19 de dezembro de 2010

Um país em desequilíbrio


Dizer que o Brasil é um país de contrastes não revela nenhuma novidade. Do clima árido da caatinga à geada catarinense, das belas praias nordestinas aos platôs do meio oeste, dos abismos que insistem em dividir ricos e pobres, por mais que o governo Lula tenha integrado à sociedade boa parte da camada miserável que por trás dela se escondia. Exemplos existem aos montes, mas nada fala mais alto do que a linha divisória que existe entre o homem público e o privado.

O congresso acaba de aprovar um aumento de 62% para deputados e senadores que eleva o salário da categoria para R$ 26 mil ao mês, sem levar em conta os extras como auxílio moradia, passagens aéreas, gasolina e motoristas, verba indenizatória e o diabo a quatro, totalizando a bagatela de quase R$ 1 milhão ao ano por safado. Sim, é isso que custa um parlamentar em um país em que ainda há fome, déficit habitacional, sisitema de saúde miserável, educação pífia e falta de saneamento básico (em Manaus, onde se pretende construir um estádio para abrigar a copa, pouco mais da metade da população tem acesso à rede de esgoto). Se estivesse vivo, Renato Russo insistiria em cantar seu famoso refrão 'Que país é esse?', que ecoa sem trégua na minha cabeça quando me deparo com abusos como esse. Dou passagem então aos Titãs e seu 'Bandido, corrupto, ladrão, filho da puta!' - porque não há outro sentimento capaz de tomar corpo ante tal acinte. E algum deles ainda se saiu com aquela que diz que se político ganhar bem não precisa roubar, outro tiro na cara do contribuinte. O que temos, na verdade, é um bando de pilantras que legisla em causa própria e se vê acima de qualquer preceito social que exige equilíbrio, bom senso e ação. Não é possível imaginar que um país do terceiro mundo, como somos, tenha políticos mais bem pagos que o Japão, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra. Simplesmente não temos cacife para isso.

O que temos são profissionais de assalto que se preparam para tomar o poder e, uma vez dentro dele, agem de acordo com seus interesses. Nada, absolutamente nada justifica um salário de R$ 26 mil para uma corja em passo de caramujo que trabalha de terça a quinta e tem à sua disposição todas as mordomias que o dinheiro pode comprar. E dizer que estudaram e se preparam para isso? Temos aí o Tiririca para provar o contrário. O palhaço nunca riu tanto daqueles que deveriam estar lá justamente para dele rir. Seu primeiro projeto? Não entendeu a pergunta e respondeu que era comprar um apartamento...
Trago um exemplo sueco, que anda na contramão do progresso. Provavelmente porque o país deles seja atrasado, desinformado, sem estrutura e com indicadores sociais piores que os nossos. Deve ser isso que justifica a retidão, honestidade e principalmente o enquadramento do homem público no seu devido lugar, o de servir a comunidae que o elegeu. Sem excessos, mordomias ou nada que o faça pensar que sua posição o qualifica como um ser superior. Ao contrário. Seu objetivo, longe de ser o ganho particular, é servir. Afinal, ele é um servidor público dentro do conceito que foi criado, não moldado aquele que assumimos por aqui.

Bastilha neles...


15 de dezembro de 2010

O ULTIMO MENSAGEIRO - SINOPSE



As perspectivas da Terra são sombrias, o homem insiste em não respeitar os limites da natureza e de seu semelhante. Logo, a reação virá de maneira desproporcional.







É pensando nisto que os mestres do universo convocam Abel Antunes. Abel passará por um processo de iniciação ritualística em Bali, na Indonésia, onde receberá os poderes para que sua missão se cumpra. A CIA dispõe de tecnologia para localizar os contatos e parte em sua captura, mobilizando seus agentes e o exército indonésio. O trabalho de Abel se desenrola em meio às constantes tentativas de eliminá-lo, até o surpreendente final em 2046.






Ensinamentos espirituais, tradições balinesas, origens da humanidade. Pink Floyd e o Mágico de Oz. Amor, magia e poder se misturam nesta grande aventura que certamente levará o homem a repensar suas atitudes em relação ao planeta e a forma como lida com ele.






Antes que seja tarde demais.




1 de dezembro de 2010

ELE VEM AÍ!

Por conta do lançamento do livro, previsto para o próximo dia 16 (Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho 915 a partir das 18hs00), me afastei durante o mês de novembro deste blog. Não dava pra ser diferente. Na reta final o trabalho de revisão é intenso, o material é examinado em detalhes para que não haja falhas na composição final. Desgastante, mas ao mesmo tempo enobrecedor.

Isso me faz lembrar um texto que escrevi no final de 2006, época em que o livro estava praticamente pronto (e que foi o primeiro publicado neste blog - 'Recomeços' - em fevereiro de 2009). Eu discorria sobre a validade de ter jogado tudo para o alto para me dedicar exclusivamente a ele, como isso tinha afetado minha vida e tudo mais. Nas minhas próprias palavras:

"Assim se fazem caminhos, criam-se lendas e heróis. Homens mais fortes e verdadeiros, obcecados pelo destino e carregando dentro de si a semente de um projeto transformador. É a palavra que se espalha em busca de realização, traduzida não apenas em valores de ordem pessoal, mas nos mais nobres atributos que direcionam o caminho do homem. Esta é a luz que me leva adiante.



Começar é difícil. Deixar para trás toda uma estrutura montada e aceita como verdadeira, a base de sustentação de toda uma vida, é um passo audacioso e arriscado. Acerca-se do lado aventureiro, do peso do incerto, e trás como consequência a instabilidade natural, o desequilíbrio, que só ocorre porque o ideal que luta dentro de você clama por vir à tona. Caso contrário, bastaria ficar quietinho no meu canto deixando a vida passar, consumida por bons e maus momentos, alheio às transformações globais que, em última instância, não me interessariam. Mas não é por isso que estou aqui.

Abracei meu ideal e pronto, não há nada que mude a história. Tive a energia necessária para fazê-lo, mas isso não faz de mim um mártir ou um alguém em busca de reconhecimento, não neste sentido. Quis que a vida tivesse como âncora meu ideal, transformado em palavras que circulam as esferas e fazem de mim seu instrumento. É para isso que criei "O último mensageiro", para que a palavra correta se faça ouvir. E fico me perguntando se valeu a pena...

Claro que valeu. São momentos de transição que colocam em jogo as escolhas, que suscitam dúvidas pelo vácuo que se abriu neste ínterim e que me inclinam a pensar em arrependimento. Depois passa, nada pode ser mais importante do que saber que minha obra pessoal, aquela que investi bons anos de meus estudos e valores, esteja finalmente pronta. O resto é pura consequência."
 
Valeu mesmo! É com o coração aberto e cheio de alegria que convido a todos para estarem presentes no dia 16, física ou espiritualmente, para comigo compartilhar desse momento tão especial. Até o final da semana terei pronto o convite, que será encaminhado a todos.
 
Como diz Hugo Almeida, com a licença do autor: Vida longa ao romance e à sua luz!!