31 de dezembro de 2009

Feliz 2010!


Agradeço a todos que por aqui deixaram suas marcas, expressas ou impressas, sorvendo dessa doce energia que nos une. Que 2010 traga mais cores, mais sabores, mais valores e toda sorte de amores, preenchendo nossos espaços em busca de harmonia, individual e coletiva. Façamos pois, de nosso caminho, atalho para o caminho de todos. Façamos pois, um brinde, estenda sua taça e feliz 2010!

29 de dezembro de 2009

Frases que gostaríamos de ouvir em 2010


1. Nem pense nisso, pode deixar que eu mesmo faço!

2.Foi um prazer atendê-lo!

3.Eu te amo!

4.Não farei da forma que você sugere, o compromisso da minha empresa é com o ambiente!

5.Grana? Você ficou louco? Eu sou um político de respeito!

6.Que idéia essa sua de dividir com os outros, hein? Viu só a cara de contentamento deles?

7.Como poso lhe agradecer por tamanha bondade?
8.Filho, ainda tens muito para conquistar ao longo da sua vida. Se souberes respeitar o próximo, estarás sempre um passo a frente!

9.Era a minha vez, mas não vejo porque não deixar a senhora passar na frente!

10.Eu já estava mesmo cansado de ficar sentado, o lugar é seu!

11.Ei! Ei! Essa carteira caiu lá atrás, acho que lhe pertence!

12.O senhor que ajuda para atravessar?

13.Sinto muito, senhor, o senhor deve entrar na fila e aguardar. O terno e a gravata não lhe dão nenhum privilégio!

14.Se eu sei quem o senhor é? Honestamente não. Alguém na fila sabe quem é esse homem de
terno e gravata? Parece que ele está tendo uma crise de identidade...

15.Estive pensando... Se eu desviar recursos da merenda escolar, provavelmente alguma criança passará fome. Não farei isso em nome do futuro deste país!

16.Que a paz reine entre todos vocês!

Alguma sugestão?

27 de dezembro de 2009

Beija Flor!


















































"É o seu eu que pede passagem em busca das coisas que verdadeiramente falam ao coração"

Dito. E feito.
Feliz 2010!





19 de dezembro de 2009

O eu, invisível indivisível



O início do último decêndio de dezembro marca também o início da contagem regressiva para o ano novo, eterno encubador dos sonhos de renovação. Vale mudança de visual, fazer regime ou ir atrás de um novo emprego. Descobrir o amor, inscrição na academia, virar a própria mesa ("morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho; quem não se permite, uma vez na vida, fugir do conselho dos sensatos" - Pablo Neruda). Jogamos nossas melhores intenções no novo ciclo que se abre e sabemos que, antes mesmo do carnaval, já teremos esquecido metade do que havíamos prometido para nós mesmos.

A desaceleração de dezembro, tendo em vista a expectativa do ano novo, nos permite recuperar um pouco do folêgo e prestar atenção ao que está a nossa volta. É como se dirigíssemos um veículo em alta velocidade ao longo de quilometros e quilometros e, ao diminuir, nos damos conta da paisagem exuberante que nos acompanha. Ela sempre esteve lá e nós, no ritmo alucinante que toma conta de nossas vidas, é que a apagamos de nossos registros. Mais adiante, quando sentirmos necessidade de aumentar a velocidade, ela novamente desaparecerá e dará lugar à névoa que permeia nossos pensamentos e atitudes, fazendo-nos voltar a ser o que sempre fomos. Essa é nossa natureza.


Aproveite seus momentos de lucidez, que haverão de desaguar no ano novo, para enxergar sua paisagem, ou os aspectos da sua vida que você costuma dar valor e que foram engolidos no meio do caminho. É o seu eu que pede passagem em busca das coisas que verdadeiramente lhe falam ao coração: um passeio pelo campo, um momento de meditação, um abraço amigo. Não importa o que seja, o que vale é estar alinhado com a sua verdade interior. Esforce-se para mantê-la acessa ao longo do ano e, ainda que haja percalços, faça com que a semente da boa intenção gere seus frutos. Você dissemina um pouco de você mesmo pelo planeta, no micro ou no macro ambiente, e faz o registro de sua passagem por aqui. São suas as pegadas que ficam.

E o seu eu, este invisível indivisível, seu amigo inseparável (mesmo quando você não está presente e não presta atenção na paisagem), agradece. Feliz 2010!

10 de dezembro de 2009

Sucessão de erros




É da natureza humana a dificuldade em lidar com a morte. Quando ela atinge crianças, então, o assunto ganha contornos que escapam à compreensão e questionam os desígnios divinos em busca de explicações, ainda que sem sentido, que justifiquem a ceifa. Migramos da letargia ao ceticismo, cobertos de dúvidas quanto à própria existência. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Por que tão cedo? Mergulhamos em questões embriagados pelo drama da vida, rompendo de vez a barreira que nos transporta ao irracional. É o sentimento de revolta que assume o comando porque sabe que, não fosse pelo casuísmo que toma conta deste país, tragédias como a desta semana poderiam ser evitadas.


