - ao que respondi que estávamos em um estádio de futebol e a prática lá cabia - faz parte da tradição - e que fora dali o comportamento deveria ser outro, como nunca deixou de ser. E isso me leva a duas constatações:</span></div>
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<span style="color: #6fa8dc;"><br /></span></div>
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<span style="color: #6fa8dc;">1. Um estádio de futebol abriga as iniquidades do povo, sua postura em sentir-se acima da lei, moral e bons costumes. São como os espectadores dos antigos embates de gladiadores no Coliseu, que serviam-se dos banhos de sangue como instrumento de diversão e outorgavam-se o poder de decidir sobre a vida e a morte dos combatentes que sucumbiam. Não é assim que funciona? Mal o juiz entra em campo e a sua mãe é ovacionada; o time adversário entra sob sonora vaia; e quando começa a fazer cera, cometer faltas em demasia, segurar o jogo, escuta o coro que a Julia tanto gostou: "Ei, timeco, VTNC!". Não é nada pessoal, é parte de um ritual que habita os estádios e embriaga as massas do esporte há décadas, mesmo que essas massas sejam consideradas por alguns míopes a 'elite branca paulista' em jogo de copa do mundo. Fora dali, isso deixa de existir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6fa8dc;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6fa8dc;">2. Se não fosse assim, é bem possível que minha filha saísse mandando todo mundo tomar por aí em qualquer situação que não lhe fosse conveniente, o que na prática não ocorre. Imagine o constrangimento que seria testemunhar situações dessa natureza, assim como quando presenciamos situações de xingamento no trânsito ou no caso do cara da fila do supermercado que cansou de esperar (de fato, outro dia um senhor reclamou da espera na fila para pagar porque a moça do caixa era uma "monga". Gerou um mal estar geral, a menina do caixa foi às lágrimas e o senhor mostrou-se visivelmente arrependido, mas o estrago já estava feito). Ou seja, apropriar-se do VTNC, remetê-lo ao caráter individual e vomitá-lo em uma situação cotidiana é constrangedor e, de fato, exibe a falta de respeito de quem o usa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6fa8dc;"><br /></span></div>
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<span style="color: #6fa8dc;">Isso me leva a crer que ninguém, em sã consciência, apontaria o dedo na cara da presidanta e diria 'Ei, Dilma, VTNC!". Nem eu. O que ocorreu foi reflexo de uma prática comum em estádios, como manda o figurino, e foi direcionada à mandatária da nação por sua incompetência em fazer com que o país saia do buraco em que se meteu. Dilma estava no lugar errado na hora errada (como presidanta não poderia deixar de estar ali) e por conta de sua incompetência foi alvo dos xingamentos. Se o time adversário não deixa o seu jogar e é xingado, o que dizer de alguém que emperra o seu crescimento e te obriga a gastar cada vez mais no supermercado para comprar as mesmas coisas?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6fa8dc;"><br /></span></div>
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<span style="color: #6fa8dc;">Assim, contextualizado dentro das tradições do futebol, onde o que vai para o estádio deve por lá ficar, digo que se estivesse lá eu teria gritado em alto e bom som: "EI, DILMA, VTNC!"</span></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-24110770990170076492014-03-22T21:38:00.002-03:002014-03-22T21:46:37.753-03:00O PAÍS ÀS PORTAS DA COPA. E O QUE HÁ PARA SE COMEMORAR?<a href="http://1.bp.blogspot.com/-xjjE0_kbJPk/Uy4fmsklIzI/AAAAAAAACXc/Fqa8YM2-ICI/s1600/O-PIG-Copa-do-mundo-2014-Brasil.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-xjjE0_kbJPk/Uy4fmsklIzI/AAAAAAAACXc/Fqa8YM2-ICI/s1600/O-PIG-Copa-do-mundo-2014-Brasil.jpg" height="111" width="200" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Se você é belga, cervejeiro ou membro do comitê organizador da Fifa, parabéns, o mundo está a seus pés. Faturou uma grana preta na venda da refinaria texana, vai arrebentar de vender seu produto na copa, está faturando milhões com a venda de ingressos, produtos licenciados e a entrega dos estádios. Mas se você é parte deste Brasil sem foco, sem rumo e sem alicerces... Vai comemorar o que?</div>
<br />
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<br /></div>
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A copa no seu quintal, o caos na sua casa. A dona da pensão é a estupidez em pessoa: incapacidade, arrogância e desqualificação em clara cisão com a realidade, vivendo em um mundo de fantasias à espera da reeleição - que em um países de populações desinformadas e facilmente manipuláveis como o nosso é de uma probabilidade infeliz, porém gigantesca. O que esperar de uma gestora - se é que assim pode ser chamada - que conseguiu a proeza de quebrar uma loja de R$ 1,99 e, pior, loteou e incapacitou a Petrobrás a ponto de torná-la, em 5 anos, uma empresa deficitária e cheia de problemas, que caiu de 12o. para 120. entre as maiores empresas do mundo? Não é à toa que o Estadão costuma utilizar o termo 'poste' para referir-se à mandatária da nação. Se bem que o poste ainda serve para cachorro urinar, já essa aí ainda não descobri para que serve...</div>
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<br /></div>
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Na esteira desta incompetência, a inflação dá sinais de recrudescimento, o desenvolvimento econômico é pífio (e motivo de comemoração para o ministro da fazenda em claro sinal, uma vez mais, de falta de sintonia com a realidade), a indústria caminha a passo de tartaruga. Educação? Os índices do Enem são péssimos, é comum alunos deixarem as cadeiras do ensino médio semi analfabetos. Saúde? Vai bem, obrigado, tanto é que precisamos importar médicos cubanos pra dar conta do recado, que lixo. Melhor parar por aqui, porque se for para discorrer sobre a qualidade da segurança - no Rio é o BOPE que está nas ruas - da distribuição de energia - estamos à beira do racionamento, rezando para chover apenas o suficiente para alimentar os reservatórios, porque quando passa disso transforma cidades como São Paulo em cenário de carros flutuantes, faróis inoperantes e famílias que perdem suas mobílias, quando não a própria vida. E quando o assunto é São Paulo e seu trânsito não dá pra esquecer do tal Haddad, um infeliz que com suas ideias de gênio conseguiu piorar o que já era ruim.</div>
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<br /></div>
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Assim estamos. Comemorar o que? Um gol do Neymar? Uma vitória sobre a Alemanha? Um título mundial que abafa a realidade nacional, inebria o povão com sua costumeira fantasia e abre caminho para mais um mandato de pão e circo? Fifa, Ambev e Astra Oil estão rindo à toa. Eu tô fora. </div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-45022363563543236262014-02-09T14:03:00.000-02:002014-02-09T16:12:28.137-02:00POR QUE O BRASIL NÃO DÁ -E PROVAVELMENTE NUNCA DARÁ - CERTO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-J8pmglIN6AI/UvePrtB4joI/AAAAAAAACSQ/BzG_AscTcK0/s1600/12.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-J8pmglIN6AI/UvePrtB4joI/AAAAAAAACSQ/BzG_AscTcK0/s1600/12.PNG" height="223" width="320" /></a></div>
<br />
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O Brasil moderno é fruto de uma política de desenvolvimento predatório e depreciativo nascida nos tempos coloniais. Sim, somos herdeiros de um sistema selvagem que nunca privilegiou a sociedade como tal, mas castas e grupos políticos que se agarraram ao poder em busca de diferenciação e criaram, como consequência, os abismos colossais que se interpõe entre governantes e governados. Mas por que?</div>
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<br /></div>
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O país nasceu à luz de contrastes sociais gritantes. Quando um filho de Portugal resolveu declarar a independência, em 1822, muito mais por conflitos com a corte do que propriamente como um grito à liberdade do povo brasileiro, a pátria contabilizava mais de um milhão de escravos - que somados a índios, mestiços e mulatos representava 2/3 da população. Libertos 66 anos depois, muito provavelmente por pressões sociais que cedo ou tarde resultariam em uma insurreição gigantesca com graves consequências, ao invés do sentido romântico que se procurou criar através da Princesa Isabel e a Lei Áurea, iniciaram um processo de integração que nunca se concretizou. Juntamente com outros fatores que contribuíram para o desenvolvimento da sociedade - as ondas migratórias da Europa e Ásia, por exemplo - chegamos ao modelo do Brasil do século XXI, cheio de falhas, inconsistências e, sobretudo, desequilíbrio.</div>
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<br /></div>
