20 de fevereiro de 2009
Einstein
ZAP neles!
A lei dos homens é, na maior parte das vezes, viciada e falha. Mas a lei divina não. Pelo contrário, pune a seu tempo, fazendo valer o princípio cármico do plantar e colher. E o que são 11 anos na escala do universo?
Em tempo: o Palace 2 desabou em um sábado de carnaval. Sérgio Naya, que Deus o tenha, numa sexta. Boa, Deus, Zap neles!
14 de fevereiro de 2009
"Us and Them"
Foi nos idos de 1988 que comecei a traçar as primeiras linhas que, como divisor de águas, colocavam em lados opostos interesses e comportamentos de indivíduos neste mundo de Deus. Chameio-os de artistas e ignóbeis, eu me lembro, mas infelizmente não consegui localizar o material. O que estava lá continua valendo 21 anos depois: uns nascem para produzir e compartilhar, outros para invejar e vampirizar. De um lado, o poder da criação que trabalha a favor do todo, a visão holística que se equilibra no bem comum. Roger Waters e o Pink Floyd que o digam, produziram uma das mais fantásticas obras musicais de todos os tempos, o álbum "The dark side of the moon" (o terceiro mais vendido em todo o mundo; estima-se que uma em cada 14 pessoas com menos de 50 anos nos Estados Unidos tenha o álbum), do qual "Us and Them" faz parte. Se é isso que temos de um lado (Us), de outro (Them) surge a cobiça que corrói cada fração do que é repartido. Colocando desta forma, lado a lado, pode até parecer que a divisão é equilibrada, mas está muito longe de ser assim. Os primeiros podem representar o quê? 20% da população? 10% talvez? Acho que nem isso. A verdade é que o padrão adotado pela maioria, assim como o nobre (nobre porque, se você tem um castelo, pode se dar o direito de ser assim chamado) deputado pilantra, corruptor, egoísta e insaciável Edmar Capeta (na foto da direita), carece do olhar comunitário que este planeta tanto precisa. Olhando para dentro, para nossos desejos e necessidades unicamente, fomentamos abismos que se dilatam a cada dia, acentuando traços de uma injustiça social que se prolonga por séculos. Haverá tempo para uma saída digna?
De O Último Mensageiro, extraio um trecho em que nosso herói, Abel Antunes, trava um diálogo com um agente do FBI sobre o assunto:
– ...Claro, é um direito que lhe assiste. Mas considere seu potencial de expansão, não olhe apenas para o seu “eu”. Não fomos feitos para ficar fechados em casulos e agir de acordo com interesses egoístas. Doar é preciso, Andrew, mesmo que não façamos idéia de quem esteja do outro lado.
– A decisão é minha, Abel.
– E eu a respeito. Minha pergunta é se você se sente seguro com isso.
– E por que não deveria?
– Ora, pelo pensamento viciado. Você pode até estar visando o bem, mas isso não vai passar de uma atitude isolada de vez em quando. Por outro lado, imagine o que milhões de seres humanos pensando e agindo de maneira coletiva não seriam capazes de fazer.
– Pura utopia – Hann ironizou.
– E por quê? Porque sempre agimos do modo contrário? É isso que está nos levando à destruição.
– Espere um pouco... Você não acha que está exagerando? Uma coisa é pensar e agir de forma pessoal, garantir seu bem-estar. Não vejo mal nisso, se você quer saber, você estabelece seus alicerces e depois parte para outras prioridades. O homem é livre para fazer o que bem entender, o que não significa que isso seja o caminho de sua destruição.
– Engano seu, Andrew. O modo como agimos é a maneira inconsciente de assumir a desunião.
– Mas desunião não é destruição. Há uma grande distância entre uma coisa e outra.
Abel riu.
– Uma coisa leva à outra. Preste atenção e você vai entender o que estou querendo dizer. Vamos partir do princípio que todo indivíduo na face da Terra deveria ter direito ao alimento, a pelo menos uma refeição balanceada por dia. O que você acha que deveria ser feito para que isso acontecesse?
Hann ficou pensativo. Depois respondeu:
– Um plano de equalização, algo que pudesse equilibrar a distribuição de comida pelo planeta.
– Perfeito, e para isso...
– Teríamos que rever as prioridades, desviar recursos de outras áreas.
– Percebe? Nem tudo que é do interesse de um tem o mesmo significado para outro. Se não são todos que têm acesso à comida, e estou citando apenas a mais básica das necessidades, significa que os interesses globais não se movem na mesma direção, não são suficientes para gerar união. E onde não há união há discórdia, onde há discórdia há destruição. Roubos, assassinatos, revoltas, guerras...
Hann não respondeu.
– Não há como pensar em futuro se não deixarmos para trás nossas ambições pessoais – Abel continuou. –Elas se cumprirão no seu devido tempo e com o devido direito, sem temor, assim que o equilíbrio na base da pirâmide esteja estabelecido. A bênção da vida para todos, Andrew, é sobre isso que estou falando.
