Embora tenha origem no campo das ciências biológicas, o termo parasita aplica-se com propriedade às ciências sociais, sobretudo quando o olhar volta-se para a classe política brasileira. O parasita, por definição, é o indivíduo que capta a energia necessária à sua sobrevivência através de um terceiro, o chamado hospedeiro, e perpetua essa relação simbiótica em que ambos usufruem do que apenas um produz. Não é à toa que a origem da palavra grega significa 'aquele que come ao lado', e que claramente traduz a ideia de que o esforço do hospedeiro sempre terá que ser maior para compensar a inércia do pária.
Traduzindo isso em realidade social, a brasileira carrega o péssimo hábito de beneficiar-se de situações em que nenhum esforço ou energia é dispendido por conta própria. Isso vai desde o simples ato de furar uma fila (o esforço foi do outro em se planejar e chegar primeiro), prática muito comum entre a maioria de nós e que se não sugere maiores implicações econômicas esbarra na fraqueza moral, até apropriar-se indevidamente do dinheiro alheio. E não estou falando aqui de roubo ou corrupção, estou falando do dinheiro que é cedido por lei àqueles eleitos pelo povo e que em troca produzem... o que? A Folha de hoje noticiou o fato de Dona Dilma gastar mais de R$ 3.000,00 para se produzir ante às cameras de TV em seus pronunciamentos (e olha que puta dinheiro mal gasto, a cara da mulher não melhora uma vírgula). E não se trata do valor ser alto ou baixo, se trata do que é produzido em contrapartida para se ter acesso a ele! Se a mulher de um grande empresário quiser gastar R$ 3.000,00 para fazer as unhas é um direito que lhe assiste, o marido produziu o suficiente para bancar a conta (se vale ou não é outra questão). Mas no caso da Dona Dilma, que tipo de produção justifica o gasto? A quebra da Petrobrás? O elenco inflado de 39 ministérios que ela mal consegue administrar? A alta da inflação ou a estagnação econômica?
A classe política brasileira é adepta da prática há décadas. "Você produz, eu compartilho, nós usufruímos!". É verba disso, daquilo, em troca de que? Das práticas imorais? Dos conchavos? Foi só o povo sair às ruas que produziram em dois dias o que não produziam há dois anos! O Brasil precisa se reinventar, e pode começar por práticas muito simples: para sobreviver e ter acesso a ganhos, é preciso produzir. Não basta ficar sentado em uma cadeira no congresso nacional, trocando figurinhas com comparsas, inventando coisas idiotas para o tempo passar. É preciso produzir, gerar recursos e receber de acordo. Não é assim na vida de todo mundo? Por que na política haveria de ser diferente? Há que se criar a consciência necessária que indica o trabalho e a geração de riqueza como primeiro passo para um processo de distribuição que garanta a eficiência dos serviços públicos. Quer auxilio moradia? Quer verba de gabinete? Quer verba pra contratar auxiliares? Quer auxilio terno? Vai trabalhar, vagabundo! Ou como você acha que o Japão emergiu como potência econômica depois de ser arrasado pela bomba atômica? Ou como as cidades devastadas pelo tsunami há dois anos já foram reconstruídas ao passo que nós, parasitas e preguiçosos, mal saímos do lugar?
Isso chama-se arregaçar as mangas e trabalhar, coisa que a voz das ruas parece estar colhendo seus primeiro frutos. Produzir, meus caros, não é opção, é obrigação!
Muito bom Mensageiro!
ResponderExcluirGrande abraço.
E...vamos fazer nossa parte, e torcer!
Mada, desculpe, não tinha visto o comentário, obrigado pela presença!
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