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Creditar essas diferenças à exploração econômica do sistema capitalista como fazem hoje os black blocs ou os manifestantes contra a exploração do pré-sal, por exemplo, beira o ridículo. A livre iniciativa pressupõe a busca do lucro como forma de gerar excedentes, que por sua vez se transformam em riqueza tendo o monetarismo como pano de fundo. Assim se constroem as bases de sustentação econômica e a geração de empregos que mantém a sociedade ativa e a riqueza distribuída, certamente de acordo com o grau de participação de cada agente dentro do sistema. Cabe ao governo, como agente regulatório, fiscalizar e alimentar a engrenagem, fazendo com que a lei se cumpra e usando a parte que lhe cabe neste mecanismo, coletada na forma de impostos, para garantir os pressupostos básicos da vida em sociedade: educação, moradia, segurança, atendimento médico e saneamento básico. Não apenas servir ao cidadão, mas também capacitá-lo como mão de obra para que gere benefícios a si mesmo e ao desenvolvimento da economia do país como um todo.</div>
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<br /></div>
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Nada disso acontece. O modelo que se criou foi responsável por perpetuar estas diferenças por duas razões básicas. Primeira: o governo não cumpre a sua parte. Segunda: é usado como trampolim para os que veem na máquina administrativa a abertura necessária para amealhar suas pequenas fortunas, assim como fizeram recentemente os fiscais do ISS. A regra de distribuição de riquezas não se cumpre e a promessa de uma sociedade justa não passa de ilusão. Indo além, há que se ressaltar o papel da oposição nesta história toda, ela que em tese critica o modus operandi governamental e apregoa os fundamentos de uma sociedade justa. Este foi o papel que coube ao PT, por exemplo, nas eleições de 2002. Lula, um político demagogo e de extraordinária capacidade de expressão, seguidamente derrotado em eleições presidenciais, sinalizava com as bases de uma sociedade mais homogênea e menos distorcida do ponto de vista econômico. Sem dúvida que seu governo foi responsável por trazer os brasileiros abaixo da linha de pobreza para uma condição econômica menos deplorável, muito mais por conta de uma política assistencialista garantidora de votos do que por mudanças em pilares econômicos que teriam introduzido essa massa na sociedade de uma outra maneira (capacitação como citado acima, por exemplo. Ensinar a pescar no lugar de entregar o peixe). A despeito da melhoria, o que se criou foi uma massa que vive às custas do governo e que gosta disso. Ao mesmo tempo, na medida em que perdeu a condição de oposição para se tornar governo, o partido enveredou pelas mesmas armadilhas, se é que se pode assim dizer, que atuam sobre quem está no poder: o desvio, a corrupção, a regalia em nome de poucos. O mensalão não é exclusividade do PT, como se sabe, embora tenha sido ele a ser pego com a boca na botija. Mas é o exemplo vivo que basta estar lá para não mudar o sistema.</div>
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<br /></div>
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A sociedade que nasceu marginal no século XIX assim permanece. E o ciclo vicioso que se criou é a garantia que nada mudará enquanto não houver um esforço absurdo para desconstruir o sistema, começando pela base educacional e garantindo oportunidades para quem se dispõe a progredir e contribuir para o desenvolvimento econômico. Para encerrar, relato um exemplo de disparidade que mostra, ao final, porque estamos onde estamos e porque um país, que até menos de cem anos não existia, encontra-se anos luz à frente:</div>
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<br /></div>
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A cidade é Tsfat, norte de Israel. Pequena, me lembro de ter visto apenas dois postos de gasolina. Parei em um para abastecer antes de retomar viagem para Tel Aviv. Havia um funcionário no posto, um garoto de 18/ 20 anos, que habilmente abastecia três carros ao mesmo tempo em que passava os cartões e registrava os débitos (as bombas de gasolina são programáveis pelo valor desejado, dá pra fazer algumas coisas ao mesmo tempo). Mesmo com o posto cheio, não foram mais do que cinco minutos. Cortamos agora para São Paulo, posto Ipiranga, aquele que tem tudo. Posto vazio, encosto na bomba. Três funcionários. Um coloca gasolina em um outro carro, outro está tirando uma nota no caixa, o terceiro passando um pano em um carro que está parado mais ao fundo, provavelmente saído da lavagem. Passam-se dois minutos e eu ali parado, sem ser atendido, religo o motor e dou sinais que vou sair. Ninguém se manifesta. Vou embora. A vida segue.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-20555691326559487452013-10-26T17:15:00.002-02:002013-10-26T17:15:23.903-02:00Bolsa Família e Mais médicos: mediocridade a céu aberto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-hC3C-X5ctxo/Umuzn1ShP3I/AAAAAAAACEU/pAab8vqcRY4/s1600/Imagem1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="111" src="http://1.bp.blogspot.com/-hC3C-X5ctxo/Umuzn1ShP3I/AAAAAAAACEU/pAab8vqcRY4/s320/Imagem1.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: lime; font-size: x-large;">É</span> muito comum - e principalmente cômodo - direcionar esforços/recursos para evidências ao invés de origens. Ir ao ponto de partida e colocar o dedo na ferida requer planejamento, inteligência e principalmente paciência para saber que problemas estruturais se resolvem a longo prazo. Os resultados demoram a aparecer, é verdade, mas quando isso ocorre a questão fica definitivamente sanada. É preciso coragem e determinação - não apenas projetos de poder baseados em ignorância e carência - para atacar causas, não consequências.</div>
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O Bolsa família nasceu com o objetivo de tirar da miséria milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza. Conseguiu. É válido, mas ao mesmo tempo questionável. Trata-se do programa assistencialista que, embora moldado nos padrões dos programas de transferência de renda do governo FHC, virou cartão de visitas do PT, a referência para que este remeta a si mesmo o rótulo de salvador da pátria, gerador de riquezas e tantas outras baboseiras que só servem mesmo para enganar essa população carente, conivente e agora de barriga cheia.</div>
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E é fácil explicar. Imagine que você vê uma casa em chamas. O que você faz? Chama os bombeiros para apagar o incêndio. Digamos que foi um fogo pequeno e que rapidamente tudo fica sob controle. Depois do rescaldo, o laudo do corpo de bombeiros indica que é necessário fazer alguns reparos na parte elétrica da casa para que o problema não se repita. Ninguém faz nada e duas semanas depois a casa volta a ter um curto circuito, o fogo se espalha, os bombeiros são chamados e o fogo extinto. A parte elétrica, gente, é preciso corrigir o problema. Ninguém faz nada, o fogo volta, os bombeiros são chamados em um ciclo interminável. Com o bolsa família não é diferente: você alimenta um programa de transferência de renda que sana os problemas causados pela falta de dinheiro, mas não elimina o problema. Você elimina o fogo, não a probabilidade dele voltar porque não fez os reparos necessários!</div>
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E em que consiste tais reparos? Na geração de conhecimento, produtividade e inserção no mercado de trabalho. A tal da qualificação que mencionei no post anterior, que permite que cada indivíduo contribua com sua parcela para o desenvolvimento econômico. E o que é preciso fazer? Investir nas bases da educação, em um programa de formação profissional, geração de empregos (se diminuir os entraves para a criação de empresas no Brasil e a carga tributária já ajuda) e multiplicação de renda. Isso tem um custo, naturalmente, mas a longo prazo permite o equilíbrio ao invés de alimentar um sistema parasita onde uns recebem sem produzir (significa dizer que eu, você e toda a sociedade tem que produzir mais para compensar os que só recebem). E a coisa vai mais longe: quem recebe esse benefício hoje não são somente os miseráveis que não tem o que comer. Há relatos de beneficiados do bolsa maldita que possuem carro e celular, sem contar os que são funcionários públicos ou políticos e que tem a cara de pau de receber o valor. Na prática, isso só vale porque conta votos e este é o único objetivo do projeto de poder do PT. Não se trata do desenvolvimento econômico, mas do apego parasitário ao "trono". Se a casa pega fogo uma vez, você chama os bombeiros. Se não resolve o problema na origem, isso não termina nunca e acaba por alimentar uma camada que a cada dia se torna mais indolente e refém do sistema. Se estamos nos distanciando em termos de competitividade dos outros países da América Latina, literalmente ficando para trás, a tendência é que tudo fique ainda pior nas próximas décadas, principalmente se este projeto do PT se perpetuar (e tudo leva para este caminho, já que os responsáveis pela reeleição da Dona Dilma são estes mesmos beneficiados, maioria no país). A longo prazo, o Brasil estará arrebentado.</div>