Us... Unindo forças para minimizar diferenças. Them... ZAP neles!
12 de fevereiro de 2009
O alinhamento e a sincronicidade (nem que leve uns 40 anos)
Jung deu o nome de sincronicidade a estas 'coincidências' que permeiam nossas vidas. A minha, particularmente, está repleta delas, tanto é que passei a anotá-las cuidadosamente em um caderno próprio para este fim. Já tive o prazer de dividir estas experiências com inúmeras pessoas, e para mim deixaram de ser motivo de espanto. Tem cada uma que é de arrepiar... Não é mesmo, Natália?
O importante deste alinhamento planetário, que começará às 4hs25 no horário de Brasília e terá duração de 18 minutos, é a oportunidade que se abre para que vibrações positivas fortaleçam o amor e a paz pelo mundo. Usemos a intenção para criar uma onda de energia, que em comunhão com milhares de pessoas sintonizadas na mesma frequência inundará o planeta com o bem. Se estivermos acordados, é claro.
11 de fevereiro de 2009
Help, Herr Hesse, Help!
10 de fevereiro de 2009
"Não há porque fazer a este cômico mundo...
"Quando o homem pratica um ato pacífico ou produtivo em benefício do próximo, consegue dissolver a ilusão do “ser individual” e ensinar o amor sem qualquer motivo ou sem dar ouvidos às vaidades do ego. Essa abertura é a presença da verdadeira compaixão. Quanto mais aberto e altruísta você é, mais será capaz de se comunicar com seus amigos, com a sua família, com o universo ao seu redor. Quando estiver menos concentrado em si mesmo, a compaixão cresce em profundidade e se torna abrangente! Um sentimento profundo de aceitação é gerado e passamos a aceitar o outro mesmo com suas falhas e diferenças. Até mesmo um pequenino gesto, uma ação insignificante, pode melhorar muito o ambiente em que nos encontramos, entusiasmar quem está depressivo, restituir a fé e a alegria daquele que está desiludido. Como entender essas atitudes? Um simples aperto de mão confiante, um sorriso sereno e um olhar carinhoso fazem milagres nos momentos de abandono e de carência.
Esteja certo de que a felicidade não vem de fora. Você a encontra dentro do seu coração, quando aprende a ajudar a todos indistintamente, vencendo as barreiras da separação e do egoísmo. Esse coração, quando iluminado, não distingue o sábio do ignorante, o rico do pobre, o feio do bonito, o doente do são. Para encontrar paz e alegria, espalhe otimismo e bondade ao seu redor. Ajude sempre!
A vida só é linear na aparência. Quando podemos ouvir a nossa consciência interior a cada momento, seguimos o caminho do coração e o futuro deixa de ser apenas uma continuação do passado. Nossa atitude mental e espiritual afeta todo o universo. O amor é a escada que nos eleva a Deus".
7 de fevereiro de 2009
Vata, Pitta ou Kapha?
A essencial arte do improviso
Recomeços III
"You say goodbye, and I say hello!"
2008 se foi (na foto, equipe Brain Trust na festa de final de ano no Geni), já não passa de um receptáculo de lembranças cuja tendência, assim como em anos anteriores, é tornar-se longínqua. 2000inove - o Bradesco que me desculpe- chegou, trazendo nestes primeiros dias equilíbrio e um acordo entre eu e eu mesmo para o caminho da pura potencialidade. Como fazê-lo? Respirando o ar do presente, antenado em cada décimo de segundo que transita diante dos olhos, esquecendo o passado e não projetando o futuro. "No mind", diz Katsumoto em "O último Samurai", o estado do entregar-se e deixar ir para que o universo se acomode e retribua. Que este 2009 não seja mais nem menos, apenas reflexo daquilo que plantamos dentro de nós mesmos.
E apenas para registrar esse que se foi: transição, acima de tudo, aprendendo com os erros e me alinhando com o que realmente importa. Agradeço a todos que me estenderam a mão nesta trajetória e que, de uma forma ou de outra, ajudaram no processo. Eu fiz o que devia ser feito.
Economia solidária
Enquanto isso, entende-se por economia solidária os movimentos de socorro a bancos, montadoras, seguradoras e qualquer outro destes filhos pródigos que se engasgam no próprio vômito. Trilhões para recolocar o trem nos trilhos a fim de evitar o colapso - ao menos por enquanto - exatamente como o viciado que tem a certeza que no amanhã larga tudo. No seu íntimo, ele sabe que esse dia nunca chegará, que a força que se move de fora para dentro é maior do que a sua e que fatalmente, no devido tempo, estará morto. A prática posterga o destino, mas não se arrasta para longe dele. Resguarda, a quem tem, o direito à posse e sobrevida para que outros, lá na frente, assumam responsabilidades que não lhes pertenciam. É por isso que digo que não haverá alternativa.
Economia solidária, nos nossos tempos, poderia ser chamada de economia solitária. E salve o tricolor que eu já estou indo...
