6 de janeiro de 2010

Pagando o preço (parte I)



Até que ponto somos responsáveis pelas mudanças climáticas que o planeta tem apresentado ao longo dos últimos anos não dá pra dizer com absoluta precisão. Mas que nossa parcela de irresponsabilidade contribui, e muito, não resta a menor dúvida. Meu ponto é simples e despido de qualquer pretensão filosófica ou mistério: plantou, colheu. E fim de papo. Se o objetivo do homem é fazer deste 'pálido ponto azul' fonte inesgotável para sustento de seus caprichos, está na hora - ou melhor, já passou da hora! - de rever seu modo de vida. A indústria e o sistema de transporte, por exemplo, dependem de fontes não renováveis de energia como o carvão ou o petróleo, cuja queima concentra maior quantidade de gás carbônico na atmosfera e eleva a temperatura do planeta. Claro que não podemos mudar, pensar no colpaso do sistema é totalmente insano, levaria ao colapso financeiro e ao fim do mundo. E não é que chegamos ao mesmo ponto, de uma maneira ou de outra?


Escolhemos o caminho mais doloroso, aquele que sacrifica vidas e mexe com o equilíbrio da Terra. Londres enfrenta o pior inverno dos últimos 30 anos, não é preciso falar das chuvas que se precipitaram sobre o Rio e que causaram desmoronamentos em Angra. É como se em um sistema regulado pela troca tivéssemos que disponibilizar o que nos é mais precioso, em nome dessa relação vampiresca que mantemos com o planeta. Se nos anos 70 não havia limites para o descaso - a indústria americana produzia banheiras móveis que bebiam gasolina sem precedentes - tampouco havia a preocupação com as possíveis consequências. O que talvez não tenham se dado conta - ou sarcasticamente o fizeram - é que armaram a bomba relógio para que explodisse em nossas mãos.
Em o último mensageiro, o tema foi abordado da seguinte forma:

"Se eram interesses econômicos que estavam em jogo, que ficasse então sob responsabilidade das gerações futuras os possíveis reparos. Afinal de contas, não era pensando nelas que o sistema se perpetuava? O mundo precisava de estabilidade, consumo e conforto e havia somente um caminho que garantia tais necessidades: o mesmo que a humanidade optara por trilhar desde a revolução industrial. Exigia um certo sacrifício da natureza, é verdade, mas ela não estava lá para isso? Somos nós os degenerados que trabalham até a exasutão, na maioria das vezes sabendo o momento de parar antes que sobrevenha o colapso. Mas quando se trata de um planeta cheio de recursos, que diferença faz uns anos a mais ou a menos em meio a mais de 4 bilhões desde sua suposta origem? Quando o momento definitivo chegar, as tais gerações futuras terão à sua disposição novas tecnologias, prontas a reverter qualquer prognóstico mais pessimista, prontas a carregar o fardo por elas herdado sem maiores consequências. Ou não?"

Ainda estamos longe disso. E seguiremos colhendo o que plantamos...

4 comentários:

  1. A bomba-relógio iniciou a regressão, não tenho dúvidas. É só olhar para os lados, para as ruas, morros e encostas. É só olhar para o mar. Meu caro, falou tudo, plantou-colheu. Isso tudo me dá medo. Vergonha e nojo tbém. Grande abraço!

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  2. Aplausos pela coerente reflexão!

    Preservar o planeta é tb preservar a raça humana, será q ainda tem alguém que não entendeu?

    Feliz Ano Novo, tudo de Novo!

    Beijo Grande
    Paty

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  3. É amigo, a natureza está furiosa. Açaõ e reação. A gente colhe o que planta. Minha filha é toda ecológica. Tenho já um netinho de 2 meses e ela já está usando fraldas de pano nele. Reciclamos lixo, não jogamos nada na rua...Economizamos água e luz,vamos fazendo o que é possível. Todo mundo deveria ter um mínimo de consciência né?!Aprenderem a ler os sinais que ela nos dá. bjão

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  4. O homem está sacrificando vidas de plantas e animais, inclusive do próprio homem em prol do chamado "desenvolvimento capitalista".

    Já percebemos os efeitos do aquecimento global, mas a necessidade de LUCRAR E LUCRAR fala mais alto. Lucrar com o que? Exterminando a própria vida em nome da cobiça.
    Meus parabéns pela postagem, fico feliz em saber que mais pessoas refletem sobre esses problemas globais e se preocupam com a NATUREZA e as gerações FUTURAS.

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