A história da humanidade registra, quase que em ato contínuo, a espoliação e privação do direito alheio como prática regular e permissível. Foi assim com as civlizações da antiguidade, com a era dos descobrimentos, com a revolução industrial. E chegou aos nossos dias com o exercício do mandato político.
É mais do que sabido que essa corja que habita as profundezas do congresso acostumou-se a sangrar os cofres públicos em causa própria. Na contramão do progresso (congresso e progresso podem até rimar, mas definitivamene não combinam), estabelecem na vida pública a fonte de enriquecimento pessoal, apropriando-se de bens que, definitivamente, não lhes cabem. Como ainda são as raposas que tomam conta do galinheiro é natural que a classe toda se beneficie e ninguém, em última instância, seja punido. Na verdade, e sem medir palavras, estão pouco se fudendo.
A Folha apurou, no final de semana passado, a utilização de dinheiro público no financiamento de campanhas eleitorais. Significa dizer que gente como o Genoino, na tentativa de se reeleger, solicita reembolso de suas despesas com aluguel de mesa, cadeiras e sofás. Não importa o valor (algo em torno de R$ 300), o que vale é o conceito e os três imbecis que fazem parte da história.
Imbecil 1: o responsável por creditar a Genoino o valor do reembolso (provavelmente não questiona porra nenhuma e o faz automaticamente)
Imbecil 2: o próprio Genoíno que, depois de estampada nos jornais a falcatrua, jura de pé junto que não vai mais pedir reembolso. De novo: não se trata do valor, mas do conceito. É essa mentalidade abominável que permeeia o ambiente político e faz com que qualquer um vislumbre, no dinheiro público, a possibilidade de um ganho extra
Imbecil 3: eu, você, todos que pagam impostos para que esse bando de vagabundos se esbalde
Alguém pode explicar como é que quase R$ 1 milhão são gastos com despesas de combustíveis quando o congresso se encontra em recesso (ah, aí está, congresso e recesso não só rimam como combinam!)? Simples: deputados e senadores esão visitando suas bases eleitorais, preparando-se para reeleição, e nós estamos pagando seus deslocamentos! Isso sem contar que 53 deputados solicitaram a quota máxima para esse tipo de despesa, que é de R$ 4.500. Nego recebe 5 paus de gasolina em período de recesso?! Salário mínimo 10% desse valor? Que país é esse?! Bastilha neles, guilhotina já!
Um país que tem boa parte de sua população vivendo em condições de penúria não pode permitir que esse tipo de procedimento ainda exista. Como consciência é algo que passa longe dessa corja, é preciso que gente como nós, cidadãos comuns, denuncie essas práticas e renove o tal congresso (ou como propõe o candidato do PSOL, feche essa merda de uma vez, já que a única coisa que fazem é contribuir com eles mesmos. Não é má idéia, Plínio!).
Um político deveria, por princípio, doar-se, do alto de sua envergadura moral, para dar ao povo exatamente a mesma condição que ele, do ponto de vista privado, detém. Do privado ao público, o Brasil já está de saco cheio do caminho contrário!
PS.: para piorar, esses mesmos bandidos instituem leis que limitam sua exposição ou a condição de serem ridicularizados na mídia. Tem que ser alvo de denúncias sim, de chacotas se necessário para expor sua condição de espoliadores. Que a lei vá para o inferno, a lei moral é superior a qualquer tipo de coação!!