Recomeços II
Depois de uma looooooooooooooonga e tenebrosa ausência (confesso até que havia esquecido a propriedade intelectual destas linhas, obrigado Bruno pela lembrança!) retomo parte do que me é peculiar. E nada mais significativo do que recomeçar por um princípio de vida que, aliado à prática do dia a dia, certamente nos brindaria com relações mais produtivas, seres mais saudáveis, egos menos feridos. Travestido em ficção, revela-se no trecho em que Abel, inseguro diante dos desdobramentos que sua jornada assume, conversa com Putu em trecho do Último Mensageiro:
"– Eu sei, mas é como se eu não quisesse enxergar a dimensão que tudo isso está tomando. Mesmo sabendo que há o envolvimento de planos superiores, há também o exército e essa maldita condição humana. Aqui separamos uma coisa da outra, mas lá fora a história é diferente. Aqui visualizamos dois mundos, mas quando se trata de fugir, o espiritual desaparece e eu me perco. É aí que bate o desespero.
– Pois então inverta os caminhos, use o plano espiritual como referência e deixe que ele o oriente em seu mundo. Há uma condição natural para que isso aconteça.
– Natural?
– Isso mesmo. A chama divina que habita cada alma deste planeta, Abel, cada detalhe na miraculosa composição da vida. Encare isso como um sonho e você terá naturalidade, coerência. Tudo que a natureza cria tem coerência: o cair das folhas no outono, o movimento contínuo das marés. O ciclo evolutivo de uma borboleta. Onde há natureza, há coerência, sincronicidade. Se nos deixamos levar automaticamente por este movimento, preenchendo nossas vidas e deixando que se faça o encaixe natural, estaremos sempre alinhados com a lei do cosmos. Não há necessidade de ser diferente, de fazer valer aquilo que você supostamente deseja. Se pela lei natural da vida aquilo lhe pertence, então, por princípio, é seu. "
Vida longa à sincronia!
Convicções
O tempo para
30/04/2007
Cazuza diria que não, mas até aí são pontos de vista diferentes. Dependem do momento, da angulação, da ótica. Reflexivos ou expansivos, côncavos ou convexos, não importa. O que vale é a particularidade, esse toque pessoal que permite ir além das convenções, ignorando padrões para que eu possa assumir minhas verdades. É isso, o tempo parou. Os ponteiros do relógio andam, o sol se põe e o dia desaparece, mas o tempo parou na sarcástica espera. Ah, então é isso. Sofrer pelo futuro, sem saber ao certo como ele se dará, evitando pensar nos desdobramentos de todas as ações que levaram ao momento presente, na inevitável mistura de planos. Onde estou? Como é que vim parar aqui? E tudo que ficou para trás? Não importa. Os olhos tem que se perder no horizonte infinito, sem julgar ou premeditar. Abrir a mente em contínuo esforço para o foco, o relaxamento natural que movimenta a engrenagem, ainda que a sensação seja de expectativa. Os segundos passam, o poeta tem razão. Acabo de emergir da pseudo-letargia e assumo minha condição humana, para que dias como este sejam traços, faíscas sem importância. O trem volta aos trilhos.
Recomeços
04/09/2006
"Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho. Quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos." Pablo Neruda
Assim se fazem caminhos, criam-se lendas e heróis. Homens mais fortes e verdadeiros, obcecados pelo destino e carregando dentro de si a semente de um projeto transformador. É a palavra que se espalha em busca de realização, traduzida não apenas em valores de ordem pessoal, mas nos mais nobres atributos que direcionam o caminho do homem. Esta é a luz que me leva adiante.
Começar é difícil. Deixar para trás toda uma estrutura montada e aceita como verdadeira, a base de sustentação de toda uma vida, é um passo audacioso e arriscado. Acerca-se do lado aventureiro, do peso do incerto, e trás como consequência uma certa instabilidade natural, principalmente no que diz respeito a abrir mão de recursos para se dedicar a um novo caminho. Há o desequilíbrio, que só ocorre porque o ideal que luta dentro de você clama por vir à tona. Caso contrário, bastaria ficar quietinho no meu canto deixando a vida passar, consumida por bons e maus momentos, alheio às transformações globais que, em última instância, não me interessariam. Mas não é por isso que estou aqui.
Abracei meu ideal e pronto, não há nada que mude a história. Tive a energia necessária para fazê-lo, mas isso não faz de mim um mártir ou um alguém em busca de reconhecimento, não neste sentido. Quis que a vida tivesse como âncora meu ideal, transformado em palavras que circulam as esferas e fazem de mim seu instrumento. É para isso que criei "O último mensageiro", para que a palavra correta se faça ouvir. E fico me perguntando se valeu a pena...
Claro que valeu. São momentos de transição que colocam em jogo as escolhas, que suscitam dúvidas pelo vácuo que se abriu neste ínterim e que me inclinam a pensar em arrependimento. Depois passa, nada pode ser mais importante do que saber que minha obra pessoal, aquela que investi bons anos de meus estudos e valores, esteja finalmente pronta. O resto é pura consequência.