30 de maio de 2009

Para ser bandido neste país, não é preciso assaltar um banco

Há alguns dias os bancos privados, em benefício daqueles que buscam o financiamento da casa própria, aumentaram os prazos e reduziram as taxas de juros do crédito imobiliário. O congresso nacional (minúscula neles!), motivado talvez por crise de ciúmes ou algum outro complexo que o obrigue a estar sempre na crista da onda, fez o mesmo em benefício dos para-lamentares de plantão que parasitam na casa: regulamentou (não lembra reguLAMENTÁVEL?) o auxílio moradia, que dá margem aos dito cujos que possuem imóveis em Brasília a adicionar a seus vencimentos R$ 3.800,00 como se esse dinheiro pudesse ser 'aplicado' como tal. Segundo o senador mão santa, que culpa esses para-lamentares tem se dispõe de imóveis na capital do ócio e da bonança? Eles tem que ter os mesmos direitos daqueles que recebem o auxílio. Ao inferno, mão santa, você e toda essa corja que não cansa de tirar uma com a nossa cara como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.




O auxílio moradia foi criado com o intuito de colaborar com os deputados de outros estados que, uma vez lotados em Brasília, precisariam alugar um imóvel (há, para isso, os chamados apartamentos funcionais, mas há mais para-lamentares do que apartamentos). Até aí tudo bem, nenhum mal nisso. O que veio à tona na semana passada, foi o caso de deputados que, depois de transferidos para apartamentos funcionais, continuaram recebendo o benefício. Fácil, né? Se faz de morto, finge que não é com ele e o dinheirinho continua pingando na conta (daí o título deste post. Roubar banco? Que nada! Vou é me candidatar a uma vaga no congresso!). O presidente do Senado, um tal de José Sarnento que pensa que é poeta, mora em imóvel próprio e recebe (ou recebia, já que estas sangrias são suspensas quando entra o dedo da imprensa) o tal auxílio. A princípio negou, depois disse que realmente estava ali, mas que ele não havia percebido (aliás, não duvido; com tanta grana que rola nos bastidores, é bem capaz que 7 ou 8 salários mínimos tenham passado desapercebido. Mas, se fosse para menos, nego já tinha colocado a boca no trombone...).


Quem precisa de auxílio moradia é quem tem que procurar abrigo público pra dormir no final do dia, quem mora sem condições de higiene ou quem abriga dez membros de uma mesma família em um quartinho. Esses caras que nós elegemos (wake up, todo mundo, hora de mudar mesmo!) não tem um pingo de dignidade, um mínimo de dor na consciência que os obrigue a ressarcir os cofres públicos. Eles haverão de fazê-lo, mas por pressão da imprensa que insiste em denunciá-los.


Minha proposta é muito simples: que tal o auxílio-sepultura? Damos um fim digno a todos eles e ainda temos o prazer de enterrá-los!



Obs.: vivos não, seria muita crueldade...



Crédito da foto: Dircinha






6 comentários:

  1. Porque será que os políticos parecem iguais em todos os países?

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  2. Uma vergonha mesmo. Esta do Sarney é revoltante como inúneras outras. E depois é sempre a mesma história de "não sabia de nada", "me desculpa", duca...Tô dentro. Auxílio-sepultura já.Abraços!

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  3. Pois é, Antonio, parece que nossos laços se estendem para outras direções, assim como em todo lugar em que estas raposas se alimentam. Um abraço e obrigado pela visita!

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  4. Se cada brasileiro contribuir com R$ 0,10 centavos, Harold, poderemos enterrá-los no meio do Atlântico, até pra não correr o risco dos caras voltarem... Abs!

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  5. Puxa André, genial reflexão e fico feliz que você tenha divulgado esta vergonha! Puxa, também queria fazer alguma coisa pra mudar e limpar aquele congressinho sem vergonha que nós brasileiros elegemos. Estou sem votar a duas eleições e pretendo continuar justificando. Mas sei que não é a melhor saída...
    Grande abraço!

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  6. De fato, Priscilla, eis aí uma questão delicada. Entra eleição e sai eleição e o cheiro de esgoto continua o mesmo...

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