15 de junho de 2010

Das origens


Presunçosos que somos, fazemo-nos valer de vicissitudes em favor da razão, acreditando no que é mais conveniente e construindo verdades próprias, muitas vezes forjadas em valores impostos ou mal direcionados. Vejamos o caso de Ahmedinejad, por exemplo. Para ele, o holocausto não passa de obra de ficção e a disseminação dessa sua 'verdade' estende o conceito a ponto de torná-lo um axioma (já vi questionamentos, na própria blogsfera, sobre o assunto, gente que escuta de orelha e passa a aceitar a nova 'verdade' sem consultar qualquer registro histórico. Esse poder pessoal, usado para distorcer a realidade, é comum e abominável). O que dizer das supostas feiticeiras que arderam até a morte nas fogueiras da inquisição? Não era a questão da bruxaria que estava em jogo, bem sabia Torquemada, mas o alinhamento incondicional de todos, sem excessão, com os dogmas da igreja (uma maneira de manter o rebanho sob controle e sem deixar espaços para outras opções). Podemos passar pela 'contribuição religiosa' da igreja universal (claro que é uma piada, mas essa 'verdade' vale para milhares), pelo 'caráter celibatário' dos membros do clero (pedófilo, eu?), a 'dádiva' do bolsa família (me engana que eu gosto), a negação da existência dos ETs (evidências existem aos montes, mas a verdade da CIA e do FBI é outra). Jesus não foi crucificado para expiar os pecados do homem? Não é essa a verdade da igreja? Ou na realidade se tratava do perigo que este homem representava às lideranças locais? Seja como for, são estas 'verdades' que saltam aos olhos dos incautos e funcionam como leis, quase que imutáveis, contribuindo para a manutenção do controle absoluto e criando toda sorte de distorções. Adão e Eva que o digam.


O mito mais antigo da humanidade tem sua raiz na origem do homem através do sopro divino. Louvamos a figura celestial não apenas para justificar o ato da criação, mas para a ele dar uma caráter sobrenatural e uma dimensão maior do que é, traço caracterísitico do ser humano. Que graça teria, por exemplo, se houvéssemos sido criados na condição de escravos de uma outra raça, que por este planeta passou há milhares de anos em busca de minérios? Já imaginaram? Nós, a elite do universo, seres criados por Deus em sua mais absoluta bondade (se assim fosse e, como diz a Bíblia, criados a sua imagem e semelhança, porque não herdamos o caráter gentil e construtivo ao invés de estabelecer leis que passam por guerras, extermínios e escravismo?), relegados à posição mais baixa na hierarquia social, que vexame. Seria nossa vaidade capaz de aceitá-la? Obviamente, a resposta é não. Nossa dignidade passa por submeter a condição da criação ao mito revelando, uma vez mais, nosso ego inflado e caráter exibicionista que se perpetua até os dias de hoje. Onde se encaixa a verdade?


Tampouco sei, mas há enormes evidências da natureza acima descrita na obra de Zecharia Sitchin, autor que defende a teoria da criação do homem a partir de seres extraterrestres. Seus estudos sobre a civilização suméria estão documentados em uma série de livros, sendo o principal deles 'O décimo segundo planeta'. Sitchin narra a vinda de seres do espaço em busca diamantes para recompor uma camada deste material existente em seu planeta de origem (como a nossa de ozônio), tendo encontrando na Terra, mais precisamente no sul da África (vale lembrar que testes com carbono 14 registram extrações nas minas de diamantes em cerca de 14.000 a.C., tendo o homem surgido no planeta cerca de 10.000 anos depois). A tarefa, por demais desgastante (a história é riquíssima e cheia de detalhes, narra a revolta dos trabalhadores liderados por um tal de Satan, o anjo caído, para acabar com as péssimas condições a que eram submetidos), mobilizou os chamados 'deuses' a criar uma nova espécie para cumprir com o papel. Para tanto, mesclou seus genes aos das espécies hominídeas que habitavam a Terra, por volta de 4.000 a.C., e criou o homem (já ouviram falar do elo perdido, do salto evolutivo do desenvolvimento humano em determinado período como se faltasse uma etapa na espécie? Pois é, isso explicaria tudo). A raça trabalhadora foi mantida sob controle até o dia em que conheceu o 'pecado original', o direito à reprodução. É esse o mito de Adão e da cobra (nada além de uma alusão ao genital masculino) que entra para a história como o primeiro deslize humano e que até os dias de hoje é condenado pela igreja, exortado como a origem de todos os males. E por que? Porque a reprodução permitia o crescimento da espécie e, por consequência, a perda do controle por parte dos deuses, que depois de cumpridas suas prerrogativas partiram, nos largando à própria sorte. É deles que herdamos o caráter bélico, explorador e colonialista (de algum lugar tinha que vir). Não é à toa que todas as civilizações, dos Andes ao oriente, apresentem deuses em seu panteão mitológico, muitos deles com características e traços semelhantes. Seria uma enorme estupidez não considerar tais evidências.

