15 de fevereiro de 2010

Avatar

Corre o ano de 2154 no planeta Pandora, habitado pelos Navis (e por uma série de outras criaturas que somente gênios criativos são capazes de conceber) e tomado por uma colônia humana, que pretende se apoderar da área em que os nativos vivem. O motivo? O de sempre: o homem invade territórios que não lhe pertencem para se apoderar de riquezas que não lhe pertencem. A diferença, no caso, é que a voracidade humana extrapola as fronteiras do planeta Terra.
A tecnologia humana é capaz de desenvolver seres idênticos aos nativos (os chamados avatares) e a eles se conectar através da mente. Assim se desenrola a trama em meio a um cenário deslumbrante, seres exóticos e muita aventura. O 3D faz toda a diferença, as cenas ganham um realce fora do comum e confesso que fiquei encantado. Na minha opinião, pode se dizer que Avatar escreveu um novo e definitivo capítulo na história do cinema. Mas não é sobre o roteiro em si que quero falar.
O paralelo com as grandes navegações e a conquista das Américas é inevitável. Os colonizadores humanos de Pandora equivalem aos navegadores portugueses e espanhóis do século XV: as mesmas intenções bestiais, guardadas as devidas proporções tecnológicas. Os Navis representam as populações indígenas, incluindo linguagem e rituais. O que se mantém é a disparidade de condições bélicas, por assim dizer, que separam agressores e agredidos. Se no passado eram armas de fogo primitivas que faziam a diferença ante o arco e flecha, no futuro é o aprimoramento das técnicas mortíferas, refletido em armas de última geração e naves de causar inveja a Flash Gordon, que criarão um abismo quase intransponível. Quase. Porque enquanto o passado, documentado, é fato, o futuro não passa de especulação. A despeito dos contrastes, mocinhos e bandidos tem as mesmas chances de se saírem vencedores de um embate, sobretudo, ideológico. Vale assistir.
O recado, de qualquer maneira, está dado: essa peste humana, onde quer que esteja, causa sempre os mesmos estragos. Se 'Avatar' passasse nos cinemas da galáxia, certamente outros povos criariam mecanismos para evitar que seres vampirescos como nós se aproximassem de seus habitats. Há que ser por um ponto final à erva daninha humana e começar tudo de novo, não resta a menor dúvida.

13 comentários:

  1. Olá mensageiro
    Concordo como texto que por sinal está excelente, vi o filme em 3D e amei.
    Grande abraço

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  2. comenzar todo de cero... dificil de imaginar, pero creo que si...creo que puede pasar...si pasa,espero que los que queden, sean lo suficientemente inteligentes para que no repitan los errores que se cometen hoy en dia en todo sentido!
    ...y si no pasa, espero que nos despertemos y logremos aprender a hacer las cosas de mejor forma... quien te dice... y estemos a tiempo!

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  3. Caro amigo.

    Talvez a forma como vemos o planeta, onde ensinados a consumir irracionalmente os recursos do planeta, não entendemos que este consumo o destrói.
    Imagino que se as mensagens destes filmes fossem realmente entendidas, muito poderia ser feito para melhorar o nosso presente e o nosso futuro.

    Que os sonhos te acompanhem sempre.

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  4. Caríssimo mensageiro!

    Estou aqui a procurar o post de primeiro de novembro, a pedido do Ricardo Calmon.

    Vou encontrá-lo e deixar um coment lá.

    Meu Deus! Nós, seres humanos é que somos 'vampirescos, ervas daninhas'...perigosos!!!

    A que ponto realmente chegamos!

    Belo e fantástico conto.

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  5. ...voltei para dizer 'parabéns pelo primeiro aninho do seu majestoso blog'...

    que ele cresça forte e vigoroso,viu, amigo?

    Obrigada por seguir-me tb.

    Abraços!

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  6. Vc é um mensageiro de primeira mesmo heim!!
    André, Querido, ainda não assiti o filme, quero ver se este fds faço isso.

    Saudade, desejo que estejas bem e apareça.

    Beijo Grande
    Paty

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  7. O cara o filme é muito bom, mas o ser humano ( não todos, mas boa parte), são muito egoístas... O filme mostra bem isso... O ser humano quer tudo pra si, e não respeitou o mundo de Pandora. Infelizmente está assim e tende a piorar...

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  8. Assistimos ontem este fantástico filme, em mais um toque de gênio do Cameron. Mas, como vc mesmo disse, na paralela de um roteiro bem elaborado e dos cenários maravilhososo e viajantes a "la capas dos Yes", a essência da história fica mesmo por conta da "erva homo sapiens daninha". Para nos sentirmos envergonhados. Até quando? Abs my friend!

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  9. André, não sei se aconteceu com vc, mas eu chorei na cena da queda da árvore... Fiquei impressionada mesmo com o filme, não apenas pela qualidade e evolução técnica, recursos gráficos etc, mas pela mensagem nua e crua do que nossa espécie esta fazendo dia a dia com a sua própria casa. É essa a principal mensagem amigo mensageiro! Tomara que ainda dê tempo de mudarmos alguma coisa...
    Grande abraço!!!! Parabéns, adorei seu post!!!!

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  10. O texto está ótimo, com sua peculiar reflexaõ. Não vi o filme ainda,passei pra desejar um excelente final de semana. Montão de bjs e abraços

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  11. Não tem aquilo, de se dizer que quando o gato sai da casa os ratos fazem a festa?
    Pois é.
    Os Deuses saíram há muito tempo...e fizemos a festa errada.
    Não criamos religação alguma - afastamo-nos da hipótese da humildade diante de tudo, e o sentido de unidade...só aquele, de cada qual se achar o número 1.
    Em quê - todos sabem.
    Obrigada.

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  12. Ainda não assisti o filme,o texto está excelente.

    Um ótimo final de tarde pra vc.

    beijooo.

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  13. Amigo, assisti o filme Avatar e adorei, fiz um post no meu blog a respeito e, modestamente, acho que complementa toda essa beleza de texto que você escreveu aqui. Adorei a forma como você fala no filme. Ah, e adorei o seu blog também.
    O endereço da minha postagem está aqui, vai lá, dá uma olhadinha e diz se não tenho razão. (http://marliborges.blogspot.com/2009/12/avatar.html)
    Um beijo grande

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