2 de julho de 2009

Andrew Hann em revista

O entrevistado desta semana no Blog do Mensageiro é Andrew Hann, o agente da CIA incubido de colocar um fim à trajetória de Abel Antunes. O pouco tempo de convívio entre os dois, entretanto, parece ter sido suficiente para que Hann colocasse em dúvida seus valores e sua ética, repensando a forma que vinha conduzindo sua vida até então. Abaixo, os principais trechos de sua entrevista:




BDM: Como foi seu primeiro contato com o Mensageiro?

AH: Através de uma foto. Eu havia recebido ordens de vir ao Brasil para investigar fenômenos de natureza desconhecida, ao menos essa foi a justificativa usada por meus superiores. Quando recebi o arquivo de Abel e a missão, percebi do que se tratava na verdade. Eu estava no país para sequestrar um cidadão brasileiro e entregá-lo ao exército americano em solo paraguaio.


BDM: E isso não o abalou? Não se sentiu traído?

AH: Por ter sido trazido ao Brasil sob um pretexto falso? Claro que sim. Foi como ser convocado para entrevistar Madre Teresa e se deparar com Fernandinho Beira Mar, entende? Obviamente fiz papel de idiota, mas nem por isso deixei de levar adiante a missão para a qual fui designado.


BDM: Entregar o mensageiro, você quer dizer. Como Judas.
AH: Como Judas? Eu não havia pensado nisso. Eu até o beijei, não é surreal?



BDM: Soa mais como traição.
AH: Pois aí é que você se engana. Desde a primeira vez que coloquei os olhos nele sabia que havia algo especial e tive minha confirmação depois, quando ele se livrou de todo o esquema de segurança armado a sua volta. Ambos sabíamos o que estava em jogo e a parcela de responsabilidade que cabia a cada um. Ele sabia o que estava fazendo, abriu meus olhos e cheguei à conclusão que entregá-lo, diante do que ele era capaz, não faria a menor diferença.


BDM: Você deve estar se referindo aos milagres, Abel falou sobre isso em nossa entrevista. Do que é que estamos falando exatamente?
AH: De poderes, cara, poderes que estão há anos luz do nosso entendimento. Seria inútil da minha parte explicar o que esses olhos viram, você pensaria que sou louco. Imagine, se até chuva o cara foi capaz de fazer parar...

BDM: Então você confirma a existência destes poderes?
AH: É como eu disse, falar de nada vale. Tenho certeza que, no devido tempo, você também será capaz de testemunhar o que esse homem é capaz de fazer. É sua energia, não sei... Embora estivéssemos em campos opostos, ele parecia harmonizar o ambiente e equilibrá-lo.


BDM: E isso se refletiu em alguma mudança em você? O Andrew Hann que entrou nessa história foi o mesmo que saiu?

AH: De maneira nenhuma, conviver com Abel fez toda a diferença. Passar esse tempo com ele foi a experiência mais enriquecedora da minha vida, pude rever meus valores e conceitos. Não fosse isso e eu provavelmente estaria em alguma sala em Langley, esperando pela próxima missão. Ao contrário, consegui estabelecer novos rumos pensando no que sou capaz de fazer pelo meu semelhante, na energia que conseguimos produzir quando trabalhamos em conjunto. E isso, agora percebo, é o que faz esta vida valer a pena. Uma vez ele me disse: siga seu instinto, seja aquilo que o seu coração lhe diz para ser. E é exatamente isso que estou fazendo.


Andrew Hann mudou sua história, mas contar aqui como ela acaba seria indelicado. Vida longa àqueles que encontram o caminho!

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