11 de junho de 2009

Dark side of the rainbow

O título é fruto da mescla entre 'Dark side of the moon' - disco do Pink Floyd gravado em 1973 e uma das maiores pérolas do rock de todos os tempos - e da canção 'Over the rainbow' - da trilha sonora do filme 'O mágico de Oz' (1939), interpretada por Judy Garland - e carrega uma daquelas lendas urbanas que ninguém jamais conseguiu provar: a de que o Dark side teria sido gravado tendo como pano de fundo o filme, tamanha a sincronia existente entre ambos.

Waters, Gilmour e cia. nunca deram crédito à versão. Alan Parsons, engenheiro responsável pelo disco, afirmou que o assunto tampouco foi mencionado durante as gravações. O fato, de qualquer maneira, é que as duas obras guardam notáveis coincidências, o que na pior das hipóteses leva ao conceito da sincronicidade criado por Jung.

Em O último mensageiro fiz alusão ao tema da seguinte maneira:

Bizarro. Curioso, para dizer o mínimo. Não se sabe ao certo de onde surgiu a composição, mas o duo O mágico de Oz, da obra de Frank Baum, produzido em 1939, e Dark side of the moon, álbum da banda inglesa Pink Floyd, gravado em 1973, compunham um continum intrigante. Sobrepostos, acionando-se a trilha do disco a partir do terceiro rugido do leão da Metro-Goldwyn-Mayer no filme, era possível observar uma sincronia incomum, como se as faixas houvessem sido compostas sobre os movimentos dos personagens. A começar pelo triângulo pendurado na árvore quando Dorothy, vivida por Judy Garland, se dirigia ao rancho dos tios, e que guardava incrível semelhança com o prisma da capa do álbum. Ou então seu encontro com o espantalho a caminho da terra de Oz, justamente quando a faixa “Brain damage”¹¹ ganhava seus primeiros acordes. A sra. Gulch em sua bicicleta e os sinos introdutórios de “Time”¹¹, o exército dos Munchkins marchando em perfeito compasso com as batidas de “Money”¹¹. Coincidências – ou evidências – que assumiam papel menor quando comparadas ao espírito que estas duas notáveis produções tinham sido capazes de criar: a busca pela consciência, fé e compaixão, de um lado, e a obra de rara inspiração e relação visceral com o espírito criador do outro.
Hann não teve o menor trabalho em conter o sono. Viu quando Dorothy perdeu o equilíbrio sobre a cerca e caiu, a voz suave de David Gilmour a expressar “And balanced on the biggest wave, you race towards an early grave” em “Breathe”. Ele sabia que Judy Garland havia morrido prematuramente aos quarenta e sete anos, vítima de overdose de barbitúricos, e foi ali que se convenceu que a ligação entre filme e banda não era simples obra do acaso...


Para finalizar, um trecho do filme em sincronia com 'Us and Them' (que já foi tema de um outro post). Interessante notar o movimento das três bailarinas e, principalmente, dos três carequinhas, cujas pernas se movimentam em linha com as batidas da música. Qunado David Gilmour entoa 'Black', o filme fecha em close sobre a bruxa; quando é 'and blue', a cena corta na sequência para a fada.

Sincronias à parte, ouvir 'Us and Them' é um exercício de prazer que se renova há 36 anos!





Um comentário:

  1. Excelente post! Sei pouco sobre a sincronicidade entre as duas obras, mas é interessante saber que "lendas" existem. Como vc disse, independente disso, o album "The Dark Side", bem como outras maravilhas produzidas pelo PINK são prazeres que perduram e que proporcionam sensações sem igual...Valeu a lembrança! Grande abraço!

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