22 de agosto de 2009

A tal evolução humana

Se evoluir significa desenvolver, progredir, avançar, pode-se dizer que somos não pouco, mas muito evoluídos. As transformações tem se sucedido em surpreendente velocidade, conduzindo-nos à era em que tecnologia e comodidade integram-se para criar uma nova dimensão em nossas vidas.


Gravadores de rolo e fitas cassete saíram de cena e deram lugar a uma parafernália de opções para a música: ipod, mp3, 4, celulares. O sonho dos adolescentes da década de 70, o tosco Telejogo Philco, evoluiu para a glória virtual com o advento do wii: o que antes era um joguinho de controle com dial transformou-se na prática de esportes como o tênis, por exemplo, em que o jogador simula o movimento da raquete. E o telefone? Concebido para trazer e levar informações, segue cumprindo à risca sua função, embora esta seja a menos importante delas diante dos recursos incorporados: câmera, agenda, acesso à internet, gravador, jogos.

Os elevadores são programados e os mais modernos já nem possuem botões internos; os garçons não anotam pedidos, apontam em seus terminais eletrônicos; vírus não se cura mais com anti-gripal, mas com varredura no sistema; o micro-ondas é programável, as lentes de contato descartáveis, o dinheiro é mais do que nunca plástico; as informações viajam à velocidade da luz e as fronteiras já não existem: amigos, fornecedores e clientes virtuais espalham-se mundo afora na chamada globalização. Somos cidadãos de um mundo civilizado, cheio de alternativas e que evolui a olhos vistos, certo?






Errado. Ao mesmo tempo em que nossos padrões ganham ares cada vez mais sofisticados, reduzindo o nível de esforço físico e intelectual (parece que somos acomodados por natureza), ganham também o distanciamento de nossa porção divina, aquela que ainda guarda a semente da solidariedade. Nas palavras de Abel, em uma das passagens do Mensageiro: "Que futuro dispõe uma sociedade que não é capaz de preservar a integridade de seus indivíduos?" . Creio que é sobre isso que devemos refletir. Sobre como nos tornamos vanguardistas quando a questão 'satisfação de interesses pessoais' vem à tona, assim como ainda engatinhamos quando o assunto é amor, compaixão. O mundo precisa urgentemente de mudanças para viver um resgate definitivo, algo que tire a humanidade da inércia e abra seus olhos ante a destruição iminente. A tecnologia é fantástica e bem vinda, mas tenho certeza que não é a ela que cabe o papel.

Crédito das fotos: david surfer

12 comentários:

  1. \\Creio que é sobre isso que devemos refletir. Sobre como nos tornamos vanguardistas quando a questão 'satisfação de interesses pessoais' vem à tona, assim como ainda engatinhamos quando o assunto é amor, compaixão. //

    Perfeito. A vida 'real' é assim mesmo.A evolução humana ainda é uma utopia.
    belo artigo

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  2. Muito bom este texto para reflexão. Efetivamente estamos vivendo uma época em que a solidariedade é rara. O ser humano não está enxergando no outro, está querendo ter cada vez mais.
    Coincidência o seu post e o meu, não é mesmo?
    Gostei muito de te ver lá no meu canto, obrigada. Bjs

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  3. É, Madá, é colocar no chão o castelo de cartas e começar tudo de novo... bjs!

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  4. Assim que postei e minha pagina se abriu, Kyria, vi o seu cantinho e quando li 'solidariedade' pensei a mesma coisa. É sempre um prazer passar por lá, bjs!

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  5. Feliz fico,meu bom André,em ver voce e Kyria,postar tema esse,bela crônica redigida com maestria,alegria minha infinita,é sozinho não estar,aqui nesse infinito sítio,a solidariedade,a amizade,a igualdade e a generosidade,de práticas através, nossa,huhuuuuu vida linda essa a solidaridade pregando!
    Te abraço,hermano!
    Grande semana procê!
    Viva Vida!

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  6. E assim caminhamos, meu bom Ricardo, conectando-nos uns aos outros neste infinito caminho de luz. Tbem te abraço e desejo semana ótima!

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  7. Vc tem razão. Por isso que adotei a frase: "Cada um fazendo o seu Todo."
    Cada um fazendo a sua parte não é mais suficiente...

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  8. Perfeito meu caro. A evolução tecnológica é mesmo inegável e presente em todos os cantos. Mas ainda falta muito. A essência. Espiritualidade, generosidade e soliedariedade para nós mortais vivermos melhor. Conseguiremos nesta vida? Grande abraço e parabéns pelo post!

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  9. E assim, Cris, fazemos a nossa e a deles...

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  10. I hope so, gde Harold, I hope so. nem que tenhamos que começar tudo de novo... abs!

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  11. a deles eu não diria, mas pelo menos fazer a nossa direito, sendo mais proativos, ecológicos, melhorando os pensamentos, energizando o mundo, etc e tal...

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  12. É meio paradoxal, porque quando fazemos o todo, fazemos nossa parte... bjs!

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