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Isso sem contar o 'mais médicos'. Trazer gente de fora que se submete às condições locais levanta a mesma questão: ajuste de consequência, não de causa. Os médicos brasileiros só não se mobilizam a preencher as vagas necessárias país afora porque sabem das condições precárias que terão que enfrentar, ao passo que os estrangeiros cubanos ganharão aqui, em um ano, o que não ganham lá em dez. De novo uma apelação eleitoral na tentativa de captar votos nestes rincões que sofrem com o atendimento precário ou a total ausência dele.</div>
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<br /></div>
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E assim caminha o Brasil do PT, um projeto de país refém da natureza maligna que alimenta estas distorções. É possível construir uma nação com um programa assistencialista e um sistema de saúde assombroso? Claro que é. Uma nação de párias e ignorantes perpetrados em um ciclo tão perigoso como a cobra que se alimenta de si mesma...</div>
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André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-53801177685760423592013-10-19T20:14:00.004-03:002013-10-19T20:16:13.865-03:00Por que o Brasil é tão medíocre?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-c2nGTF6Jba4/UmLp93aNYBI/AAAAAAAACEE/hkdF0puAF3w/s1600/Imagem2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="90" src="http://1.bp.blogspot.com/-c2nGTF6Jba4/UmLp93aNYBI/AAAAAAAACEE/hkdF0puAF3w/s400/Imagem2.png" width="400" /></a></div>
<br />
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<b><span style="color: yellow; font-size: x-large;">N</span></b>ão se pode atribuir a um fator isolado a responsabilidade acerca do desastre Brasil como nação, um país que tem a ousadia de estampar em seu estandarte as palavras 'ordem' e 'progresso' e historicamente caminhar na contra mão de ambos. Mas se eu tivesse que fazê-lo (assumir este fator isolado), diria que nossa grande deficiência chama-se DESQUALIFICAÇÃO. Um país sem bases, sem diretrizes, sem um projeto estrutural de educação e crescimento e sem cabeças apropriadas para dirigi-lo só poderia chegar onde chegou em pleno século XXI: uma sociedade amorfa, liderada por ignorantes com interesses particulares, onde quase nada funciona e, invariavelmente, a lei da selva impera. </div>
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Mas, afinal, o que é a qualificação e por que estamos tão distantes dela?</div>
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São vários os pressupostos que compõe a qualificação e se distribuem em diversos segmentos - profissional, social, econômico - que sintetizados compõe dois aspectos, a meu ver, essenciais: preparação e ambiente regulatório.</div>
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<br /></div>
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Preparação: preparar significa habilitar, criar condições para que determinados indivíduos, sem prévia experiência, possam auferir resultados depois de submetidos ao processo de geração de conhecimento e prática. Para tanto se faz necessária uma estrutura de ensino que promova a distribuição deste conhecimento em todos os níveis, do básico ao universitário, possibilitando educação e desenvolvimento de forma horizontal pela sociedade. Não é preciso ser nenhum <i>expert</i> para saber que o ensino básico no Brasil é sofrível (conheço pessoas com formação universitária que fazem conta no papel para somar 15 mais 17 ou que insistem em escrever 'mais eu não sabia'), que a maneira como qualificamos nossas crianças é o caminho inevitável para que se tornem mão de obra barata e... Desqualificada (obviamente não me refiro ao Brasil representado pelo ensino privado e pelas oportunidades que o mesmo gera, o que só acontece porque a qualificação não está sob a tutela do estado; este, quando consegue algum resultado positivo, o faz no último elo da cadeia, a universidade, via de regra frequentada por quem teve condições de bancar o ensino médio em escolas particulares ou por quem se insere através das quotas - a exceção da exceção). O nivelamento é por baixo, e isso não seria um problema se essa mão de obra estivesse limitada a trabalhos mais braçais do que intelectuais. Passamos a contar com profissionais nas mais diversas áreas sem formação precisa, técnica e de caráter, diga-se de passagem, e sem tal qualificação o resultado é catastrófico, sobretudo quando voltamos o olhar àqueles que dominam a máquina pública e que tomam decisões como se estivessem tomando banho, tal o despreparo. O resultado? As ruas esburacadas que danificam seu carro, o risco de ser assaltado à luz do dia, a morte à espreita nos corredores dos hospitais públicos...</div>
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Tomemos o exemplo do pré-sal, mais do que na moda. O modelo de exploração proposto pelo governo para a iniciativa privada não deve ser lá tão satisfatório, caso contrário as maiores companhias de petróleo do mundo como Exxon, British Petroleum ou Chevron estariam participando. O leilão corre o risco de ser um fiasco e envolver apenas um consórcio participante. Por outro lado, entidades sindicais prometem fazer uma baguncinha básica para impedir que o leilão siga adiante, justificando que o modelo de exploração é, na verdade, uma privatização e uma afronta à soberania nacional. Milha leitura? Desqualificados, manipulados, massa de manobra que não faz a menor ideia do que está falando. O Brasil, e mais especificamente a Petrobrás, não possuem as condições necessárias para levar adiante a exploração sem a ajuda de terceiros, é melhor costurar parcerias e ter algum retorno do que esperar mais duzentos anos e não ter nada. Essa discussão pode se perpetuar sabe-se lá por quanto tempo, mas, de novo, só demonstra o nível de ignorância que permeia a sociedade. Como é que com um nível de imbecilidade desta envergadura o país pretende chegar a algum lugar? Outro exemplo de gestão: temos uma presidente que diz que a inflação está sob controle e que, provavelmente, nunca foi a um supermercado na vida (se tivesse ido saberia, por experiência própria, que nada está sob controle). Mas esse é o discurso de quem não tem capital intelectual para dirigir qualquer tipo de negócio, e assim o país se arrasta.</div>
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<br /></div>
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Ambiente regulatório: preparação apenas não basta, é preciso aliá-la às regras que definem o meio competitivo para que o processo qualificatório se complete. E aqui nada caminha nesta direção: a guerra dos portos, a contestação dos aumentos das passagens de ônibus refletidas em aumento de IPTU, a polícia envolvida com a cúpula do PCC e n outros exemplos que mostram que as cabeças desqualificadas não são capazes de levar adiante um país como o nosso, com tamanho potencial, recursos naturais e gente disposta a fazer acontecer. Verdadeira lástima.</div>
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<br /></div>
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Não há como negar o nível de estagnação e mediocridade do país, agora já mergulhado em um embate político que só terminará com as eleições de 2014. O governo voltado para a reeleição, a oposição disposta a cutucar as feridas, o Congresso brincando de governar. Enquanto isso o Chile cresce, o Peru cresce, até o Uruguai, com todo respeito, cresce. O Brasil? Não passa de uma ex-colônia imatura que ainda não encontrou seu caminho.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-26767174302486476282013-06-30T18:20:00.002-03:002013-06-30T18:29:13.975-03:00PRODUZIR is not an option!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ZKHwp1Y4yQs/UdCfrRrM6yI/AAAAAAAACCg/uxfcoKnMTC4/s469/Imagem1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="http://2.bp.blogspot.com/-ZKHwp1Y4yQs/UdCfrRrM6yI/AAAAAAAACCg/uxfcoKnMTC4/s320/Imagem1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: lime; font-size: x-large;">E</span>mbora tenha origem no campo das ciências biológicas, o termo <i>parasita</i> aplica-se com propriedade às ciências sociais, sobretudo quando o olhar volta-se para a classe política brasileira. O parasita, por definição, é o indivíduo que capta a energia necessária à sua sobrevivência através de um terceiro, o chamado hospedeiro, e perpetua essa relação simbiótica em que ambos usufruem do que apenas um produz. Não é à toa que a origem da palavra grega significa 'aquele que come ao lado', e que claramente traduz a ideia de que o esforço do hospedeiro sempre terá que ser maior para compensar a inércia do pária.