Na última terça-feira, depois das fortes chuvas que abalaram a cidade de São Paulo, seis mortes foram registradas. Quatro irmãos, entre eles três crianças (duas de 7 e uma de 9 anos), morreram sob a terra que engoliu o barraco em que dormiam. Para quem ainda carrega um pouco de sensibilidade, a reação é de tristeza e de consternação, pensando nos pais que terão a árdua tarefa de enterrar quatro filhos. Dois ou três dias depois esqueceremos o fardo que este casal carregará para o resto da vida, se ainda tiver disposição para olhar de frente para ela. O que vejo, em meio a tragédia, é uma sucessão de erros que deixa qualquer cidadão indignado.

Essa família não morava em uma zona de risco de deslizamento por espontânea vontade. Morava, com conhecimento de causa ou não, porque não há qualquer movimento do estado no sentido de impedir que estas áreas sejam habitadas. E por que? Porque o estado vai tirá-los de lá e levá-los para onde? Se interferir na questão terá também a responsabilidade de solucioná-la, o que não se encontra em condições de fazer (vale lembrar que boa parte das mazelas sociais e econômicas são foco da iniciativa privada, que através de ONGs e obras assistenciais desempenham o papel que caberia ao estado). O poder econômico é cruel e não cabe a mim questioná-lo, diferenças sempre haverão de criar desequilíbrios dentro de uma sociedade, uns com mais, outros com menos. É natural que seja assim e que cada um batalhe por seu espaço, lutando com dignidade para alcançar outro patamar. O estado, neste contexto, tem a responsabilidade de regular diferenças e criar condições para que as classes menos favorecidas progridam através de políticas de desenvolvimento, a maioria delas (se não todas) bancadas pelos otários como nós que pagam seus impostos em dia. Os erros começam na arrecadação e terminam em tragédia.

Conheço empresas que propositadamente não recolhem ICMs e, quando vão à juízo, já tem todo o esquema comprado para deixar menos dinheiro nas mãos de juízes, fiscais e advogados do que se tivessem que recolhê-lo aos cofres públicos. Dos males o menor, dizem, ainda que sob risco de serem flagrados, o que em mais de dez anos de esquema nunca aconteceu. Para onde vai o dinheiro? Para o bolso dos corruptos. E camelô, recolhe imposto? Claro que não, mas paga uma grana para manter polícia e fiscalização o mais longe possível de seus domínios. Para onde vai o dinheiro? Para o bolso dos corruptos. Brasília e o escândalo do mensalinho: só veio à tona porque um dos gatunos foi precavido e não quis pagar o pato sozinho. Ou vamos ser ingênuos a ponto de não acreditar que a mesma coisa rola em SP, BH, RJ, RS e pelo país afora? Mas é óbvio! Ninguém tá nem aí com o que vai acontecer com o Zé Povinho que mora em áreas de deslizamento, se é a mãe, o pai, o filho ou o espírito santo que vai dessa pra melhor. Mas sequestre o filho de um deputado pra ver o que acontece, é capaz de até a Interpol estar no seu encalço.

É preciso coragem para mudar. Enquanto as raposas tiverem a chave do galinheiro, a dignidade passará longe da farra e a cidade, infelizmente, seguirá enterrando suas crianças. Que futuro pode se esperar de uma sociedade que não sabe preservar seus próprios filhos?


6 de dezembro de 2009

Heróis Anônimos: Patricia Polli

A habilidade em modificar o ambiente confere ao homem, em sua sina perversa, o poder cego que ultrapassa as barreiras da sanidade. Destruir o meio em que vive em troca de recursos outros de maior valor no mercado de consumo, leva ao desgaste irreparável da Mãe Natureza e de seus elementos, na prática que encerra, a médio prazo, a realidade do esgotamento.
Há, felizmente, quem trabalhe no caminho inverso.

Nascida em Jundiaí ('japiense', como ela mesma se define), Paty é uma incansável batalhadora pela preservação da Serra do Japi e sua biosfera. O Japi é uma cadeia montahosa que se divide entre os municípios de Jundiaí, Cajamar, Pirapora do Bom Jesus e Cabreúva e representa uma das últimas porções de Mata Atlântica no estado de São Paulo. "O que aprendo, do ponto de vista científico, procuro transmitir em linguagem acessível, através de um conto ou de uma poesia", diz ela, e que o faz com maestria em seu Blog Ecos do Japi, em textos líricos que traduzem a essência de sua ligação com a natureza.
Formada em gestão ambiental, Paty desenvolve seu trabalho de monitoramento e educação na reserva do japi há dez anos, levando grupos pelas encantadoras trilhas da serra que conhece tão bem. Também faz parte do conselho de gestão do território da serra do Japi, que tem por objetivo avaliar pedidos de novos empreendimentos ou atividades na região. E indo além, presta consultoria ambiental para empresas que desejam se instalar na região - regularização e licenciamento, gerenciamento de resíduos e sistemas de tratamento - criando assim o equilíbrio natureza x desenvolvimento que este planeta tanto precisa.

Paty, as borboletas, cachoeiras, esquilos e tantos outros filhotes da fauna e flora do Japi agradecem. E nós, que vemos destruição onde a mão do homem alcança, também. Esse mundo precisa de mais heroínas como você!