Por outro lado, crescemos na tradição secular do mito, vez ou outra mesclado com teorias evolucionistas em base científica. Do espaço? Nem pensar. Seria absurdo encerrar a origem humana em sua provável insignificância, além de jogar por terra os instrumentos de controle religiosos. Seria o caos.

Não tenho intenção de introduzir teorias que afrontem convicções religiosas ou pessoais, cada um tem a sua. Falo apenas do que entendo como verdade dentro de um processo histórico que leva em conta o caráter humano e sua trajetória ao longo dos séculos. Acredito em Deus e em toda sua bondade e magnificência, mas também na existência de seres imtermediários que negociaram nossa criação e que fazem parte da nossa história.
As verdades, a bem da verdade, nunca são absolutas.

24 comentários:

  1. ANDRÉ ... CAMARADA...VOCÊ É UM CONTADOR DE HISTÓRIAS NATO, NARRAR ALGO TÃO BEM AO PONTO DE DESEJARMOS LER OU VIVER AQUILO QUE VOCÊ ESCREVE NÃO ACONTECE Á MIM COM QUALQUER UM... É O SEGUNDO TEXTO NARRATIVO SEU QUE EU VIAJEI... literalmente!
    Acho que é porque no final você sempre dá um jeitinho de dizer prá gente que você não tem a verdade absoluta ... isso deixa a gente com vontade de não contestar , mas sim de pensar o quanto de verdade tinha aí no texto ... é assim que se convence ... MARKETING É PODER DE CONVENCER , MESMO QUE NÃO EXISTAM VERDADES ABSOLUTAS!ADOREI QUERO LER LIVROS DESTE CARA...POR ONDE COMEÇO?
    VOCÊ ESTÁ BEM? QUANTO TEMPO SEM ESCREVER!
    BJO GRANDÃO!

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  2. ôh amigo,que coisa boa sua visita,estava com saudades. Volto amanhã cedo pra ler seu texto. Agora já estou saindo pra fazer a faxina básica de domingo e curtir essa paz aqui. Gosto de ler-te com atenção . Volto! Montão de bjs e abraços

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  3. si existe D-os o no existe... un tema tan controversial como fascinante de hablar. porque SIEMPRE escuchar al otro te hace pensar.
    creo que nuestra capacidad es limitada (limitada por nosotros, ya que es sabido que el ser humano no explota su inteligencia real).
    y siempre caemos en las tipicas preguntas de:
    si D-os nos hizo a imagen y semejanza porque no somos igual a el?
    o... si D-os existe porque en el mundo hay desastres naturales, injusticias, dolor y hambre?
    segun la real academia española la definicion de semejante es: "que se parece a alguien o a algo" o "imitacion".
    es tan sencillo como eso, no somos iguales a el, somos parecidos.
    y es tan facil como eso, el estar acostumbrados a hechar culpas en vez de aceptar nuestros errores.
    si el mundo esta como esta, es porque nosotros contribuimos (?) a que asi sea.
    entonces, no pretendamos actuar como el, ni pensar como el, ni entenderlo, simplemente, tratemos de ser cada dia mejor de lo que somos, y asi, encontrarle el significado a nuestras vidas.
    es verdad... se te extrañaba!

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  4. Oi, Sil, tô bem sim, um pouco afastado deste espaço que gosto por conta do trabalho. A idéia é expor alternativas para que cada um crie suas proprias verdades, sem impor nada. Isso te obriga a usar a mente, e nao simplesmente ter alguem que te diga o que fazer. Se voce quiser entender Sitchin comece pelo 12o. planeta. Se quiser tenho a coleção toda, só que está em ingles. Bjs!

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  5. Gostei da visita de médico (rs), Elaine, mas assim tambem é legal. Passe com calma sim, assim como tenho feito quando me abre uma janelinha. Bjos!