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Traduzindo isso em realidade social, a brasileira carrega o péssimo hábito de beneficiar-se de situações em que nenhum esforço ou energia é dispendido por conta própria. Isso vai desde o simples ato de furar uma fila (o esforço foi do outro em se planejar e chegar primeiro), prática muito comum entre a maioria de nós e que se não sugere maiores implicações econômicas esbarra na fraqueza moral, até apropriar-se indevidamente do dinheiro alheio. E não estou falando aqui de roubo ou corrupção, estou falando do dinheiro que é cedido por lei àqueles eleitos pelo povo e que em troca produzem... o que? A Folha de hoje noticiou o fato de Dona Dilma gastar mais de R$ 3.000,00 para se produzir ante às cameras de TV em seus pronunciamentos (e olha que puta dinheiro mal gasto, a cara da mulher não melhora uma vírgula). E não se trata do valor ser alto ou baixo, se trata do que é produzido em contrapartida para se ter acesso a ele! Se a mulher de um grande empresário quiser gastar R$ 3.000,00 para fazer as unhas é um direito que lhe assiste, o marido produziu o suficiente para bancar a conta (se vale ou não é outra questão). Mas no caso da Dona Dilma, que tipo de produção justifica o gasto? A quebra da Petrobrás? O elenco inflado de 39 ministérios que ela mal consegue administrar? A alta da inflação ou a estagnação econômica? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A classe política brasileira é adepta da prática há décadas. "Você produz, eu compartilho, nós usufruímos!". É verba disso, daquilo, em troca de que? Das práticas imorais? Dos conchavos? Foi só o povo sair às ruas que produziram em dois dias o que não produziam há dois anos! O Brasil precisa se reinventar, e pode começar por práticas muito simples: para sobreviver e ter acesso a ganhos, é preciso produzir. Não basta ficar sentado em uma cadeira no congresso nacional, trocando figurinhas com comparsas, inventando coisas idiotas para o tempo passar. É preciso produzir, gerar recursos e receber de acordo. Não é assim na vida de todo mundo? Por que na política haveria de ser diferente? Há que se criar a consciência necessária que indica o trabalho e a geração de riqueza como primeiro passo para um processo de distribuição que garanta a eficiência dos serviços públicos. Quer auxilio moradia? Quer verba de gabinete? Quer verba pra contratar auxiliares? Quer auxilio terno? Vai trabalhar, vagabundo! Ou como você acha que o Japão emergiu como potência econômica depois de ser arrasado pela bomba atômica? Ou como as cidades devastadas pelo tsunami há dois anos já foram reconstruídas ao passo que nós, parasitas e preguiçosos, mal saímos do lugar?</div>
<div style="text-align: justify;">
Isso chama-se arregaçar as mangas e trabalhar, coisa que a voz das ruas parece estar colhendo seus primeiro frutos. Produzir, meus caros, não é opção, é obrigação!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-49057528495747799932013-06-23T11:41:00.002-03:002013-06-23T11:42:38.403-03:00Líderes: a arte de saber construir<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-N0vG4dzDR8s/UccH0CW-lpI/AAAAAAAACCQ/NTdybUFbvWo/s1600/lider+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-N0vG4dzDR8s/UccH0CW-lpI/AAAAAAAACCQ/NTdybUFbvWo/s1600/lider+1.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: orange; font-size: x-large;">T</span></b>ive o privilégio de trabalhar com grandes líderes, homens como
Rubens Taveira e Jose Maria Latugaye, que ajudaram a moldar meu caráter como profissional
e apontar os caminhos em busca de resultados. Agradeço a eles pelos ensinamentos, entre eles - e fazendo um paralelo com o discurso da Dona
Dilma - posso citar:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="text-indent: -18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="text-indent: -18pt;">1. Diante de uma questão ou problema vá direto ao ponto, nada de rodeios ou chover no molhado, tergiversações
ou desvio de foco - exatamente o contrário do que fez Dona Dilma, que usou
metade do tempo do seu discurso para legitimar as manifestações e condenar os
atos de vandalismo. Ora, isso tá todo mundo cansado de saber, é insistir em
algo que todo mundo já viu, descascar a questão sem um objetivo definido, sem a busca por soluções. Se
você já participou de uma reunião com mais de três pessoas, seguramente já
passou por isso em algum momento da sua vida</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<span style="text-indent: -18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<span style="text-indent: -18pt;">2.</span><span style="font-size: 7pt; text-indent: -18pt;">
</span><span style="text-indent: -18pt;">Definido o problema, busque soluções e monte um
plano de trabalho que envolva prazos, recursos e responsáveis para resolvê-lo –
pronto, exatamente o que fez Dona Dilma ao afirmar que a solução para a saúde
no Brasil é trazer médicos do exterior, não? Solução perfeita, encobrindo os
problemas reais de estrutura, leitos, materiais e o total sucateamento do serviço de saúde
pública. Soluções dessa natureza são para inglês ver, barrigam a questão sem
vislumbrar saídas viáveis</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->3.<span style="font-size: 7pt;">
</span><!--[endif]-->Errou? Assuma. As pessoas que trabalham com você
perceberão que errar é uma possibilidade real e que pode acontecer até com o
líder; isso as incentiva a agir, a não pecar pela omissão, mas aprender com os
erros – como disse Dona Dilma, tudo que ela não conseguiu fazer foi por
limitações políticas e econômicas – coisas do sistema, não de sua incapacidade
como líder (as crianças pequenas costumam dizer ‘não foi minha culpa!”)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, dá pra listar uma série de outros atributos como
saber ouvir e traçar um diagnóstico antes de tomar qualquer decisão – coisa que
a Dona Dilma adora não fazer, tomando decisões por conta e risco e não dando
ouvidos aos que a cercam, como já manifestaram vários ministros – cercar-se
de gente com habilidade e iniciativa para a execução de projetos – exatamente o
que ela não faz ao recrutar um bando de fichas sujas para assessorá-la - ou mentir - balela essa história que não há financiamento público na construção dos estádios, só o dinheiro perdido em isenções fiscais já conta. Já tive
o desprazer de trabalhar com líderes perfil 2D (Dona Dilma), uma mistura de
inépcia e total falta de foco que desperdiça recursos e tempo, e posso dizer que os resultados sempre foram os
piores possíveis...<o:p></o:p></div>
<br />André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-6121240563896370012013-06-22T15:55:00.000-03:002013-06-22T15:58:58.846-03:00Basta!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-qHqFCYucye0/UcXlT7YW94I/AAAAAAAACCA/2ZbsedDZCIM/s1600/cp.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" src="http://3.bp.blogspot.com/-qHqFCYucye0/UcXlT7YW94I/AAAAAAAACCA/2ZbsedDZCIM/s200/cp.jpg" width="200" /></a></div>
<b><span style="color: cyan; font-size: x-large;">O</span></b> conceito de riqueza passa pelo acúmulo desmensurado de bens e capital a qualquer custo, ao menos aos olhos dos políticos brasileiros que seguem a mesma prática perpetrada por seus antecessores portugueses desde os primórdios da colonização. Talvez seja esta a simbologia maior do poder, refletida no valor tangível que eleva seu proprietário a um status diferenciado, elitista e nobre, exatamente como se fazia há 500 anos. De lá para cá, pouca coisa mudou.<br />
<br />
É neste contexto que, para eles, os fins justificam os meios, sobretudo quando a prática se instala entre seus pares e ficar pra trás é suicídio. Você é envolvido pela máquina, compactua com as ações escusas e, ao final, recebe seu merecido prêmio. Desde a época que me conheço por gente, quando Paulo Maluf era prefeito de São Paulo, a coisa já era assim. E vem de forma tão descarada e avassaladora que o mais comum é passar isso adiante como um ritual, uma prática de pai para filho, exatamente como ocorreu com o senhor supra citado e seu rebento mais famoso, Celso Pitta, mais tarde retirado de casa pela PF de pijamas por desvio de recursos públicos. Você se sentiria ridículo e incomodado ao se lembrar do episódio, mas me lembro de ter ido ao aeroporto e encontrá-lo no desembarque internacional, elegantemente vestido e distribuindo sorrisos como nada tivesse acontecido. Faz parte do jogo.<br />
<br />
