29 de outubro de 2009

Produtividade x Assistencialismo

Que vivemos em um país marcado por abismos sociais e incongruências políticas não é nenhuma novidade. Que o país precisa, isto posto, de gente honesta que arregace as mangas e trabalhe no sentido de corrigir estas distorções, criando um padrão de sustentabilidade econômica baseado em potencial produtivo, também. Uma nação economicamente viável e pujante só se desenvolve quando a roda econômica gira com os recursos que ela mesma produz através do capital humano, alicerçado sobre investimentos, políticas de longo prazo e visão extemporânea. Costuma-se chamar a isso de produtividade, a mola mestra que gera riqueza e evolução.


Do outro lado está a prática assistencialista. Em um país como o nosso é difícil prescindir de tal instrumento, principalmente quando boa parte da população de baixa renda mal tem acesso a recursos básicos de educação, saneamento e saúde. A bem da verdade, a política do governo Lula, através do Bolsa Família, tem lá seus méritos quando retira parte das famílias que recebem assistência da total miséria. Mas ao mesmo tempo, cria um círculo vicioso cruel que beneficia, sobretudo, o próprio governo.




Presidente Vargas é um município no estado do Maranhão de 10.000 habitantes. Segundo Zé Neumane, da Pan, a população ativa é de 4 pessoas. Isso mesmo, 4 pessoas! Partindo-se do pressuposto que se trata de informação verdadeira, dada a credibilidade do jornalista, o número é assustador. Apenas 4 pessoas trabalham por lá, enquanto o resto da população vive do Bolsa Família. Sugere, a rigor, um mal estar sem precedentes, uma vez que narcotiza toda uma população, que naturalmente prefere ganhar um pouco a mais com o benefício do que se lançar no mercado de trabalho local, que não deve ser lá grande coisa. Não importa. É o princípio da produtividade que vai por água abaixo na ociosidade de quem encontra, em políticas como essa, um motivo para encostar o burro na sombra e não produzir. É o processo de geração de riqueza, ainda que em níveis ínfimos, totalmente estagnado e sem perspectivas. E quem ganha com isso?




Ganha a população, que sem grandes esforços mantém um padrão de vida (se é que isso lá é padrão) acima do que teria se optasse pelo trabalho. É mais cômodo, sem dúvida, mesmo que o processo produtivo seja estancado (e quem se importa?). Ganha o governo, que atrela votos que garantem reeleições através destas práticas, não muito distantes do 'pão e circo' romano. Perde o homem nestas circusntâncias, nas palavras do próprio Neumane, sua dignidade.




Povo bom, na ótica do governo, não é aquele que produz e questiona, fazendo valer seus direitos, mas aquele se ajoelha e agradece pelo pouco que tem.




Foto: ministério do desenvolvimento social e combate à fome

11 comentários:

  1. Ótima reflexão. Este paradoxo do Bolsa Família é o que mata. Sim, é um programa que pode ter seu lado positivo, como bem disse, mas acaba facilitando a comodidade de quem recebe pelo ato de receber sem batalhar (ir à luta). Meu caro, fiquemos de olhos abertos no que vem... Acreditemos em mudanças! Grande abraço!

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  2. Olá, Charak!
    Belo post. Sem dúvida, esperamos que as mudanças se processem o quanto breve em prol do povo.
    Gostaria que aceitasse um selinho no meu cantinho "entrelinhas", e se puder, passe-o adiante.

    Um excelente final de semana

    bjs. fraternos,

    Regina Goulart

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  3. Andre, Também acho que Lula está pecando nestas medidas eleitoreiras, ele mesmo que disse que ao invés de dar o peixe temos que ensinar a pescar. Paradoxo? Bjs Amei o blog. Gosto de denúncias.

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  4. Olá André , cheguei até seu blog pois; o meu amigo "Haroldo" me indicou e vejo que realmente, ele sempre acerta nas dicas do que vou gostar! Dei uma viajada nas mensagens e gostaria de iniciar seguindo vosso blog e deixar minha impressão neste post que diz tanto sobre nós mesmos...Pois; quando refletimos sobre "diferenças sociais" e constatamos que pouco podemos fazer , e sinceramente , penso também que pouco pode fazer um presidente da república que não tem pulso firme para controlar um congresso cheio de aproveitadores da inocência eleitoreira do povo.
    O congresso é quem decide neste país e vc. já acompanhou alguma vez as reuniões de plenário? Te digo é nogento ver o descaso deste congresso...ou seja;
    Sobra prá nós, assistirmos á tudo isso e ficar constrangido...á nós sobra apenas o constrngimento de ver alguém no farol pedindo dinheiro e não darmos mas nos sentir culpados! Não vai ter ninguém que diga á estas pessoas do farol , que elas são capazes de ganhar o seu sustento? E que não precisa ficar esperando que caiam migalhas da mesa dos mais afortunados? Valha-me Deus , espero em vida ver alguém que isso faça pelo povo brasileiro!
    Grande abraço
    Apareça lá pelo meu blog "MUNDO PEQUENO" para deixar seus comentários; certamente vou adorar
    Silvia

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  5. É isso aí, Harold, nada de se acomodar diante destas incongruencias. Abs!

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  6. Aceito com todo prazer, Regina, já já passo lá para pegá-lo. Bjs!

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  7. Olá, Elzenir, obrigado pela visita e pelo comentário. Temos que estar atentos sim, ensinar a pescar ao invés de dar o peixe, como voce menciona. E o seu papel neste contexto, como professora, é fundamental!

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  8. Ola, Silvia,e obrigado pela visita. Controlar massas é sempre um negócio arriscado, as vezes acaba mal, mas do jeito que está poroposto é a melhor forma de tomar conta do rebanho sem maiores alardes. E este sim é o perigo que corremos ao perpetuar essa política que aí está. Bjs, passo para visitar o teu blog!

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  9. Mermão André,verdade postura desse senhor que a nação "Preside" repleto de posturas bsurdas,o voto visando para Dilma,a terrorista!

    te abraço!

    Viva Vida!

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  10. Se tudo der certo, ano que vem acaba, Ricardo! Gde abraço!

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  11. Oi André,

    Obrigada pela visita. Fazia tempo que não aparecia...

    Bom, eu penso que esse povo carente é fruto do próprio governo. O governo foi quem criou essa pobreza toda e se vangloria em mantê-los com pouco custo, afinal, é melhor que sobrem dinheiro para os governantes desviarem e se aperfeiçoarem na corrupção. A pobreza é um invento, um brinquedo que o governo criou e manipula e que a classe média sustenta...

    Agora, pobre se acomoda mesmo, pois não tem muita saída... Sem estudos, saúde precária, moradia sem conforto, trabalho escasso etc... etc...

    Beijos,
    Ana Lúcia.

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