3 de maio de 2009

Na contramão do céu ao inferno


É muito comum passarmos por momentos de instabilidade quando colocamos carga excessiva no dia a dia. Corpo e mente reagem ao impacto e o estresse torna-se inevitável, tirando-nos do eixo e levando-nos a uma espiral de irritação e impaciência que pode ter consequências mais drásticas. A maioria conhece o processo. Passei por ele dias atrás e achei que sair fora durante uma semana seria suficiente para revertê-lo, esvaziando a quantidade de informações, estímulos e tarefas que eu havia acumulado. Ledo engano. Ao invés de fazê-lo, a semana serviu para acentuar a curva, chegando ao seu ápice no último domingo, 26/4. Ali pirei. E parei. Havia alguma coisa fora do lugar, algo que o simples afastamento das atribulações do dia a dia e o fato de não estar obrigado a produzir não 'resetara' a máquina. Eu havia diminuído o ritmo físico e havia dado descanso ao corpo, mas não à mente. Ela seguiu perdida por aí, em todos os lugares e em nenhum ao mesmo tempo, longe de estar presente e refletir a essência do que realmente sou. E foi então que percebi o que devia ser feito. Primeiro ponto a considerar: as respostas estão sempre dentro de nós. Vivemos na era da informação e da velocidade, que em conjunto possibilitam viagens sem limites através de inesgotáveis fontes de consulta. Podemos buscar soluções nas mais variadas formas, mas se não fizermos a correta leitura de nosso interior, de nada valerá o que se encontra lá fora. É preciso posicionar-se de dentro para fora e não ao contrário! Segundo ponto: as respostas são simples. Costumamos buscar soluções mirabolantes para as situações que enfrentamos, construímos meios e planos que sejam capazes de justificar nossos desejos e sua busca incessante. E quando nos damos conta da solução, pensamos "como é simples! Por que não pensei nisso antes?".

Talvez por não estar suficientemente alinhado para 'receber' as respostas. Gosto do provérbio chinês que diz que "É na quietude das águas que se vê o fundo do lago". Quando respiramos corretamente, mantendo o foco no momento presente, esquecendo de passado, futuro ou da infinidade de tarefas que temos a cumprir, atingimos o grau de serenidade necessário para manter a paz de espírito e enxergar o caminho com outros olhos. Foi exatamente o que fiz. Relaxei, trouxe meu pensamento para o presente, voltei a reconhecer minha respiração e pronto, descansei em um dia tudo que não havia descansado em uma semana.

A respiração é o meio. Há técnicas e técnicas para aprimorá-la (eu desconheço), mas parto do princípio básico que mantê-la cadenciada e suave, não a perdendo de vista, nos faz transitar em outro patamar de energia. A inquietude se vai, o sorriso volta. A estrada de volta ao céu parece mais curta.

3 comentários:

  1. Concordo em "gênero e número igual", como diz meu sobrinho. É exatamente este eixo que tenho buscado desenvolver cada vez mais. E o segredo está realmente na respiração!!! Valeu amigo, obrigado por compartilhar!

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  2. Caro Andrew! Foi muito bom ler suas palavras. Todos nos vivemos momentos de maior intensidade, que às vezes se transformam em instabilidade... E aí, como disse você, estamos a um pulo de pirar. Por isso, a pausa no ritmo é as formas de relaxamento são mesmo importantes. As atividades físicas, no meu caso, ajudam e muito tbém.Bom dia, boa semana! Abração!

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  3. Oi, André, passei pra te conhecer.
    Parece que nossas palavras se cruzaram, não é?
    Parabéns!!!!!! Continua te buscando, certamente vais encontrar tudo o que queres.
    Um abraço
    Paz e Luz!!!!!!

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