Ocorre que, obviamente, esse jogo tem seus efeitos colaterais. Se o sujeito se apropria de um montante que não lhe pertence, o destino original fica no vazio. E pode ser o sistema de saúde, a educação ou a segurança, já tão sucateados e sem qualquer perspectiva que os protestos que se espalham pelo Brasil afora vem em boa hora. Na cabeça destes párias, acostumados a um padrão que tem mais de 500 anos de história, que problema tem desviar uns R$ 500 mil, por exemplo? Eu me aproprio deste valor e amanhã alguém cobre, de algum lado sai. A luta para fazer parte desta elite, traduzida neste acúmulo desmensurado de valores, não tem escrúpulos e passa por cima das necessidades básicas da sociedade. Escrúpulos ou moral, a ponto do senhor Celso Pitta (apenas um entre milhares de outros exemplos), depois de tudo que roubou, dar a cara à tapa, expondo-se em sorrisos como se nada tivesse acontecido. O povo é dócil, ignorante, passivo, não é mesmo? Ao que tudo indica, esse tempo há de ficar para trás, a sociedade exige um basta. Ninguém deve pairar acima da lei.<br />
<br />
As manifestações devem continuar e lutar contra tudo que se acumulou como lixo neste país nos últimos 50 anos. A voz que vem das ruas coloca sim, em risco, a prática erosiva, mas que não se iludam seus organizadores: manter-se apartidários permite obstruir decisões, mas não lhes dá o direito de tomá-las. Também é preciso organizar-se politicamente - criando um partido novo se a lei permitir, filiando-se a um existente, enfim - para expor suas ideias, ganhar apoio e assumir o leme desta nau sem rumo, dando um fio de esperança às gerações futuras.<br />
<br />
<br />André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-69471826158926795762013-04-02T16:43:00.003-03:002013-04-02T16:50:24.177-03:00Brasil, um país fadado ao fracasso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-3x6CIJMey4A/UVr6LXI8vzI/AAAAAAAACBQ/ELP_pBAEjCo/s1600/confusao_ingressos_fontenova_bahia_margaridaneide_futurapress.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://4.bp.blogspot.com/-3x6CIJMey4A/UVr6LXI8vzI/AAAAAAAACBQ/ELP_pBAEjCo/s400/confusao_ingressos_fontenova_bahia_margaridaneide_futurapress.jpg" width="400" /></a></div>
<h2>
</h2>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: x-large;">S</span></b>ão dois os pressupostos básicos para uma nação que almeja progresso: gente séria e capacitada que a comande, de um lado, e pessoas dispostas e de mínimo nível educacional capazes de produzir, de outro. As leis pairam acima e, se aplicadas a todos, servem para regular a vida em sociedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde os tempos da independência, o Brasil é um país de mandos e desmandos, de troca de favores e preservação de interesses corporativos. As pessoas alçadas ao poder, com raríssimas exceções, trabalham em benefício de determinadas classes ou grupos, favorecendo sempre uma minoria. Hoje, por exemplo, o governo Dilma loteia ministérios para não perder apoio político, mesmo sabendo que está abrindo seus cofres a gente com um passado político nada ortodoxo, ficha suja até o último fio de cabelo. Nesse contexto, falar em gente séria é piada, falar em gente capacitada que possa doar seu conhecimento e trabalhar em prol da nação é utopia. Ética? A palavra já deveria ter sido abolida do Aurélio há muito tempo. Não há um sentido coletivo no que diz respeito a organizar e liderar, levar o país a um patamar acima. A classe política é a mais bem paga - principalmente se levarmos em conta o que produz - e se limita a distribuir favores e manter o status quo inalterado. Quem progride? Eles mesmos. Não é à toa que países de maior IDH (índice de desenvolvimento humano) como a Suécia, por exemplo, tem seus parlamentares vivendo em modestos apartamentos, enquanto aqui se paga R$ 3.800,00 aos nobres deputados apenas como auxílio moradia. É um acinte para a média de ganho do brasileiro. Professores, por outro lado, são mal remunerados e sua deficiência, seja na quantidade de profissionais à disposição do ensino, seja na qualificação, emperra o tal progresso. Aí avançamos para o segundo pilar deste post: a educação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O povo brasileiro é fruto da miscigenação iniciada no período colonial e que mesclou portugueses, índios e negros (além de contar com ondas migratórias nos séculos seguintes em que povos de todas as partes da Europa e Ásia, principalmente, aportaram em terras tupiniquins), estes últimos escravos até 1888. Enquanto nos países de origem hispânica o ensino superior já havia sido instituído desde o século XVI, a primeira universidade brasileira só foi fundada em 1808 (Universidade de Medicina da Bahia, graças à vinda da família real ao Brasil, já que até então Portugal não permitia a criação de escolas de ensino superior). Ou seja, não havia o menor interesse da metrópole em educar ou formar gente qualificada, característica que se perpetua até os dias de hoje através de um ensino público medíocre e que marginaliza boa parte da sociedade. Falta estrutura, gente e recursos. Falta apoio, visão de longo prazo. A boa educação passa, necessariamente, pelas instituições privadas. Sem qualificação não há produção de nível e não se gera riqueza, a não ser nos bolsões segmentados que nos acostumamos a ver. Além disso, criamos uma sociedade em que impera o mau gosto e a falta de educação, a metáfora do cara embarcando em voo internacional de regata e chinelo de dedo ou aos berros no celular à mesa do restaurante. Uma sociedade desinformada e sem postura, que não sabe o que é respeitar o próximo como na foto que ilustra o post - a venda de ingressos para a reinauguração do estádio na Fonte Nova, na Bahia. É o fiel retrato do comportamento de um povo sem qualquer referência moral.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se o Brasil pretende, em algum momento de sua história, tornar-se uma nação de primeiro mundo, precisa primeiro se descontruir. Precisa recriar o processo educacional com uma base sólida e eficiente que forme cidadãos, não porcalhões e marginais. Precisa redistribuir a renda paga a esses merdas de políticos para incentivar gente capacitada que queira transmitir conhecimento, equilibrando o convívio em sociedade. Isso também levará os políticos a buscarem ocupações em que possam ganhar/ roubar mais, deixando os cargos legislativos nas mãos de gente que esteja de fato interessada em desenvolvimento e que não precisa 'dos tubos' para trabalhar em nome do país. Eu calculo, em média, uns 300 anos para isso acontecer, desde que iniciemos o processo já. Políticas assistencialistas, copa do mundo e olimpíadas só contribuirão para manter a massa sob controle e garantir a reeleição, justamente o que almeja este governo que aí está. Progresso? Só mesmo na bandeira nacional...</div>
André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-14229730577970633132012-03-27T22:15:00.000-03:002012-03-27T22:15:46.357-03:00ENSAIO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy4-QnHNyuWbYw4hCFzAMIuIAftV7xHYSCSKC7TRcH1dI5pwfmY2Puos5LgQJEUUujsnLarj5Lu6r3MMzOxxQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-78387730193030556042011-07-17T14:16:00.001-03:002011-07-17T14:18:48.670-03:00Nosso futuro (próximo, bem próximo)<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-fhI0aoAX9rg/TiMY9hAdJyI/AAAAAAAAB7E/ERtR6HtMH2Q/s1600/178.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" m$="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-fhI0aoAX9rg/TiMY9hAdJyI/AAAAAAAAB7E/ERtR6HtMH2Q/s320/178.JPG" width="320" /></a></div>Texto do amigo Sérgio Lopes<br />
<br />
Primeiro, um rápido resumo do que foi publicado na imprensa, sobre o último encontro do IPCC. <br />
<br />
<br />
<br />
“Neste ano, pela primeira vez, os cientistas reunidos no IPCC demonstraram total confiança de que a mudança climática se deve à ação humana.” <br />
<br />
“O IPCC estima que até o fim deste século a temperatura da Terra deva subir entre 1,8ºC e 4ºC, o que aumentaria a intensidade de tufões e secas.Nesse cenário, um terço das espécies do planeta estaria ameaçada.”<br />
<br />
“Populações estariam mais vulneráveis a doenças e desnutrição.”<br />
<br />
“Mais de 1 bilhão de pessoas pode ficar sem água potável por conta do derretimento do gelo no topo de cordilheiras importantes, como o Himalaia e os Andes.”<br />
<br />
Fonte: Imprensa em geral<br />
<br />
“A continuidade na emissão do gás estufa na taxa atual ou maior causaria um aquecimento extra e<br />
<br />
induziria muitas mudanças no sistema climático global durante o século 21 e muito provavelmente estas mudanças seriam muito mais impactantes do que aquelas observadas no século 20. {10.3}<br />
<br />
<br />
<br />
Fonte: IPCC (2007)<br />
<br />
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<br />
<br />
Como chegamos nesse ponto?<br />
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<br />
Três importantes, mas não únicas razões:<br />
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<br />
1) A Praga<br />
<br />
Os humanos vêm se alastrando rápida e perigosamente mundo afora, dizimando tudo que é forma de vida e sugando os recursos naturais do planeta.<br />
<br />
Hoje, somos um rebanho de mais de 6 bilhões de cabeças, caminhando rapidamente para 9 bilhões, daqui há alguns anos.<br />
<br />
Se já é difícil com 6 bilhões, imagine com 9.<br />
<br />