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  6. Eso es, ser mejores do que somos a cada dia y añadir valor a la vida. Bsos!

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  7. Pôxa André eu gostaria sim de ler , principalmente em ingles , iria ser um belo treino de todas as ordens prá mim...Anotadíssimo! Terminando um do Saramago agora e aí então, o próximo é o 12o planeta. Super valeu a dica! Também estou meio atrapalhada com o trabalho , mas não deixo de passar por aqui e sinto falta do que você escreve! So...Vamos ao trabalho... bjo grandão prá ti!

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  8. OK, Sil, é so me avisar que eu te disponibilizo, ok? Bjs!

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  9. Oi André,
    parabéns pelo blog, pela narrativa tão agradável. Concordo contigo que precisamos ter uma perspectiva histórica sobre tudo. Senão fica bem difícil entender o que acontece agora!
    Grande abraço,
    Eduardo.

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  10. Você escreve de uma forma que prende a atenção e coloca suas idéias e conclusões de maneira brilhante. Gosto muito e aprendo demais!
    Não sou boa com a história da humanidade. Para mim Deus tinha 3 tarefas para duas pessoas. Para o homem deu a responsabilidade de implantar na Terra a riqueza e a sabedoria e assim foi feito nessa evolução. A história está repleta de homens que descobriram as coisas e também muita riqueza. Para a mulher ele deixou uma a tarefa mais difícil : O amor.Raríssimas mulheres são citadas na história da humanidade. Contamos ainda que essa energia entre na Terra. A energia feminina,pois a riqueza e a sabedoria estão aí. Só falta o amor pra dividir tudo isso.
    Tenho esperança e muita fé em Deus que o masculino e o feminino de cada ser humano entrem em matrimônio,dentro de cada um e que se faça o Amor! Romântica eu? Creio que nem tanto,apenas na minha verdade constatei que o único poder real que existe é o amor. Montão de bjs e abraços. Amei tudo aqui como sempre.

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  11. Valeu, Eduardo, vamos trocando figurinhas. Abraço!

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  12. Obrigado pela complementação, Elaine, muito oportuna. Busquemos sempe esse equilibrio internamente e o encontraremos no mundo lá fora. Gde beijo!

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  13. testando, testando, 1,2,3. Publicou? Rick,Patty, Cri, não sei o que acontece...

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  14. Bom final de semana sr.Mensageiro
    ;)

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  15. Adorei o novo fundo Mensageiro!
    Beijos!

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  16. André, amado!
    Que bom ver Dudu por aqui (não te disse que iriam fazer o maior tricô? rsrs). Já comecei gostando do título do post e em seguida da primeira palavra: presunçosos! A utilização dos ouvidos que temos serve, entre outros, para escutarmos de ambos os lados e a partir daí formarmos uma opinião: a nossa! Nem melhor nem pior, baseada em fatos, na nossa experiência (como vc bem escreveu à época do Daime)e sensibilidade na escuta!
    Um final de semana iluminado procê.
    Beijuuss n.c.

    www.toforatodentro.blogspot.com

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  17. Oi André, o blog está lindo e,
    como sempre rico em informações, histórias e idéias para se pensar.
    Realmente sempre precisamos filtrar as afirmativas que chegam , vale a pergunta e a pontuação: "Como assim?" e "não entendí, se explique melhor" pois só assim poderemos analisar e "pesquisar" a intenção de quem fala.
    Este assunto também é longo e profundo bem "do seu jeito", bjão e BFS.

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  18. Ná, Gi,tks pelo help, bje e bom final. Juízo!

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  19. Re, querida, que tenhas um otimo final tambem, reflexivo e criativo!

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  20. Kyria, querida, que bom tê-la por aqui! Vai assando uns paeszinhos que já já tô indo, hein? Bjo!

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  21. O Ahmedinejad precisa assistir ao documentário Noite e Neblina, aliás, todos deveriam assistir. Abraço e bom final de semana!

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  22. E por tudo o que você escreveu é que o conhecimento se torna tão importante. Toda história pode ser verdadeira ou não, porém antes de nos agarramos ao que escutamos precisamos entender o contexto daquele momento e pesquisarmos, porém são poucos os que questionam ou que se interessam pela verdade mesmo, ainda que vá de encontro ao que até então se tinha como certo.
    Um beijo

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  23. Por isso os controles, Isadora, a informação calculada e prática de manter o rebanho manso...

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