4 de janeiro de 2011

2011: um ano para o fim do mundo?


O calendário maia indica o fim de um ciclo (baktun) em 2012, tomado por alguns catastrofistas como a destruição do mundo. A Columbia Pictures adorou a idéia e transformou o temor em mega produção de US$ 200 milhões em 2009, muito mais interessada em valorizar cada centavo de dólar arrecadado do que propriamente mostrar ao homem que seu iminente destino é fruto de sua atitude. Quando se fala em 2012, fica a inevitável pergunta: estamos mesmo diante do fim dos tempos?

Há 4 dias, 2012 é o ano que vem. No ritmo alucinado que as coisas andam está muito mais próximo do que imaginamos, embora a data prevista para a grande mudança seja por volta de 21 de dezembro. O mundo acaba? Não acredito. Mas se transforma - seja em 2012 ou nos anos que se seguirão - disto não resta a menor dúvida. Porque se o homem não for capaz de parar e reavaliar seu modelo de vida, a natureza certamente o fará por ele. Estaremos diante de mudanças sim, cedo ou tarde, mas não se trata da destruição do planeta e a semente humana circulando sabe-se lá por onde. Trata-se do encerramento de um ciclo que abrirá espaço para novas perspectivas do modelo sócio-econômico humano estabelecido até aqui.

E não é porque seremos suficientemente flexíveis para a adpatação. Seremos obrigados. Ainda que existam  iniciativas nos mais diversos setores - reciclagem de lixo, agricultura orgânica, produção em escala sustentável, desenvolvimento de energia renovável - o ser humano ainda carece do olhar crítico necessário para garantir a subsistência da raça no futuro e encara seu dia a dia no planeta como uma corrida desenfreada para o acúmulo de coisas que as vezes nem mesmo ele sabe para que serve, mas porque seu vizinho tem. Não importa que isso condene a estrutura e os recursos não renováveis do planeta (há séculos baseamos nossa economia no carvão e posteriormente no petróleo, rasgando a Terra como o parasita que se vale do hospedeiro para subtrair seu sustento. No curto prazo sobrevive, no longo condena ambos à morte): quando for necessário parar e avaliar eu não estarei mais aqui...

Claro, que caia sobre as gerações futuras a responsabilidade de pensar em soluções. Até lá teremos tempo de sobra para derrubar árvores, asfaltar trilhas, desviar rios, realizar queimadas e descongelar polos. Fazer de crocodilos bolsas, de doninhas casacos, de alces troféus empalhados. Essa será a herança que deixaremos para os filhos dos filhos de nossos filhos.

Queria estar aqui para ver, quem sabe existam persianas em outras dimensões (com material reciclável, claro) para dar uma espiada.Veremos o homem se dobrar diante da mão reativa da natureza - lembrando apenas que não se trata de vingança, mas da lei natural de ação e reação - que cansada de enviar seus avisos apresentará a mudança dos tempos. 2012, 15, 46, não importa. Importa que ao homem seja dada a chance de rever seus conceitos e reestabelecer sua dignidade.

3 comentários:

  1. acho que precisamos urgente parar e refletir o caminho que estamos seguindo ...
    acredito numa mudança de postura da humanidade, já que a mãe natureza ajuda nesta reflexão necessária ..
    2012 será um ponto de inflexão evolutivo ..
    mas .. veremos !!!!

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  2. Êita André, amado!
    Começou doismileonze arrebentando a boca desse nosso planetinha...de nossa essência que, de muitas maneiras, se transformou e continua. Leu por acaso essa postagem lá no Divã? Tentei dar uma continuação a outras (Bate-Papo). Adorei sua visita hoje!
    Beijuuss n.c.

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  3. André, concordo que é necessário haver um ponto de viragem, onde o que é saudável permaneça e sustente a vida humana e o que é perigoso desapareça...é um momento de tomada de consciência, de respeito pelo nosso semelhante e pelo Planeta, absolutamente necessário...se esta for a fórmula, que assim seja, em 2012 ou noutro ano qualquer.

    bjs, um Excelente Ano 2011

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