Precisamos parar de crescer!<br />
<br />
<br />
2) O Capitalismo não sabe frear<br />
<br />
O grande segredo do capitalismo é trocar emprego por consumo. (O que é positivo!)<br />
<br />
O capitalismo pegou carona no sucesso da democracia e cresceu assustadoramente nos últimos 30 anos, turbinado pelo extraordinário avanço tecnológico em informática, comunicações e outras áreas de tecnologia. <br />
<br />
O mundo se globalizou e, a partir daí, surgiu um novo animal que prevalece cada vez mais na economia mundial. <br />
<br />
As grandes corporações; nacionais, ou multinacionais.<br />
<br />
Elas dominam cada vez mais o jogo econômico/empresarial / político/ social, tomando conta dos mercados que mais lhes interessam em todo o mundo.<br />
<br />
Mas, em algum momento, em alguma escala quantitativa, essas “empresas” se desequilibram em sua função social, perdem de vista sua proposta inicial e tornam-se um tremendo agressor dos mercados e da natureza.<br />
<br />
Um verdadeiro câncer, que se espalha com incrível rapidez, disfarçado de bom sujeito em suas marcas queridas e adoradas pelos consumidores do mundo todo.<br />
<br />
Essas mega corporações, gerenciadas sistemicamente, passam por cima de qualquer princípio ético, social ou moral e vão, com tremendo apetite, detonando a natureza, consumindo ou destruindo seus já limitados recursos para saciar sua fome absurda. <br />
<br />
O mundo desenvolvido já atingiu seu limite de consumo per capita possível e suportável.<br />
<br />
Então, o sistema se expande de forma orgânica, (Darwiniana) em busca de grandes populações mais pobres para então, saciar sua fome e sua ganância desmedida.<br />
<br />
E começa tudo de novo.<br />
<br />
Mais emprego, mais crédito, mais consumo, mais dinheiro! mais dinheiro! mais dinheiro!<br />
<br />
Que não se distribui!<br />
<br />
Fica “A La Patinhas” nas mãos de poucos que nadam em dinheiro, enquanto todo o resto da população fica no mais tênue equilíbrio entre miséria e sobrevivência burguesa.<br />
<br />
Imagine o que ainda está por vir?<br />
<br />
Países como China, Índia, Brasil, Rússia, são a “bola da vez” para essas corporações, pois têm enormes populações e baixas taxas de penetração de bens de consumo. <br />
<br />
Um prato cheio para o sistema explorar.<br />
<br />
Isso já está acontecendo, basta ver o dia a dia na imprensa; os países do bloco mais desenvolvido, como Europa, Estados Unidos e Canadá já chegam ao ponto de exaustão desse modelo que, sem o crescimento necessário, já não consegue atender às necessidades básicas da população quanto à educação, emprego, segurança, saúde, previdência e vêm acumulando dívidas e mais dívidas, culminando na recente quebra da maior potencia global e representante maior desse sistema, que hoje deve impagáveis trilhões e tanto de dólares.<br />
<br />
Enquanto o mundo desenvolvido padece com essa imensa e irreversível crise sócio/econômica, os BRICS nadam de braçada em questão de crescimento, tentando chegar cada vez mais próximos do per capita de consumo dos países “ricos”. Que glória!<br />
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<br />
<br />
Já imaginou o que vem por ai?<br />
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<br />
Serão mais:<br />
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<br />
• Milhões de automóveis<br />
<br />
• Bilhões de celulares, computadores, e porcarias diversas...<br />
<br />
• Trilhões de embalagens plásticas<br />
<br />
<br />
<br />
E isso, não tem como parar, porque chegou a vez dessa população ter seu carrinho, sua casa, seus eletrodomésticos e por ai vamos...<br />
<br />
<br />
3) O Tempo, uma bomba relógio, uma ilusão <br />
<br />
Para nós, simples humanos, um século é o máximo!<br />
<br />
Para o planeta e para o universo, são apenas 100 anos.<br />
<br />
Isso não é nada.<br />
<br />
E olha só o que já fizemos em apenas 50 anos!<br />
<br />
Comprometemos a nossa saúde e nossas vidas de forma assustadoramente rápida nesses últimos 50 anos!<br />
<br />
Basta ver as estatísticas; da água, do ar, do clima...<br />
<br />
Existem vários gatilhos armados.<br />
<br />
Não adianta alguns cientistas afirmarem que a coisa não é tão grave.<br />
<br />
É grave sim!<br />
<br />
O que acontece, é que qualquer dado estatístico referente ao planeta considera no mínimo, centenas de anos de base histórica, o que acaba mascarando a realidade mais recente e mais urgente.<br />
<br />
Vejam o que fizemos em apenas, 50 anos!!!<br />
<br />
A coisa é exponencial! <br />
<br />
Cresce cada vez mais rápido e ninguém acha que é tão grave assim!<br />
<br />
É muito grave! É gravíssimo! É urgente!<br />
<br />
Vamos abrir então a mente, pois por algum tipo de feitiço, nossos olhos não querem enxergar o que ai está.<br />
<br />
Considerando esses três principais fatores problema, segue como estímulo e provocação, um exercício para se evitar o pior e para ser praticado individualmente.<br />
<br />
Principais Mandamentos para a mudança:<br />
<br />
1. Enquanto estivermos em estado de emergência, não ter mais que um filho, ou nenhum filho, para não sobrecarregar a vida futura dos próprios, dos netos, do Planeta e, por que não, também a nossa.<br />
<br />
2. Rever radicalmente nossos hábitos de consumo, aprendendo a comprar apenas o que é absolutamente necessário.<br />
<br />
Não é tão difícil assim e é por uma boa causa. “Doe seu quinto jeans” <br />
<br />
3. Procure comprar, sempre que possível, as coisas com o menor grau de industrialização.<br />
<br />
“Faça você mesmo” é um bom conceito nesse caso.<br />
<br />
Faça sucos, faça hortas, faça sua geléia, etc...<br />
<br />
Compre mais produtos frescos e, se puder, orgânicos.<br />
<br />
4. Preste muita atenção e dê mais valor ao lixo; ele é o principal parâmetro do nosso sucesso, ou fracasso.<br />
<br />
5. Desligue-se do sistema por alguns dias e tente se aproximar mais da natureza, nem que seja na sua própria cidade e você verá como é possível mudar.<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">6. Lembre-se sempre que você é mortal e na sua futura viagem para o além, não é permitido bagagem. De nenhum tipo.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">7. Sempre que possível, não use automóvel sozinho, utilize transporte público, ande a pé ou de bike.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">8. Se você também acredita na causa, fale dela com o máximo possível de pessoas que puder.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">9. Pare ou diminua o consumo de carne bovina.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">10. Se você tiver filhos, explique a eles a situação e peça seu apoio.</div><br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-38588044973644079902011-06-02T19:37:00.000-03:002011-06-02T19:37:24.294-03:00Entrevista Shalom Brasil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzKLINNV13A62rpF21jcnhFq0PuqunVtozfSRLOSOJg2N2ZuM2hJzQ3_NwszD4gMSher4gsv4gcjfTAZNX5HQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-66841853430531909482011-04-24T22:20:00.003-03:002011-04-24T22:26:04.072-03:00UMA SOCIEDADE DOENTE CRIA INDIVÍDUOS DOENTES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-T4eahoftIDA/TbTLoumxz9I/AAAAAAAAB4Q/TLcFF9gq2sI/s1600/gj.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" i8="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-T4eahoftIDA/TbTLoumxz9I/AAAAAAAAB4Q/TLcFF9gq2sI/s320/gj.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">A tragédia de Realengo completou mais um capítulo esta semana quando Wellington Menezes, autor dos disparos, foi enterrado. Ao contrário do que exigia em sua carta de despedida, pedia para não ser tocado por mãos impuras (não virgens, desde seu ponto de vista) ou adúlteras e repousar ao lado da mãe,Wellington foi enterrado como indigente e em outro cemitério. O destino traiçoeiro, o mesmo que ele reservou a inocentes que pagaram por seus delírios, seguramente optou por colocar em seu caminho mãos impuras - o que compete com exatidão a qualquer espécime macho que já tenha ultrapassado os 14 anos de idade - e adúlteras – que, convenhamos, em uma sociedade machista e hipócrita como a nossa, é absolutamente normal. O que não percebemos dentro desta linha de raciocínio e do ensino que atribuímos às nossas crianças é que estes conceitos, incluindo a segregação e o preconceito, se misturam, criando monstruosidades adormecidas que espalham pânico e pavor no momento em que despertam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Wellington é cria de um sistema cruel que privilegia indivíduos desvirtuados desde o início e que é incapaz de corrigir suas próprias falhas. Um sistema que depende da exploração ilimitada para sobreviver e se perpetuar, como a cobra que come o próprio rabo. É ele quem incentiva a competitividade a todo custo, ainda que isso crie um abismo colossal entre aqueles que são aceitos e os que por ele são rejeitados. E é nesta divisão, suportada pelo preconceito, que surgem os primeiros sinais dos pequenos monstros que criamos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Wellington foi vítima de <em>bullying</em> na escola, tendo sido inclusive atirado diversas vezes dentro de uma lata de lixo (de maneira figurada, passava a representar o que aquela escola tinha de pior). Claro que uma situação constrangedora na infância não faz dele vítima eterna nem justifica o ato insano, mas dá mostras do quanto a sociedade está despreparada para lidar com indivíduos cujos distúrbios são conseqüência de sua própria perversidade. Houvesse outra forma de preparo, conscientização e acompanhamento e muitas das tragédias poderiam ser evitadas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O caso Wellington suscita dois pontos: 1. O que leva um grupo de crianças a jogar um colega dentro de uma lata de lixo? 2. Em que consiste um sistema de ensino que não consegue evitar este tipo de procedimento?