10 de fevereiro de 2009

"Não há porque fazer a este cômico mundo...


... a honra de levá-lo a sério". A frase é do escritor alemão naturalizado suiço Hermann Hesse, prêmio Nobel de literatura em 1946. Embora cunhada no século passado, assenta-se com perfeição a qualquer tempo dentro da escala evolutiva humana, já que valores e princípios mais dignos continuam jogados pra escanteio. Hoje mesmo comentavam comigo sobre o tal deputado que tem um castelo nas Minas Gerais. Um castelo, véii!! No Brasil? O que é isso?! Nem vou me sair com aquela de que o cara foi eleito pelo povo, trabalha pelo povo etc etc. Não adianta, tá no sangue. Do brasileiro que acha que pode mais, do português que atravessou o mundo para conquistar uma terra que não era sua, do inglês imperialista do século XIX que fez da Índia seu quintal (se bem que se não fosse por isso ninguém por lá teria a menor noção do que é o críquete, o legítimo legado britânico para o esporte. Vai dizer que não é importante?). Lá ou cá, não importa, o princípio do dane-se o outro continua valendo. Primeiro eu, se der tempo as mulheres e as crianças, depois seja o que Deus quiser. Por isso levo Herr Hesse tão a sério, porque é quase impossível não se indignar diante da postura que se perpetuou através dos séculos. O cara tava certo, só tirando uma... fala sério!



Em total contraponto, deixo parte da mensagem enviada pela minha amiga Cris Toth no oráculo de hoje do Calendário Maia, dia de dia de Hun Lahun Oc, ou cachorro:
"Quando o homem pratica um ato pacífico ou produtivo em benefício do próximo, consegue dissolver a ilusão do “ser individual” e ensinar o amor sem qualquer motivo ou sem dar ouvidos às vaidades do ego. Essa abertura é a presença da verdadeira compaixão. Quanto mais aberto e altruísta você é, mais será capaz de se comunicar com seus amigos, com a sua família, com o universo ao seu redor. Quando estiver menos concentrado em si mesmo, a compaixão cresce em profundidade e se torna abrangente! Um sentimento profundo de aceitação é gerado e passamos a aceitar o outro mesmo com suas falhas e diferenças. Até mesmo um pequenino gesto, uma ação insignificante, pode melhorar muito o ambiente em que nos encontramos, entusiasmar quem está depressivo, restituir a fé e a alegria daquele que está desiludido. Como entender essas atitudes? Um simples aperto de mão confiante, um sorriso sereno e um olhar carinhoso fazem milagres nos momentos de abandono e de carência.
Esteja certo de que a felicidade não vem de fora. Você a encontra dentro do seu coração, quando aprende a ajudar a todos indistintamente, vencendo as barreiras da separação e do egoísmo. Esse coração, quando iluminado, não distingue o sábio do ignorante, o rico do pobre, o feio do bonito, o doente do são. Para encontrar paz e alegria, espalhe otimismo e bondade ao seu redor. Ajude sempre!
A vida só é linear na aparência. Quando podemos ouvir a nossa consciência interior a cada momento, seguimos o caminho do coração e o futuro deixa de ser apenas uma continuação do passado. Nossa atitude mental e espiritual afeta todo o universo. O amor é a escada que nos eleva a Deus".

2 comentários:

  1. Ótimo post, Andrew! Seja aqui no nosso mundinho, seja lá do outro lado, a postura do ser humano, com rarísissimas exceções, não pode ser levada a sério. Basta ver os absurdos que presenciamos hoje, principalmente no meio político. Sem dizer do sentimento egoista que tomou conta dos homens, dado os resultados do mundo globalizado que vem confinando as pessoas a olharem cada vez mais para o próprio umbigo. Lembra do Gerson? Acho que aquela célebre frase continua valendo...

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  2. Olhar para si é cada vez mais comum. Hoje, receber um simples obrigada quando fazemos um contato de emprego, amizade ou elogio é muito raro. Isso no mundo virtual, que hoje já ocupa mais tempo do que o real na vida de muitos profissionais e adolescentes. Não sabemos mesmo onde iremos chegar, tá na hora de mudar... André, adoro o seu blog, eu e Haroldo somos seus fãs! Abs

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