14 de julho de 2009

UM SOCO NO ESTÔMAGO

Foi durante um agradabilíssimo jantar (ironias da vida), na noite de ontem, que um tema maluco veio à baila: reza a lenda que um cidadão que mantém contato com extraterrestres foi perguntado por estes seres como os bebês aqui nascidos eram 'alocados'. Em maternidades, respondeu o cidadão. 'Em conjunto?', indagaram os seres. 'As vezes sim, quando estão com os outros bebês no berçário. Também são levados para os quartos de suas mães, até mesmo ficam por lá. Depois de 3 ou 4 dias seguem pra casa com seus pais'. Curioso, o cidadão perguntou como eles, ETs, faziam. 'Nós também os deixamos em grupos. A diferença é que estes grupos são formados por milhares e milhares de bebês'. 'Milhares?' o homem perguntou. 'E como vocês fazem para localizá-los depois?'. 'Nós não fazemos isso'.'Não? E como sabem quais são seus filhos?'. Um dos ETs pousou a mão no ombro dele e, sorrindo, respondeu: 'Todos são nossos filhos'.



Há, logicamente, um componente de perda nessa história. Estar distante daqueles que geramos, daqueles que carregarão e perpetuarão nosso material genético, soa inconcebível. Por outro lado, estende o campo de visão a outros seres da mesma espécie, mesma sociedade, enfim, mesma família, sem restringir apenas a este núcleo. Alcançaríamos a plenitude quando conseguíssemos chegar ao meio termo, ampliando nossa capacidade de amar além desses laços.

Isso, em definitivo, não sabemos fazer (parto da generalização, obviamente). Outrossim e não estaríamos à mercê das barbaridades que se multiplicam planeta afora, justamente porque não damos a menor importância a quem a nós se assemelha. O filme aí embaixo - extraído do blog 'PANACEA' do meu amigo Haroldo Gutierrez, nobre batalhador das justas causas - por exemplo, foi o vencedor de um um festival de curtas intitulado “Food, taste and hunger” (Comida, sabor e fome), exibido em 2006 durante o 56º. Festival de Berlim. Um verdadeiro soco no estômago capaz de sensibilizar até aqueles que nunca se preocuparam com o assunto. Faça um favor a você mesmo: assista até o fim.

Naturalmente,dar as costas e fingir que não é com você é sempre o caminho mais fácil.


Foto: IHeart DimSum

8 comentários:

  1. Andre, sem palavras, gostei muito do seu blog.Quando entrei aqui pela primeira vez não imaginei que fosse encontrar tantos assuntos interessantes,adoro ler o que vc escreve.Parabéns pelo blog!

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  2. Belo fio entremeado entre o texto e o curta. Portas abertas aos ETs! - Ou não, melhor fechar a redoma, porque pode ser contagioso, quem vai querer ETs por aqui? - Cada um de nós tem um ET dentro de si, liberte-o, ele não irá te fazer mal algum, fique tranquilo...

    PS.: Linda PB!

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  3. Olá, Flávia, obrigado pela visita e pelas palavras. É muito bom escrever sabendo que alguém aprecia do outro lado. Volte sempre!

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  4. Fisherman, na Cantareira há um punhado deles, sugiro fotografarmos antes que eles se mandem!! Abs!

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  5. Nem acredito que consegui postar no meu próprio blog, há dias vinha tentando corrigir o erro e nada... parece que agora vai.

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  6. Meu Bom André,Snifffffffffff,Post esse,porrada na alma levei ao assistir quatro por enquanto vezes,em ´sítios que habito,assim como esse,pratico missão essa,com maestria,o bisturi penetrastes,em micro alvéolo pulmonar de nós todos,pinçastes neurônios todos ,com a perfeição de um relojoeiro do xv século,como se fosse,se plástico artista fosses(ou é?) darias cores ao vento,tema de poetas infinitos,obrigado pela pirotecnia,em eletrônica forma!
    Beijo mãos suas,MERMÃO!
    VIVA VIDA!
    MUI LINDÔ
    PAZ E BEM E SEMPRE ATITUDE!
    FORTE,MUI FORTE!
    SE SENSÍVEL SOU<
    TU ÉS PINTOR!
    E O SOL TE COMPELE A PINTAR,COMO SE FOSSE!

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  7. Mon ami mininu, é sempre um deleite e um aprendizado receber palavras suas carregadas de emoção, sensibilidade e esperança. Viva a vida sempre!!

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  8. Oi André!!
    Andava sumido... Fiquei muito feliz em receber os seus cumprimentos pelo meu niver. Bom seria se aparecesse mais vezes para um cafezinho e um papinho.

    Sim, quanto a este seu poste, é ótimo. Por mais felizes que essas pobres pessoas aparentam estar perante toda a sua miséria (sorriem e rezam), merecem mais dignidade, havendo necessidade em ajudá-las sempre. O grande exemplo é que não devemos reclamar por NADA nessa vida, apenas olhar para o outro e ser solidário, dividir o pão.
    Beijos,
    Ana Lúcia.

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