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A primeira questão é fácil de responder: moldada nos padrões do preconceito, indivíduos “menos qualificados” (sem acesso ou com acesso restrito aos bens que a sociedade proporciona, como tênis e celulares, ou fora do enquadramento estético padrão, os gordinhos, feinhos, quietinhos e afins) são ‘filtrados’, viram motivo de gozações e todo tipo de provocações. São colocados à margem porque representam o anti espelho, ou tudo que o grupo ao qual pertencem não quer ver (até para não denegrir sua própria imagem). Fosse Darwin vivo e estaria testemunhando, com extremo desprazer, sua teoria da evolução aplicada da forma mais banal no futuro de nossa raça.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A segunda é um pouco mais complexa, mas dá mostras do quanto nosso ensino encontra-se despreparado para criar indivíduos gregários e conscientes (e que representariam o fim do que o sistema se propõe a perpetuar, um contra senso por princípio). Incentivamos a competitividade, segregamos o diferente e banalizamos suas emoções, cercando de preocupações somente aqueles capazes de sobreviver e vencer. O perdedor? Quem tinha noção que suas angústias poderiam levar ao extremo? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Somos todos responsáveis por aqueles que são atirados ao lixo. Monstros como Wellington são fruto das distorções que criamos para manter nosso sistema ativo e somente mudanças estruturais, não políticas de controle ou campanhas de desarmamento, mudarão o cenário. Enquanto isso, seguiremos contribuindo para a gestação destes miseráveis...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">We don't need no education</span></em></div><em><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="color: yellow;"></span></em><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">We don't need no thought control</span></em></div><em><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="color: yellow;"></span></em><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">No dark sarcasm in the classroom</span></em></div><em><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="color: yellow;"></span></em><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">Teachers leave them kids alone</span></em></div><em><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="color: yellow;"></span></em><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">Hey! Teacher! Leave us kids alone!</span></em></div><em><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="color: yellow;"></span></em><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">All in all you're just another brick in the wall</span></em></div><em><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="color: yellow;"></span></em><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: yellow;">All in all you're just another brick in the wall</span></em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(Pink Floyd, Another brick in the wall)</div>André Charakhttp://www.blogger.com/profile/13149832708854566232noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2288224200202610524.post-88412183924617404282011-02-21T17:18:00.000-03:002011-02-21T17:18:13.281-03:00O Último Mensageiro - Introdução<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5tQi4p2m-xQ/TWLHv672ruI/AAAAAAAAB4M/P8oDunSwHIw/s1600/mensageiro+capa.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" j6="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-5tQi4p2m-xQ/TWLHv672ruI/AAAAAAAAB4M/P8oDunSwHIw/s320/mensageiro+capa.png" width="225" /></a></div><br />
<em>São Paulo me recebia com o costumeiro ar de indiferença em uma nebulosa manhã de novembro. A chuva pedia passagem em meio a tímidos raios de sol, que como pálidos frisos transpunham a barreira cristalina das nuvens em esforço inútil, desmanchando-se pelo caminho antes de atingir o solo. Quadro desolador para um mês de primavera, pensei, o sol a pino e o calor tranqüilizante teriam sido mais convenientes para a aterrissagem. Eu me perguntava que tipo de transtorno estávamos causando ao planeta para que reagisse de maneira tão contraditória, indignado que parecia estar diante do descaso e da insensatez humana. Que tecnologia maligna era essa, afinal, que insistia em justificar seus erros em nome do progresso, comprometendo a mais básica das estruturas? Haveria de existir, em sã consciência, algo mais importante do que a própria saúde da Terra? </em><br />
<em></em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Lancei um suspiro no vazio e desviei o olhar, deixando os pensamentos de lado. Passei a admirar o campo, o vasto território organizado traçado em perfeito contraste. E não é que sabíamos fazer coisas boas também? Um pouco de engenharia e uma boa dose de bom senso para desenhar o imenso tapete verde e suas nuances, tons claros e escuros que ganharam evidência, saltaram aos olhos e então cederam, até desaparecer por entre as nuvens. E foi quando tudo estremeceu. O avião pareceu perder altitude e os luminosos de apertar cintos se acenderam. Entrávamos em zona de turbulência e os golpes de ar passaram a chicotear o 747 para cima e para baixo como folha de papel. Engoli seco e virei para os lados em busca de um olhar sereno, um sorriso amigo ou qualquer sinal que pudesse me acalmar, mas a passividade era geral. Rostos se escondiam por trás de temores procurando disfarçar a agonia, provavelmente a mesma que eu sentia, camuflando as primeiras ondas de pânico que ameaçavam irromper. Isso ainda duraria intermináveis minutos, o alívio geral só viria depois que o avião baixasse por entre o mar de nuvens e novamente a terra se fizesse à vista.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Pouco depois entrávamos em procedimento de pouso em Cumbica e confesso que só senti o coração desacelerar quando a aeronave tocou a cabeceira da pista, deslizou mansamente sob a chuva e parou com elegância ao seu final. Desembarque, Polícia Federal, banheiro e bagagem. E a surpresa de encontrar Thais a minha espera. Um leve abraço e um beijo que durou poucos segundos a mais do que o usual foram as marcas do reencontro, nada de sorrisos ou traços de saudade. O olhar soberano ainda me fuzilou com indignação, deu meia volta e se afastou apressado pelo corredor. Um pequeno instante de hesitação e também saí, acelerando o passo para alcançá-la já quase do lado de fora. Lembro-me de ter sido preenchido por uma onda de calor, não soube precisar de onde vinha, que lambeu cada célula do meu corpo como se o transformasse no próprio inferno.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>A considerar os eventos da ida até que foi um bom recomeço. Nove dias antes, Thais havia me acompanhado até o setor de embarque para ali, em meio à multidão, exaltada e fora de controle, vomitar uma montanha de insultos. De insano e débil mental a perdulário e outras expressões que prefiro não mencionar, havia jurado que aquele seria nosso último encontro. “Pode apostar sua alma nisso, Abel!”, dissera, o indicador colado ao meu nariz. Com todos os caprichos que o destino era capaz de nos reservar, lá estávamos juntos novamente, sem desculpas ou lamentos. O orgulho não lhe permitiria tomar a iniciativa, ela esperaria até o momento em que eu dissesse “Thais, se eu contar você não vai acreditar...”. Mas ele, o destino, julgou não ser necessário. Ela logo poderia constatar com seus próprios olhos.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><div style="text-align: center;"><br />
</div></em><div style="text-align: center;"><em>* * *</em></div><em><br />
</em><em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><br />
</em><br />
