26 de março de 2009

300 de Esparta? Não. 378 do congresso, da esplanada dos ministérios...










Nestes meus quase 45 anos de vida não me lembro de ter estado sob processo, juridicamente falando. E não porque eu não tenha infringido a lei, cansei de fazê-lo travestido em rebelde sem causa. O que me diferencia em minhas singelas, selvagens e soturnas andanças na contramão da ordem é simples: nunca prejudiquei ninguém, física, moral ou economicamente falando.
Até onde a memória alcança, a família e os amigos gozam do mesmo status. Não há nada que aponte para um desvio de conduta que transgrida a lei (pausa para reflexão: sonegar imposto vale. Afinal de contas, pagar é o mesmo que pegar parte da comida que está no seu prato e delicadamente, com uma colher de prata, vertê-la na boca de um deputado gordo e seboso que fica sentado com o guardanapo de seda pendurado no pescoço e um sorriso de satisfação estampado na cara de pau. Quando este país passar por uma reforma fiscal séria e responsável eu serei o primeiro a pagar impostos com satisfação - hoje eu pago, embora puto - sabendo que a grana será utilizada para uma causa social e não para um deputado FDP pagar conta de celular de filha! ZAP neles! Sugiro que você volte ao início do parágrafo e pule o parênteses) ou que se reflita em danos ao próximo. Que fique claro que este é o meu caso em particular, até porque vivo cercado de pessoas de bem (que privilégio!), mas está longe de ser unanimidade nacional, principalmente onde deveria ser: o congresso e os ministérios.







Nada menos do que 378 processos tramitam no supremo contra deputados, senadores e, pasmem, ministros (escolhidos a dedo - rá, muito boa essa, deve ser com o dedo que está faltando - pelo próprio presidente da república, que vai ficar no minúsculo até essa merda mudar!). Aqueles que tem nas mãos o comando deste país, e consequentemente a responsabilidade de trabalhar em favor de uma população miserável e sofrida, são acusados de crimes contra a dministração pública - peculato, desvio de verbas - corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, improbidade administrativa, crimes de responsabilidade, crimes eleitorias, crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e até crime contra o sistema financeiro nacional. Caraca, não parece que acabei de listar as traquinagens de Al Capone?








Seria cômico, não fosse trágico. São esses caras aí, esses parasitas que comandam nosso país, que sangram os cofres públicos como se estar no poder lhes desse acesso e direito (quem foi o FDP que inventou isso?). São personagens sem caráter que não se incomodam com a pobreza que os cerca, desde que os seus estejam 'de boa na lagoa', ainda que não tenha sido seu o suor a contribuir para isso. São dejetos humanos que se agarram ao sistema como um cancêr, simplesmente porque o traço cultural que comanda as ações nestas esferas, instituído em um passado longínquo, sempre foi esse. Abel, em uma das passagens do Mensageiro, faz a seguinte afirmativa:



- O poder é viciado, corruptor e quase sempre inatingível. A lei nunca vale para todos. É um traço cultural arraigado e destrutivo, a maneira mais abominável de se fazer uso do poder.










Fazendo contas: em outubro de 2008 havia um pilantra sob processo para cada quatro parlamentares. PQP, os caras tem a chave do cofre da nação! Que me desculpem os outros 3, que certamente não estão na mesma condição porque foram mais espertos e jogaram a merda pra debaixo do tapete antes que alguém percebesse (acaba de estourar o escândalo do caixa 2 da Camargo Correia, utilizado para doações em campanhas políticas), mas segue para vocês uma das maiores homenagens que uma banda já fez à imundície do congresso nacional. Bravo!Espero contribuir, assim como os Titãs, para que esta situação mude.












Alertar já é um bom começo.


Um comentário:

  1. Cara, demais essa reflexão sobre o deputado e a colher de prata.
    O melhor parentese(s) que já li...

    Abs
    Bruno Cris

    ResponderExcluir