7 de fevereiro de 2009

O tempo para



30/04/2007

Cazuza diria que não, mas até aí são pontos de vista diferentes. Dependem do momento, da angulação, da ótica. Reflexivos ou expansivos, côncavos ou convexos, não importa. O que vale é a particularidade, esse toque pessoal que permite ir além das convenções, ignorando padrões para que eu possa assumir minhas verdades. É isso, o tempo parou. Os ponteiros do relógio andam, o sol se põe e o dia desaparece, mas o tempo parou na sarcástica espera. Ah, então é isso. Sofrer pelo futuro, sem saber ao certo como ele se dará, evitando pensar nos desdobramentos de todas as ações que levaram ao momento presente, na inevitável mistura de planos. Onde estou? Como é que vim parar aqui? E tudo que ficou para trás? Não importa. Os olhos tem que se perder no horizonte infinito, sem julgar ou premeditar. Abrir a mente em contínuo esforço para o foco, o relaxamento natural que movimenta a engrenagem, ainda que a sensação seja de expectativa. Os segundos passam, o poeta tem razão. Acabo de emergir da pseudo-letargia e assumo minha condição humana, para que dias como este sejam traços, faíscas sem importância. O trem volta aos trilhos.

Um comentário:

  1. Na era da velocidade, ter paciência é uma dádiva;

    Algumas qualidades humanas se perdem quando o ritmo acelera demais. A quantidade de informação recebida diariamente impede o filtro necessário às escolhas corretas. Onde colocamos a doçura, a prudência, o respeito ao limite, a capacidade de compreensão e a paciência?

    Parece que nesta era enlouquecida as pessoas perdem a capacidade de tolerar. Querem tudo pronto. Desejam que tudo aconteça já. Porém, nada que seja duradouro é feito sem a ajuda do tempo. E este é uma espécie de deus que devemos reverenciar diariamente.

    O tempo nunca pára e tudo passa junto com ele. Para quem se conscientiza disso, a impaciência perde todo sentido. (E quantos problemas não poderiam ter sido evitados só com um pouquinho a mais de paciência?). Se não der para ser hoje, tente amanhã. Neste meio tempo, procure fazer alguma coisa boa para si mesmo. Vá ao cinema, medite, estude, passeie, faça exercícios... Quando se der conta do tempo, perceberá que ele já passou, de novo.

    Inspirar e expirar algumas vezes ajuda a acalmar. O exercício favorece a irrigação do cérebro e, assim, as pessoas conseguem parar para raciocinar melhor sobre os acontecimentos. Pare e pense na real importância daquilo que você chama de problema. Se for algo que pode ser resolvido em pouco tempo, não chame de problema, pois não é.

    Tente driblar a velocidade do dia-a-dia para refletir e perceber quantas coisas boas deixou de viver pela falta de tolerância e paciência. Só assim será possível mudar sua postura e viver melhor.

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