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<em>Adoro chuva. Quando pequeno costumava compor rituais imaginários pelo quintal ladrilhado da casa em que morávamos na Vila Mariana, o rosto voltado para o céu em sinal de agradecimento e os olhos fechados em sonhos. Os pedacinhos vermelhos, espalhados pelo cimento e contrapostos a outros menores, negros, pareciam recebê-la como bênção, dilatando-se em sorrisos a cada pingo. O cheiro do chão úmido logo emergia e ainda hoje, quando a chuva beija o asfalto, me lembro daquela época como se fosse hoje. Por outro lado, detesto dirigir na chuva, recordação de uma experiência não muito feliz que tive aos seis ou sete anos quando meu pai, dirigindo seu Fiat azul em um dia como esse, perdeu o controle do carro e saiu capotando. Conotação de sonho, flashes do horror misturados ao alívio repentino de constatar, como por milagre, uma família escapando ilesa do desastre. Minha mãe rezava, agradecendo a Nossa Senhora Aparecida pela graça alcançada. Meu pai, desconsolado sobre os cotovelos no meio fio, chorava como se tivesse perdido tudo. Eu? Bem, diria que acusei o golpe. E de maneira tão intensa que me tornei incapaz de dirigir em dia de chuva, a lembrança irrompia e com ela todo o desconforto. Nestas condições preferia tomar um táxi ou nem mesmo sair de casa e, confesso, nunca me esforcei para que fosse diferente. Neste dia, porém, a costumeira sensação de descontrole não se fazia presente. Eu me sentia confiante - motivado sobretudo pelos acontecimentos que haviam me conduzido até ali – enquanto caminhava ao lado de Thais pelo estacionamento. Ela, irritada, buscava abrigo no guarda-chuva que fazia questão em não dividir comigo. Eu, alheio à raiva, atirava-me à água que trazia de volta a realidade do concreto urbano, escorrendo pelo rosto e deixando as lembranças de menino soprar em meu coração. Quando alcançamos o carro, minutos depois, Thais deu a volta pelo lado do passageiro e atirou as chaves na minha direção. E acho que foi só mais adiante, quando já estávamos na saída esperando a cancela se erguer, é que tive a sensação de que algo ruim aconteceria. </em><br />
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<em>O silêncio reinava absoluto, vez ou outra interrompido pelo ecoar dos trovões. O horizonte que se erguia à nossa frente era denso e negro e inquieto como se a noite, intempestiva, abrisse caminho. Thais parecia hipnotizada pelos pingos cristalinos que se chocavam contra o pára-brisa provavelmente revivendo, em algum lugar da memória, lembranças de um passado comum não tão distante. Eu conduzia o veículo com surpreendente tranqüilidade, certo de que uma força maior me guiava na jornada. Mas nem por isso ousei desafiar o destino. Ao contrário. Louvei o mau tempo na expectativa de criar equilíbrio, e o que veio em resposta foi a completa falta dele. Nos segundos que se seguiram vi minha confiança interior ser varrida, milhões de pensamentos se chocando em desordem sob o efeito da adrenalina que me inundava. Senti a transformação do campo energético ao mesmo tempo em que os pneus perdiam aderência. Tentei diminuir, mas o celta não respondeu. A película de água que se instalou entre os pneus e o asfalto foi crescendo, crescendo, e então me dei conta que já não podia controlar mais nada. Thais virou-se para mim e pude perceber naquele par de olhinhos assustados uma expectativa tão ruim quanto a minha. O carro continuou em movimento por conta própria, ameaçou rodopiar e eu então tomei a única decisão que parecia estar ao meu alcance naquele momento: pisei no freio com força. O choque veio em seguida, a batida oca e surda que jogou o que quer que estivesse à nossa frente a uma curta distância mantendo-o ali, quase colado. Eu havia acertado alguma coisa, mas... O quê exatamente? O carro ainda percorreu alguns metros e depois parou enviesado como se tivesse perdido o fôlego. Thais estava bem, eu um pouco trêmulo e desorientado, a cabeça por entre as mãos ainda presas ao volante. E então descemos. </em><br />
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<em>Não sei o que se passa na cabeça dessa gente. Amo meu país e meu povo, mas quando se trata de desrespeitar padrões parece que somos mesmo campeões. É por isso que eu acho que as coisas não funcionam muito bem por aqui. Existe um caos camuflado, um processo de sabotagem inconsciente que age por conta própria quando se trata de responsabilidade e bom senso. Afinal de contas, pode existir algo mais insano do que andar de bicicleta à beira da estrada em dia de dilúvio? Um garoto e seus... Não sei, treze anos, talvez, agora estirado no acostamento. Descalço e ensopado. Inconsciente, porém respirando, o sangue escorrendo pelo nariz e algumas escoriações no pescoço. Do ponto de ônibus que havia ficado para trás todos correram para o local, dois minutos depois chegava uma viatura da Polícia Rodoviária. Pronto, o circo estava armado. Eu? Completamente perdido, situações sem prévio aprendizado costumam me deixar apreensivo. Mesmo assim, e agindo por instinto, me agachei ao lado do garoto. Não saberia dizer exatamente para quê, mas eu achava que de algum ponto deveria partir. Dei-lhe duas batidinhas no rosto, não houve reação. O moleque ia morrer ali mesmo, pensei, enquanto eu conseguiria correr alguns metros até que a multidão em fúria me alcançasse e desse início ao linchamento.</em><br />
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<em>“Fique calmo”. Foi o que me lembro de ter ouvido assim que minha consciência fez a conexão com o mundo real novamente. “Chegue para lá, quero ver o estado dele”. Dois policiais haviam rompido o cerco formado pela multidão e estavam agora junto a mim. “Estávamos parados do outro lado da pista, um pouco mais para trás, e vimos o que aconteceu”, o outro emendou. “Você perdeu o controle do carro e saiu derrapando, chegou no acostamento e atingiu a bicicleta”. Não acredito! “Ele deve ter batido a cabeça na queda. E olhe essa perna aqui, houve fratura”. Meu Deus, onde tudo isso vai acabar? “Vamos removê-lo para a viatura. Pegue o seu carro e nos siga até o hospital”. Hospital? Eu não sabia se respondia, acatava em silêncio ou pensava em coisa melhor. Na verdade não me sentia em condições de pensar, mas isso começou a mudar tão logo me virei na direção da massa. Foi como se cada músculo fizesse o movimento em câmera lenta, as batidas do meu coração se misturando às vozes e se perdendo ao longe enquanto os pingos da chuva explodiam em meu rosto, transformando-se em milhares de novos pingos. Estava vindo. Isolei meu pensamento, pisquei mais forte e saí de cena.</em><br />
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<em>Havia chegado o momento.</em><br />
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<em>Fechei os olhos e os ensinamentos maravilhosos que eu havia recebido dias antes afloraram. Estendi as mãos para frente e voltei-as para o céu – parecia não chover sobre elas – e logo a energia se fez presente. A luz azulada e serena, a mesma que eu tivera oportunidade de acessar durante a viagem, tremulava por entre meus dedos. Ninguém pareceu notar, nem mesmo Thais, que havia ficado para trás no meio da confusão. A multidão nem parecia estar mais ali. Eu não ouvia suas vozes, não via seus rostos. Minha atenção estava centrada apenas no garoto e tudo que fiz foi envolver a perna fraturada por entre minhas mãos no instante em que os policiais se preparavam para removê-lo. “O que você pensa que está fazendo?”, um deles se antecipou e me segurou pelo braço, ao mesmo tempo em que parecia não querer impedir. Mantive as mãos naquela posição por alguns segundos, guiando meu pensamento para que a luz penetrasse na região e corrigisse o estrago. A aplicação foi rápida e em seguida o garoto despertou feito um coelho assustado. Levantou-se ligeiro, sem se dar conta que era o centro das atenções de toda aquela multidão e, sem apresentar qualquer sinal da fratura, limpou o nariz, montou soberano em sua bicicleta e saiu pedalando em disparada sob a chuva. Todos permaneceram ali parados, incrédulos. Olhos vidrados, cinqüenta ou sessenta pares, voltados para minhas mãos. De suas bocas saíam murmúrios que eu não conseguia entender, lágrimas brotavam com emoção. Duas senhoras fecharam seus guarda-chuvas, ajoelharam-se sob o sinal da cruz e se puseram a rezar. “Você faz idéia do que acaba de fazer?”, o policial disse, a expressão de quem não podia acreditar no que havia acabado de presenciar. Desvencilhei-me com delicadeza, abri um sorriso cínico e corri para o lado, alcançando Thais e a empurrando para dentro do carro. “Vamos”, eu disse, “ainda não estou preparado para os autógrafos”. Como que negando a cena, ela balançava a cabeça de um lado a outro. “Você faz idéia do que acaba de fazer?”, repetiu, as palavras carregadas de um sarcasmo desnecessário. Detive-me à porta, fixei o olhar nela por sobre o ombro. “Claro que sei. Vamos sair logo daqui”. </em><br />
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<em>O silêncio parecia ter costurado seu último suspiro. E a chuva, ao contrário do que eu imaginava, não havia cessado. </em><br />
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