18 de novembro de 2015

PARIS, MARIANA E O TERRORISMO


Se há um elemento comum às tragédias de Paris e Mariana é o terrorismo. Sim, porque se de um lado temos o terrorismo explícito, representado por bestas que se explodem em meio à multidões, de outro temos o terrorismo velado, silencioso, que corrói as entranhas pouco a pouco.

Paris foi vítima de um dos mais inomináveis atos de intolerância já registrados na história da humanidade. Radicais islâmicos estabelecem suas próprias leis através da Sharia e tratam de eliminar quem a ela não se adequa, mesmo que em ‘território inimigo’. Não há espaço para o respeito ao próximo (até porque isso é a última coisa que se espera de um chamado ‘radical’), a ação se reveste de insanidade e o resultado é um banho de sangue.

Mariana, por sua vez, também viveu um ato de terrorismo. Um terrorismo tipicamente brasileiro, que atua como se não tivesse grandes pretensões e que se transforma em catástrofe quando menos se espera. Conjuga a ineficiência e corrupção do estado com a ação predatória de empresas que colocam o capital acima de qualquer princípio, esvaziando a ética de ambos os lados. Nesta composição, portanto, não há um, mas vários grupos criminosos que colaboram para o desenrolar da tragédia. É quem constrói a barragem, quem aprova o projeto, quem o legaliza e quem o fiscaliza. Rola uma grana aqui, libera-se um laudo ali, vista grossa para não comprometer os prazos. E compromete todo um sistema, todo um habitat que levará décadas para ser recuperado, se é que isso é possível.


A França se mobiliza de todas as formas para evitar novos atos terroristas em seu território. Hollande já chamou para si a responsabilidade, uma célula terrorista foi desmantelada cinco dias após o atentado. O país superará este episódio e dele sairá mais forte.  Enquanto isso, o terrorismo brasileiro seguirá da mesma maneira, prejudicando quem menos pode, favorecendo os círculos de poder e minando a já precária estrutura do país. Esse não tem salvação e, com o perdão do trocadilho, vai se afundar no mar de lama.

Um comentário:

  1. As boas mensagens escasseiam entre os dedos, entre os dentes...
    As boas lembranças, ficam. A esperança jamais se cansa...
    Abrçs amigo!

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